Não sabia o que iria encontrar, não conhecia nada, apanhei um autocarro que me deixou perto do convento e sorridente entrei.
Lá as irmãs vivem em Clausura e apenas era permitido falar com as irmãs que serviam as refeições. Permanentemente elas estão em adoração diante do Santíssimo. Foi muito marcante para mim!
Lembro-me de pensar: " Não vou desperdiçar esta oportunidade, vou passar o tempo todo que conseguir até me doer os joelhos diante do Senhor!"
No coro as Irmãs iam e vinham e estava sempre uma em adoração, assisti a todas as orações que faziam. Só saia para comer e até acho que chegava já bem depois da hora. Senti uma gratidão enorme por estar ali e na primeira oportunidade perguntei a uma irmã enquanto servia-me a refeição: " É possível falar com a Madre Superior?"
O tempo foi passando e ao avisar que iria embora, uma irmã muito querida chamou-me: " A Madre Superior quer falar consigo". Eu fiquei muito contente. Como eu queria agradecer do fundo do meu coração tudo aquilo que tinha vivido!
Já não me lembro muito bem as palavras certas do nosso diálogo. Ela ao perguntar o meu nome, disse-me que tinha reparado na minha presença em todas as orações e no meu desejo de estar com o Senhor. Perguntou-me o que eu sentia diante do Santíssimo aquele tempo todo e como eu falava com o Senhor. Não me lembro muito bem da minha resposta mas lembro-me de lhe falar do silêncio, de me sentir vazia sem palavras, apenas ali presente. Eu queria estar dentro da hóstia no meu pensamento e coração. Depois perguntou-me: " A jovem não quer vir para o mosteiro e ser Clarissa?" e eu respondi-lhe com um grande sorriso: " Eu sou casada e tenho um filho." Nunca me vou esquecer da expressão do seu rosto, pois não estava à espera de tal resposta, pelo meu desejo de me unir ao Senhor.
Sim, é possível sim, constituirmos família e vivermos a vida como uma total consagração ao Senhor, buscando-O acima de todas as coisas, adorando-O, levando-O às nossas crianças na simplicidade dos pequenos gestos de amor, na alegria e no conhecimento da palavra de Deus !
Bom dia!
ResponderEliminarAs experiências que fazemos ao longo da vida são sempre positivas quando o fito é a união.
Deus chama-nos a viver a nossa vida em conformidade com o Seu desejo.
A resposta dada à Madre terá representado, quiçá, uma tristeza momentânea. E momentânea porque terá compreendido, melhor que ninguém, que Deus não a queria Clarissa mas esposa e mãe de família, vocação nobre e exigente quando bem vivida, agradável a Deus quanto qualquer outra.
Não melhores ou piores vocações. Há vocações. E todas de agrado e vontade de Deus.
Insistimos. Todos experimentamos modelos e vivências de vida. Contudo, se não vivermos a nossa vocação, por mais bonita que seja a experiência experimentada, mais cedo ou tarde experimentaremos a tristeza e a nostalgia de não estarmos a viver de acordo com o plano divino.
Acredite Rute que a verdadeira felicidade reside na sua (vossa) vocação cuja vivência tão bem vivem e experimentam.