sábado, 11 de abril de 2015

O braço de Jesus...

Este ano o grupo de jovens  foi convidado a participar diretamente nas celebrações do Tríudo Pascal na nossa paróquia. Foi uma grande graça para todos nós, eu também estava entre os 12 discípulos. Quinta-feira Santa, após o lava pés, fizemos votos diante de toda a comunidade: o compromisso de também nós "lavarmos" os pés a quem mais precisasse. Ao lado do altar, as cadeiras estavam dispostas em arco, cada um de nós participou e auxiliou em todos os momentos da celebração: desde a liturgia, oração dos fieis à comunhão.
A Sofia estava sempre muito atenta no meu colo e a Clarinha não ficava muito tempo sentada ao meu lado, ela queria era ir para o altar.

Na Sexta-feira Santa, na adoração à Santa Cruz,  como de costume, combinámos com o padre uma hora antes para ensaiarmos. Eu estava sozinha com a Sofia e a Clarinha. 

Mal entramos na Igreja, como costume, a Clarinha diz-me:
-" Mamã já volto". Não gosto nada que ela faça isso, mesmo dentro da Igreja. Mas, nem preciso perguntar, pois eu já sei o que ela vai fazer a seguir...

Afasta-se sem olhar para trás e espreita rápido de longe para mim quando chega ao pé da grande Cruz do Altar. Escondida entre o Altar e a parede, ajoelha-se e fica ali uns longos segundos depois volta a saltitar para junto de mim. Quem a vê pensa que eu lhe digo para ir rezar mas não, ela faz de livre vontade.

Nunca me vou esquecer que neste encontro tive um susto com ela. Antes da celebração da Santa Missa a Clarinha andava a brincar lá fora com o mano e uma amigas. Ao chegar a altura da missa, todos entraram para a Igreja e nessa altura não sabíamos da Clarinha. Ao olhar para o coro que fica por cima dos bancos, lá vimos a Clarinha de joelhos  a rezar toda contente e depois ao descer as escadas veio ter connosco e disse-nos que ia lá para a frente do altar. 

O que vos quero contar hoje, aconteceu na adoração à Santa Cruz, na Sexta-feira Santa. Como vos disse, o grupo de jovens estava sentado ao lado do altar, eu estava com a Sofia ao colo e a Clarinha ao meu lado. Quem a conhece sabe que ela quer ser acólita. Ela estava mesmo perto do altar ao pé de mim. Observava em tudo o Padre Paco na celebração, os seus gestos, a Bíblia... observava tão concentradamente que acompanhava o padre para todo o lado... Ele quando se apercebeu do seu interesse e sorriso, olhou para ela e num gesto estendeu-lhe o braço e ela aproximou-se. Como ela ficou feliz e tão quietinha ao seu lado. Na altura da comunhão, voltou a acenar-lhe a mão e ela sentou-se na cadeira ao seu lado. Como ela estava feliz! Ela sentiu-se acolhida e bem pertinho do colo de  Jesus...

Ao observar tudo isto, fiquei a meditar no coração de Deus. Ele está sempre atento aos nossos gestos, por mínimos que sejam em Sua direção. Também Ele nos estende o braço para nos aproximarmos e recebermos toda a força, ânimo, alegria para continuarmos o nosso caminho. Cabe-nos a nós o primeiro passo de O buscarmos concentradamente e persistentemente até alcançarmos o Seu braço.

Saibam os sacerdotes, ser a presença viva, acolhedora de Jesus no mundo!

(Esta foto foi num encontro em Fátima)

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