Quando estive no parque com as crianças, por exemplo, uma das meninas que estava connosco disse-me que queria ir à casa de banho. Eu acompanhei-a. Numa das divisões um autoclismo corria água que não parava. As pessoas passavam e não ligavam. "Para quê, ligar? Não fui eu que deixei a água a correr e além disso estamos numa casa de banho pública!" Este parecia ser o pensamento de todos. Um cristão não pode ser indiferente às pequenas coisas. Um cristão tem de lutar contra um coração de pedra, frio, indiferente a tudo o que acontece à sua volta, a um coração medroso, sempre com medo do que os outros vão pensar. Somos chamados a fazer a diferença e a agir em toda a parte como se estivéssemos em nossa casa e cuidar de tudo e de todos com igual amor. Sei que não é uma tarefa fácil! Mas mesmo que quisesse fingir que não ouvia era impossível, lá estava a luzinha vermelha a me chamar. Lá fui eu. Carreguei simplesmente de novo no botão do autoclismo e a água parou. Que coisa tão simples!
Achariam estranho, se o Senhor um dia mais tarde me pedisse contas de toda aquela água que tinha sido desperdiçada se não agisse? Tudo o que acontece à nossa volta somos de certa forma responsáveis.
Quando passeamos na rua, será que a nossa presença ajuda os outros? Será que nos preocupamos em deixar a rua mais limpa do que estava antes de passarmos ou nem ligamos e deitamos para o chão aquele lenço minúsculo porque o caixote do lixo ainda ficava longe? E se virmos uma garrafa no chão passamos ao lado e não a apanhamos só porque não fomos nós?
Quando passeio na rua gosto de sorrir para as pessoas discretamente. Gosto de arrancar sorrisos de quem passa e acho engraçado a reação e o olhar de quem me observa com três filhos agarrados a mim no passeio ou a falarem e a pedirem coisas ao mesmo tempo. Acho que as pessoas saem mais divertidas da rua quando cruzam connosco e me vêem!
Quando conheço alguém ou me cruzo com alguém pela primeira vez ou mesmo que já a conheça bem, o Senhor me mostra sempre que todos têm qualidades, sem excepções. Procuro encontrá-las. Mesmo que sejam poucas ou insignificantes elas são o tesouro, através do qual o Amor de Deus pode entrar nas suas vidas. Procuro elevar as pessoas mostrando-lhes tudo aquilo que ainda podem fazer de bom com as suas qualidades.
Na verdade, todos nós temos esta luzinha vermelha dentro de nós que nos chama a agir, que nos desafia diariamente a fazermos a diferença! Estaremos nós dispostos diariamente a sermos fiéis a ela nos pequenos gestos? Acreditem que é trabalhando as pequenas coisas, os gestos simples do dia-a-dia que mudamos o mundo e experimentamos a verdadeira alegria de ser de Cristo!
Olá!
ResponderEliminarObrigada por este post. Acontece-me frequentemente isso. E quando ignoro, é terrível por que fica lá no meu cérebro a "piscar", sendo difícil esquecer nas horas seguintes! Ás vezes já não há nada a fazer, mas outras vezes acabo por voltar a trás! Nunca tinha refletido ou tomado consciência disso. O meu desafio diário. Vou adotar o termo.
Um abraço
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ResponderEliminarAinda na continuação... (e eu continuando a pensar sobre o teu post) eu atribuía isso ao meu "anjinho" (o meu lado bom) em detrimento do "diabinho" (o meu lado mau) e às lutas "animadas" e engraçadas entre os dois que se viam nos livros infantil e até livros escolares? E por falar nisso, nunca mais vi nada parecido...
ResponderEliminarUm abraço