sexta-feira, 29 de maio de 2015

Santa Mariam de Belém - a amiga da mamã

O mês de Maio é muito especial para mim. Não só poque é o mês de Maria, mas é o mês mais belo e inspirador do ano para quem vive no campo. A vida renasce, os pássaros, os campos cheios de flores e aromas, as tangerinas, as cerejas, as amoras, mirtilos, tudo isso é para mim um cenário de contemplação. Não consigo registar nem com fotos, nem com palavras aquilo que temos vivido por aqui.
Agora com os dias quentinhos, depois de os mais velhos irem para a escola, eu, o Serge e a Sofia começamos o dia com uma caminhada, onde respiramos fundo e sentimos a beleza de Deus à nossa volta. Ao fim do dia e sempre que é possível vou buscá-los mais cedo à escola e brincamos na ribeira e também falamos de Deus, outras vezes quando chegam da carrinha da escola deixam as mochilas à porta e vão a correr para as cerejeiras e enchem a barriga...



Temos como hábito deitar os pequenos cedo, ontem depois da oração subi entusiasmada as escadas para irmos para o quarto e disse aos mais pequenos:

- " Hoje tenho uma grande surpresa para vocês!"
-" O que é, mamã?" perguntaram em simultâneo.
-" Vou-vos contar a história da amiga da mamã!"
-"?!"
-"A Mariam, mas ela já está no céu! É espetacular!"
-" Ah! Já sei,  a fotografia dela está aqui no livro! É ela não é?" - perguntou  o Gabriel.




-" Sim, é essa mesmo! Ela morreu quando tinha a idade da mamã, 33 anos. Quando tinha 5 anos ouviu Jesus, lavou um passarinho com sabão e até comeu com uma serpente quando era bebé, sabiam?!"
-" Conta! conta a história da tua amiga mamã!"- disse a Clarinha entusiasmada.
-" Sim, conta!"- acrescentou o Gabriel.
-"Ok, mas vão prometer que vão estar muito atentos. Tenho a certeza que nunca mais se vão esquecer dela!

A Mariam nasceu em 1846 numa família pobre na Galileia perto de Nazaré onde viveu Jesus.
Os pais da Mariam tiveram 12 filhos que morrem, uns à nascença outros ainda muito pequeninos. Eles estavam muito tristes pois queriam ter uma grande família cristã, então decidiram ir a pé a  Belém, onde Jesus nasceu, pedir a Nossa Senhora uma menina. E assim nasceu Mariam com saúde. Que alegria!
Depois de Mariam, os pais ainda tiveram um menino.
Aos três anos aconteceu uma coisa muito triste..."

- " O que foi mamã?" perguntaram.
-" Os pais dela morreram..."
-"Oh..."
-" Era costume, quando os pais morriam as crianças ficarem com os parentes mais próximos, os tios por exemplo. E foi o que aconteceu."

-" E o irmão?" perguntou o Gabriel.

- " O irmão ficou com outra família e eles nunca mais se voltaram a encontrar.. Imagina, tu e a Clarinha nunca mais se voltarem a ver... Ela deve ter ficado muito triste..."
-" Oh..."
-" Mas a história não acaba aqui e Deus amava muito Mariam e nunca a deixou sozinha. Quando ela brincava com 5 anos na casa dos tios, reparou que os passarinhos nunca se lavavam e pensou em ajudá-los. Pegou num passarinho e começou a lava-lo e esfregá-lo com sabão, imaginem..."

-" O passarinho morreu, não foi?" perguntou o Gabriel
-"Sim..."
-" Ela não era amiga dos bichinhos? Por que é que ela apanhou o passarinho para o lavar com sabão?" disse a clarinha confusa.
- " Sim, o passarinho morreu, mas ela não  queria fazer-lhe mal. Ela pensava que estava a ajudá-lo. Ela ficou tão triste que ao ver o passarinho morto nas mãos foi um choque.Foi nessa altura que ela ouviu a voz de Jesus no seu coração. 

Gabriel, por favor pega no livro que está ao teu lado para eu ler.

Jesus disse-lhe: " É assim que tudo passa! Se Me quiseres dar o teu coração, permanecerei sempre contigo."  O que quer isto dizer? As coisas estão sempre a mudar à nossa volta, não é? Hoje faz sol, amanhã..."
-" ...pode estar a chover!" disse o Gabriel.
-" É verdade, está sempre tudo a mudar à nossa volta. Hoje vocês são pequeninos amanhã vão estar um pouquinho maiores, nunca estarão iguais. Só há uma coisa que permanece sempre igual, aconteça o que acontecer: a presença de Jesus ao nosso lado, mas temos de oferecer o nosso coração."

-" O que é que Mariam fez depois, mamã?" perguntou o Gabriel. 
- " Ela entendeu o que Jesus lhe tinha dito, entendeu a separação das coisas que mudam e passam, às quais não nos devemos apegar, com medo de as perder, das coisas que são eternas, que permanecem e que ninguém nem nada nos pode tirar, o amor de Deus. Ela entregou o seu coração a Jesus.
Desde pequenina começou a jejuar ao sábado em honra de Maria, comia propositadamente as coisas de que menos gostava, para exprimir o seu desapego das coisas que passam, que são passageiras."

( continuação no próximo post) 


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Os nossos irmãos do céu...

Costumamos dizer que os nossos irmãos do céu são todas as almas das pessoas que já gozam da união plena com o Senhor na eternidade, os santos. Já tenho tido vários sinais da sua presença na minha vida e a confirmação de que eles não vivem separados de nós, na verdade, eles são os nossos irmãos mais velhos que estão dispostos a interceder por nós se os invocarmos. 

Na nossa sociedade fomos educados a nos apoiarmos maioritariamente em nós próprios, ao nosso esforço, à nossa inteligência para resolver os problemas É claro que tudo isso é importante, mas a nossa vida nunca será plena se não vivermos a realidade de que não estamos separados dos outros e que somos um só povo que caminha formando a Igreja, uns na terra e outros já na eternidade. Quando nos apoiamos apenas em nós próprios, verificamos que as nossas forças humanas são limitadas e a maior parte das vezes somos iludidos por nós mesmos. A alegria e felicidade acontecem quando caminhamos sabendo que não estamos sós, pois o Senhor caminha connosco, nos chama. Nós fomos criados para o céu. Se nos perdemos temos a preciosa ajuda da nossa mãe celeste, Maria, o auxilio dos santos e ainda a proteção e guia do nosso anjo da guarda.

Ler a vida dos santos, imitá-los, invocar a sua proteção e estabelecer intimidade com eles é com certeza uma das formas mais diretas e suaves de chegar ao céu.

Cá em casa, gostamos muito de ler a vida dos santos. Uma das prendas mais preciosas que podemos dar aos nossos filhos é dar-lhes um padrinho ou uma madrinha espiritual que já esteja no céu. Depois de eles conhecerem alguns santos, eles próprios sentirão a quem pedir ajuda. Cultivar neles o gosto de levarem a sério esta amizade e pedir a sua intersecção é uma ferramenta muito útil para o seu crescimento.

Há umas semanas atrás, aconteceu uma coisa muito simples. Cá em casa temos dois periquitos, prenda do último aniversário do Gabriel. Um deles gosta muito de voar e consegue bater as asas na gaiola e ficar uns segundos parado no ar, faz malabarismos e gosta de tomar banho. Sempre que o tempo está quentinho penduramos a gaiola lá fora. Num desses dias, o Serge reparou que esse periquito tinha saído da gaiola. Eu consegui ouvi-lo no cimo de um grande eucalipto e vi-o voar agilmente como um pássaro selvagem. Apesar de tudo isso, eu sabia que ele não iria sobreviver se não voltasse.  Recorri a São Francisco de Assis, protetor dos animais, pedi o seu auxilio e prometi que se ele voltasse, eu o educaria e o deixaria voar dentro de casa, pois compreendi o quanto isso o deixava feliz. Assim aconteceu, no mesmo dia, ele voltou, aproximou-se de mim e voltou para a gaiola. Aqui está ele fora da gaiola :




Há um tempo atrás estive em Fátima depois de me confessar no santuário, fiquei diante do Santíssimo em oração. Lembro-me de pedir a Deus uma orientação para uma situação que estava a viver. Uma Senhora que estava perto de mim tocou-me no ombro e estendeu a sua mão com uma pagela da novena das rosas de Santa Teresinha acenando com a cabeça indicando que era para mim. Entendi a mensagem, e agradeci a Deus. Sempre senti intimidade espiritual com Santa Teresinha e também sinto muito a sua presença e inspiração na minha vida.


Lembram-se da Mariam de Belém?

A sua história é riquíssima e irei escrever outro post sobre a vida dela. Infelizmente, este livro está esgotado. Espero que em breve surja uma nova edição. Mariam foi canonizada no passado dia 17 de Maio pelo Papa Francisco. Que alegria!
Desde que ouvi falar dela, a sua presença tocou a minha vida, ela é como uma imã mais velha que muitas vezes me inspira. Ela viveu numa pequena aldeia, na Galileia na terra Santa. Tenho sentido um grande amor pela terra Santa, um desejo de rezar por todos aqueles que lá vivem.

Outros santos que me vão marcando e eu sinto a sua presença além de São francisco de Assis, Santa Teresinha  e Mariam de Belém são o padre Pio e o São Jorge.

Temos tantos irmãos no céu que nos querem auxiliar, basta abrirmos o nosso coração e vivermos com a missão de estarmos unidos e caminharmos juntos.


A Clarinha quase todos os dia trás um desenho que faz na escola. O último foi este:

 

Quando vi o desenho fiquei muito contente. Estávamos todos no céu e a Clarinha de mãos dadas com Jesus. Fiquei a imaginar, como seria a nossa família no céu. Um dia também eu quero ser um irmão do céu, também eu quero estender as minhas mãos a todas as almas que estiverem ainda na terra e levá-las para Deus. Somos uma grande família que caminha junta, uns com mais experiência outros a dar os primeiros passos, uma família que se ajuda e que se protege. Uma rede de irmãos que estendem as mãos para que não caiamos no pecado e possamos um dia nos ver face a face e nos abraçar eternamente. Quando mais permanecermos unidos mais estaremos perto do céu.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

As crianças e a alegria das seis bilhas

Uma forma particular de viver a nossa missão de família católica na Igreja é ser Família de Caná.
Hoje quero vos falar da alegria que sentimos cá em casa em levar no nosso coração e na nossa vida as seis bilhas. O que temos vivido em família tem-me mostrado que a proposta das Famílias de Caná é realmente para toda a família e acessível a todos, incluindo os mais pequeninos. As crianças são as primeiras a cumprirem com alegria as seis bilhas com toda a sua simplicidade, na medida do seu entendimento e pureza.


A alegria maior da proposta de ser Família de Caná é essa mesmo: é para toda a família, incluindo até os mais pequeninos, todos podem tocar, "pegar" e pôr em prática! 


Como uma imagem vale mais do que mil palavras, aqui estão algumas fotos que representam um pouco o que é a vivência da alegria das seis bilhas cá em casa pelos mais pequenos.

1ª bilha – Comunhão – Nós, Jesus









2ª bilha – Vida sacramental


 

3ª bilha – A Bíblia

4ª bilha– O canto de oração




5ª bilha – Visitação



 6ª bilha – Consagração e Rosário





segunda-feira, 18 de maio de 2015

Família católica

Ser uma família católica não se resume a crer em Deus, frequentar a missa ao Domingo e a batizar os filhos com direito a uma grande festa. Na verdade, ser uma família católica é isso também mas vai muito mais além: é uma grande missão no mundo. 
Como eu desejo que a minha família caminhe sempre com esta missão no coração...

Sim, uma missão que não tem fronteiras de tempo, de espaço ou de culturas. É um projeto de amor onde o próprio Amor quer vir habitar no meio de nós. E os outros conhecerão Deus através do nosso testemunho, do nosso rosto, dos nossos gestos...
Será que a nossa família, apesar das dificuldades, é sinal de esperança? Somos alegres e espelhamos a alegria das promessas de Cristo? Qual é o tamanho da nossa fé?

Tenho falado com muitas famílias e cada uma está a viver as suas dificuldades pessoais, as suas batalhas de fé e as suas batalhas no mundo. Quando nos fechamos nos nossos problemas tentando resolver sozinhos, como se tornam pesados e ferem....Muitas vezes, ao partilharmos entre nós as nossas fraquezas, dúvidas,  muitos problemas se dissolvem e a carga se torna mais leve, porque encontramos soluções juntos. Aquilo que eu tenho, muitas vezes pode ser a solução que os outros precisam, e olhem que não falo só a nível material mas também a nível de talentos e aptidões. Aquilo que me falta, ou a resposta às minhas questões pode ser facilmente respondida por outra família que já tenha passado pela situação, por exemplo.

Eu sei que estão a pensar: " Isso é fácil quando temos famílias amigas por perto em quem confiar! É muito bonito na teórica mas na prática... só eu sei que tipo de famílias estão à minha volta!"

Começamos a viver esta união quando nos percebemos que existe  sempre uma resposta que podemos dar ao nosso próximo, em todas as situações. Todas mesmo.

Passamos por um acidente na estrada? será que não podemos fazer nada?
Claro que sim! Em vez de nos lamentarmos e ficarmos simplesmente a olhar, convido sempre as crianças também a rezarem e a pedirem a Deus o auxilio do corpo e da alma daquela pessoa.
Um desastre do outro lado do mundo? Rezamos também.

Há um tempo atrás estava a caminhar no passeio, ao longe uma senhora funcionária de um lar auxiliava um idoso a subir o passeio. De repente, o senhor caiu no chão e a senhora ficou aflita a tentar chamar a atenção para quem passasse, pois ela sozinha não conseguia levantar o senhor. Ele era muito pesado. Eu não hesitei, corri para o outro lado do passeio e puxei com toda a força que podia e juntas conseguimos levantar o senhor. Eu despedi-me com um sorriso. Ao afastar-me pensei: " O senhor era realmente pesado, e eu não tenho muita força. Quase de certeza que se pensasse nisso acharia que não era capaz. Ainda bem que não pensei e agi logo, senão hesitava se ajudava ou não." 

Com Jesus, somos capazes de coisas impossíveis, não acreditam?

Como eu gostaria hoje de me encontrar pessoalmente com cada um de vós e de ouvir o que têm para me contar, as vossas dificuldades e alegrias e vos abraçar, mas hoje não será possível. Ou pela distância que nos separa, pelo tempo que está contado e não dá para tudo, pelas obrigações do trabalho ou por outra razão qualquer. Apesar de tudo isso, vocês estão agora a ler este texto.

Será que para Deus é mais importante estarmos juntos fisicamente ou a intenção pura de nos ajudarmos? Será que por não estarmos juntos fisicamente hoje não posso fazer nada por vocês?

Eu creio que é mais importante a nossa intenção pura de ajudar os outros que não conhece barreiras de tempo, espaço. Sim, eu desejo pedir nesta hora ao Senhor a graça de fazerem tudo o que Jesus vos disser, a paz e a força interior para ultrapassarem as vossas dificuldades e no meu terço pedirei pelos vossos problemas. Rezem também pela minha família.

Deus olha o nosso coração e está atento a tudo. Se o vosso coração estiver sensível ao próximo e a servir, Ele vos mostrará as famílias e vos levará às situações para que possam viver esta união que precisamos viver na nossa paróquia e no mundo.

Deus tem um projeto para cada um de nós. Mas se cada família se volta exclusivamente para si própria, será que está a viver a sua missão de ser família católica?

Muitas famílias católicas rezam, falam com Deus e apesar disso, perguntam: " Porque tenho todos estes bloqueios na minha vida?"

É claro, que Deus podia os resolver. Mas Ele nos está a convocar, a chamar, cada um individualmente:

 «Nada temas, porque Eu te res­gatei, e te chamei pelo teu nome; tu és meu. Se tiveres de atravessar as águas, estarei contigo, e os rios não te submergirão. Se caminhares pelo fogo, não te queimarás, e as chamas não te consumirão. Porque Eu, o Senhor, sou o teu Deus; Eu, o Santo de Israel, sou o teu salvador. Entrego o Egipto por teu resgate, a Etiópia e Seba em troca de ti. Visto que és precioso aos meus olhos, que te estimo e te amo, entrego reinos em teu lugar, e nações, em vez da tua pessoa. Não tenhas medo, que Eu estou contigo. Trarei do Oriente os teus filhos e congregarei do Ocidente os que te pertencem. Direi ao Norte: ‘Devolve-os!’ E ao Sul: ‘Não os retenhas!’ Tragam-me os meus filhos lá de longe e as minhas filhas dos confins da terra. São todos aqueles que têm o meu nome, que Eu criei para a minha glória, que Eu fiz e formei.»
(Is 43, 1-7)

O Senhor nos quer unidos, pois todos nós, todas as famílias, mesmo aquelas que estão afastadas de Deus, todos nós somos preciosos para Ele.

Ele quer que precisemos uns dos outros para resolver os nossos problemas e nos apoiar nos nossos sonhos e projetos e viver a nossa fé. Sozinhos não chegaremos verdadeiramente à santidade. Deus quer que nos unamos, pois Ele sabe que unidos a Ele e uns aos outros seremos fortes e transformaremos o mundo à imagem e semelhança da Sua Santa vontade. 

Vocês já pararam de sonhar? Já não têm projetos? 
Deus quer-nos com sonhos e projetos, Deus quer-nos felizes e luz para os outros. Convido-vos a sonharem comigo e a estarmos unidos nesta caminhada em que Deus quer agir através de nós e dar testemunho do verdadeiro Amor. Sim, todos nós somos imensamente amados por Deus e Deus quer realizar connosco uma aliança, uma aliança de amor, para levar aos outros...






quinta-feira, 7 de maio de 2015

O Paraíso e ... o canto de oração

Perto da nossa casa temos muitas praias fluviais, ribeiros e lagoas naturais. É uma alegria para todos levarmos o lanche e brincarmos na água molhando os pés sentados nas pedras ou apanhando peixinhos e lagostins para os observar. Não são só as crianças que gostam e sentem necessidade de lá ir, mas eu própria preciso mesmo destes momentos que me fazem sair da rotina, do cansaço e de voltar os olhos e coração para a presença de Deus. Sinto-me muito abençoada por viver nesta zona e poder partilhar estes momentos em família. 

Há uns dias atrás, o tempo estava quente e lá fomos nós para a ribeira.
Eles fartaram-se de brincar a observar os bichinhos na água, apanharam peixinhos e deram uns mergulhos.



A Sofia estava muito contente, pois já conseguia brincar sozinha nas pedras sem se desequilibrar molhando os pezinhos e chapinhando...



Enquanto lá estava meditava no amor com que Deus criou o homem e na relação de intimidade e proximidade que Deus tinha inicialmente com ele.

Lembrei-me do excerto daquela passagem do Génesis, depois de Eva comer a maçã e de a dar a Adão, eles ouviram a voz de Deus:

" E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim." ( Gn 3-8)


Fiquei a imaginar como seria o amor e a intimidade de Adão e Eva com Deus inicialmente, a imaginar Deus a passear no jardim à tardinha com eles... Deveria ser tão bom!

Na verdade, nós fomos criados para vivermos num paraíso, fomos criados para estar intimamente ligados a Deus e a caminharmos com Ele pela tardinha...

Sim, eu quero estar grata por toda a obra da criação à minha volta, reconhecendo nela o imenso amor que Deus tem por nós! Quero contemplá-la e ouvir a voz de Deus e os seus passos ao meu lado enquanto caminho e ....realizar sempre a Sua vontade...

Depois da brincadeira, olhei para eles e disse:

-" Falta aqui qualquer coisa, não acham?" Eles olharam para mim sem entender.

-" E se hoje em vez de rezarmos o terço à noite, rezássemos aqui?"

-" Sim, o canto de oração!" O Gabriel e a Clarinha começaram a olhar à volta na tentativa de encontrar um bom sítio. Ao lado de uma pedra mais lisa, uma pequena planta rebentava.

-" Aqui!" Em cima da imagem da sagrada Família a Clarinha colocou uma pequenina florinha rosa.




Senti-me um pouco como no paraíso. À medida que percorríamos os mistérios do terço, Deus caminhava ao nosso lado...

Na verdade, um canto de oração representa o nosso coração aberto a Deus. Em qualquer parte podemos fazer um canto de oração, basta termos o coração voltado para Deus e desejarmos que Ele caminhe connosco. O nosso canto de oração existe onde está verdadeiramente o nosso coração...


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Dia da mãe e dia de Maria...

Ontem, o canto de oração estava cheio de prendas para mim: trabalhinhos da escola, desenhos e mais desenhos e até um poema do Gabriel. Não faltaram também as prendas para a Nossa Senhora, a nossa querida mamã: oferecemos os nossos corações e os corações de todas as Famílias de Caná, algumas flores e dedicámos a ela o nosso segundo encontro de Famílias.




Obrigada querida mãe celeste, por me ajudares nesta tão bela missão de ser mãe e eu te peço hoje e sempre:

“Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná, 
ensina-nos a fazer tudo o que Jesus nos disser!”

domingo, 3 de maio de 2015

O nosso segundo encontro de Famílias em Proença-a-nova/ Famílias de Caná

O dia estava chuvoso lá fora, mas dentro do Seminário estava sol: o sol da alegria por estarmos de novo juntos e renovarmos forças para vivermos a nossa fé. As crianças estavam muito contentes de estarem juntas e participaram com muita alegria nas músicas e nas atividades. Apesar de termos sido menos famílias, a partilha foi intensa e o desejo de "fazer tudo o que Jesus nos disser" nas coisas concretas do dia-a-dia esteve sempre presente. 



Neste segundo encontro, depois das músicas em que todos participaram e de invocarmos Maria para proteger e abençoar as nossas famílias, as crianças ficaram com o Serge. Ele falou-lhes da importância de rezar a Maria e porque era Domingo contou-lhes as histórias dos Mistérios Gloriosos do terço. Os mais pequenos tiveram a oportunidade de colorir desenhos desses Mistérios e de construírem uma dezena para rezarem em casa.






 Enquanto isso, eu atualizei a informação das seis bilhas das Famílias de Caná, numa apresentação de Power Point, alternando com fotos da nossa Família ao longo das seis bilhas. Muita conversa surgiu entre cada bilha e a certeza nos nossos corações da urgência da união das famílias, de chamar Deus para dentro das nossas casas, para o nosso casamento e para o coração dos nossos filhos. Depois e porque estamos no mês de Maria, focalizámo-nos na sexta bilha : Consagração e Rosário.

No ensinamento deste mês, a Teresa diz-nos:

"As Famílias de Caná consagram-se a Nossa Senhora no início da sua caminhada, e fazem-no num impulso de amor e de confiança que só os pequenos e os simples possuem. As Famílias de Caná não esperam pelo seu amadurecimento espiritual ou por uma formação específica para se entregarem, sem reservas, nos braços da Mãe." (...)
"Assim também as Famílias de Caná se confiam aos cuidados da mãe antes de serem dignas dessa mesma mãe, antes de serem capazes de viver plenamente, ou mesmo parcialmente, o seu compromisso e os restantes ensinamentos da Igreja. A nossa consagração é o ponto de partida, não o ponto de chegada."

É com esta atitude de desejarmos ser pequeninos e simples nas mãos de Maria, que queremos caminhar na nossa comunidade, estando atentos às famílias à nossa volta, partilhando o que temos/somos e trazendo e cultivando a verdadeira vida e alegria que é Jesus na nossa família.

O momento do lanche é sempre animado!


E porque todos nós temos duas mães: uma biológica e uma espiritual: Maria,  da parte da tarde o nosso momento de oração familiar foi na capela do Seminário. No dia da mãe e de olhos voltados para a imagem de Maria, a Clarinha pediu para dizer sozinha em voz alta a consagração de Nossa Senhora Auxiliadora, mãe de Caná:

“Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná,
Consagramos-te hoje e sempre a nossa família.
Confiamos na tua intercessão de mãe,
Para que o vinho da fé, da esperança e do amor
Nunca acabe em nossa casa.
Faz de nós servos do Senhor, como tu,
E ensina-nos a fazer tudo o que Jesus nos disser.
Ámen!”


Ela estava muito contente porque já tinha decorado toda a oração! Rezámos uma dezena oferecendo os nossos corações e as nossas famílias, por cada Avé Maria, os pequeninos ofereciam uma florinha a Maria.  


Que alegria! 
Obrigada Maria, nossa querida mãe, por esta tarde que abriu os nossos corações...

Ficou a promessa e o desejo de criarem os seus cantos de oração, com uma imagem de Maria... quem sabe se em breve não apresentarei aqui as fotos?


No final, a Clarinha agradeceu a Jesus pelo dia tão bom e numa questão de segundos consegui tirar esta foto





“Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná, ensina-nos a fazer tudo o que Jesus nos disser!”