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domingo, 29 de novembro de 2015

O nosso sexto encontro de famílias em Proença-a-Nova/ Famílias de Caná

O Gabriel e a Clarinha estavam cheios de saudades do padre Paco e do Seminário do Preciosíssimo Sangue em Proença onde fizeram muitos novos amigos pelos Encontros com as famílias. Este domingo estivemos juntos diante do sacrário da capelinha do Seminário em oração. Depois de cânticos e de cada um agradecer a Deus, lemos a Palavra de Deus - Act 3. Depois de meditarmos, as crianças sentadas num tapete junto de nós faziam desenhos para colocar aos pés do Sacrário, e alternadamente participavam na recitação do terço. Ao rezarmos os Mistérios Gloriosos diante do sacrário pedimos por todas as famílias que não puderam estar presentes, pelos sacerdotes, pelas nossas comunidades e paróquias e pela paz no mundo.



A Aldeia de Caná  será chamada Aldeia de Caná: São Gaspar Del Búfalo, de Proença-a-Nova. São Gaspar foi o fundador dos Missionários do Preciosíssimo Sangue, ardoroso apóstolo da devoção do Precioso Sangue de Jesus, levou o amor de Deus ao povo da periferia de Roma e alcançou muitas graças. Pedimos a sua intersecção nos encontros para que abençoe os sacerdotes e lhes devolva o ardor missionário de "fazer tudo o que Jesus nos disser" e pelas famílias que sintam a missão de viver o evangelho, de não terem medo de dar testemunho e de ir ao encontro das periferias, daqueles que estão mais afastados da vivência e da prática dos sacramentos. 



As fotos são escassas. pois estive muito concentrada na recitação do terço. No fim, as crianças mostraram-nos os seus desenhos e explicaram o que tinham feito. De mãos dadas, cantámos e agradecemos. O lanche seguiu-se apressadamente pois todos queriam ir ter com o padre Paco e visitar os animais do seminário.
 As galinhas passeavam alegremente no campo...



O Gabriel e a Clarinha a colocarem milho partido para as galinhas... 




Vejam os ovos...


As crianças andavam de um lado para o outro todas contentes.


Obrigada Senhor, por estes momentos de oração, partilha, alegria, pelo apoio e presença do Padre Paco, por nos sentirmos família nesta grande família que é a Igreja. Obrigada Senhor, por todas as famílias de Caná espalhadas pelo nosso país. Eu te peço Senhor, abençoa-as em nome do pai, do Filho e do Espirito Santo. Ámen.

terça-feira, 21 de julho de 2015

A grande alegria da Aldeia de Caná de Proença-a-Nova

O nosso encontro mensal das Famílias de Caná de Julho era aguardado por todos com muita alegria e expectativa. Na verdade, não iriamos ter um encontro mas sim, um dia inteiro de retiro! Um dia que marcaria definitivamente a nossa Aldeia, onde as famílias puderam beber da fonte das origens das Famílias de Caná. Já há quatro meses que eu falo de como tudo começou e até já lhes tinha mostrado fotos da Família Power. Que alegria foi para todos poderem ouvir os ensinamentos da Teresa e abraçá-la pessoalmente e conhecerem o Niall, sempre de um lado para o outro a trabalhar, sempre com o seu ar bem disposto sempre pronto para brincar com as crianças. Os seus filhos misturaram-se com as crianças do grupo e faziam novos amigos. Sentimo-nos mais próximos, sentimo-nos verdadeiramente  família.


 Os momentos vividos encheram a "bilha" do nosso coração com muito amor, aquele amor que só Deus nos consegue dar...


A nossa caravana era muito numerosa e caminhava ao ritmo dos carrinhos, das conversas e das crianças mais pequenas que nos davam as mãos. Aos poucos todos chegaram à Igreja matriz de Proença-a-Nova e assistimos à missa dominical com a paróquia. Que belo testemunho foi dado simplesmente pela nossa presença! 





O nosso almoço partilhado é sempre vivido em clima de festa



Desta vez, a festa foi a dobrar,  cantámos os parabéns à nossa querida Paula, mãe de três lindas meninas da nossa Aldeia de Caná.




O espetáculo de ilusionismo do Francisco, encheu a sala de gargalhadas e sorrisos. Como sempre, muito belo e inspirador!







Eu estive o dia inteiro dedicada aos mais pequenos. Trabalhando a raiz bíblica das Famílias de Caná, pintámos, desenhámos, conversámos e cada um moldou a sua bilha. A todas as famílias que participaram neste retiro, gostaria que soubessem que os vossos filhos se portaram muito bem, e mais do que isso, pude perceber que a " bilha " dos seus corações estava repleta do Amor de Deus e que todos tinham um grande amor à sua família. Continuem a rezar com eles e a falar de Deus, escutem o que eles têm para vos contar. Obrigada a todos por esta oportunidade. 



Não tenho palavras para vos dizer o que sinto de tudo isto.... Só vos peço: venham também e juntem-se a nós!

sábado, 4 de julho de 2015

O nosso testemunho e o milagre

"A Igreja deve servir Jesus nas pessoas marginalizadas, abandonadas, sem fé, decepcionadas com a Igreja, prisioneira do próprio egoísmo. Sair significa ainda ‘rejeitar a autorreferencialidade’ em todas as suas formas; saber ouvir e aprender de todos, com sinceridade humilde”. Estas são palavras do Papa Francisco e me fazem meditar muito.

Muitas são as famílias que se sentem à margem do Amor de Deus, muitas são as famílias que não encontram o seu lugar na Igreja e se sentem decepcionadas, sem fé, muitas vezes julgadas pelos que estão dentro da Igreja pelo seu passado...

Estaremos nós a saber acolher as famílias que se sentem à margem nas nossas comunidades levando-lhes o Amor de Deus ou simplesmente acomodamo-nos e pensamos: " Esta família é um caso perdido! Nem vale a pena tentar falar de Deus..."?
Ora, oiçam bem o nosso testemunho:
Mal soube de uma ou outra família que estaria interessada em participar nos nossos encontros de famílias em Proença fui logo sem demora falar com elas e abrir o meu coração. Queria ver os seus rostos, perceber o que estavam a viver, as suas dificuldades. Desejava também que elas ouvissem a minha voz e sentissem o meu entusiasmo e desejo de caminharmos juntos... Ao expor a proposta dos encontros, todas estavam entusiasmadas para começar.
Os encontros começaram e uma das famílias não apareceu nem no primeiro , nem no nosso segundo encontro.  Na hora do lanche partilhado, do segundo encontro, enquanto estávamos todos  a comer, houve uns instantes de silêncio e eu fui impelida a falar, quer desejasse quer não. Olhei nos olhos de duas mães e comecei assim a conversa do nada:

- " Eu sei que vocês olham para mim como se fosse perfeita a  nossa família! Não é verdade! Nós não somos tão virtuosos ou fomos tão virtuosos como vocês pensam! Vocês pensam que eu estou à vontade para falar, mas não é verdade. Quem me conhece sabe que sou bastante reservada e até tímida. Já ofendemos muito o Senhor! A nossa família também é fruto da misericórdia e do perdão de Deus! Tanto eu como o Serge andámos muito tempo afastados da Igreja e apesar de buscarmos o amor de Deus em tudo, andámos muito longe dos sacramentos e dos mandamentos de Deus. A nossa família começou assim: eu o Serge conhecemo-nos num encontro no Alentejo no qual se abordava muitos assuntos diversos como a educação, agricultura biológica, entre outros. Quando começámos a falar, era impressionante a quantidade de coisas que tínhamos em comum e dos nossos desejos para o futuro. Desejávamos formar uma família com valores, viver as coisas simples da vida e servirmos os outros. A Igreja não fazia parte das nossas vivências mais profundas, apesar de Deus estar sempre presente. A sintonia foi tão forte do nosso encontro que o nosso namoro, amizade começou logo ali. Ao falar com a minha amiga que tinha vindo comigo para aquele encontro disse-lhe: " Desculpa, já não vou voltar contigo para Lisboa. Encontrei alguém muito especial..." Sim, eu sei que sou um pouco maluca mas aconteceu mesmo assim. Nem passado um mês de conhecer o Serge fiquei grávida do Gabriel. Não tínhamos planeado que fosse assim, mas ficámos ambos muito felizes! Sentíamos um amor muito grande um pelo outro. Naquele mesmo dia, falámos com os meus pais e os pais do Serge e decidimos casar pela Igreja, não com a convicção do sacramento em si, mas sim porque queríamos ter a benção de Deus e reunir a família dos dois lados. Quando estava grávida de três meses do Gabriel, casámos e foi uma cerimonia muito bela e muitas graças foram derramadas sobre nós. Só mais tarde saberíamos o quanto! A nossa família não começou da maneira perfeita, mas o senhor não desistiu de nós! Mostrou-nos os nossos erros e nos deu força para caminhar! Acham que Deus nos ama menos ou mais pelo nosso passado em relação àqueles que fizeram toda a caminhada dentro da Igreja? Deus ama-nos da mesma forma e com a mesma intensidade. Deus ama todas as famílias da mesma maneira. O que fariam se ouvissem esta história e não soubessem que era a nossa?"...



 Depois de falar senti que um peso tinha saído do ar que respirávamos e os seus rostos ficaram luminosos e cúmplices com o meu. Afinal, todos temos coisas para contar em que ofendemos a Deus, o que importa é o que vivemos no momento presente, o que importa é a intensidade do amor que trazemos no coração para dar a Deus. O Senhor ao ver o nosso arrependimento apaga as nossas faltas e sem demora traz-nos uma túnica que coloca nos nossos ombros e no dedo um anel e diz: " Tu és o meu filho muito Amado!"

O milagre estava para acontecer no encontro seguinte das famílias.
No terceiro encontro, o meu coração encheu-se de alegria pela família que nunca tinha aparecido e emocionada partilhou que lhe tinham contado o nosso testemunho e que por causa dele estava ali. Tinha medo dos julgamentos e não sentia que podia fazer parte desta caminhada connosco.

O meu coração se encheu de amor e repeti várias vezes: " Tu és muito amada! O senhor te ama muito e o teu lugar é aqui!"

Que nenhuma família se sinta envergonhada com o seu passado! O Senhor quer recolher todas as famílias que se sentem à margem, fora dos modelos perfeitos. Há um grande exército de famílias que estão à margem da Igreja e que o Senhor quer tocar, operar milagres, devolver a fé, a esperança e construir um mundo novo. O Senhor tem um plano para cada uma delas. Não existem casos perdidos, com Deus tudo é possível! Tenho mais fé nas famílias aventureiras, que arriscam, que buscam e que querem servir o Senhor de todo o coração, mesmo sabendo que são imperfeitas, que saibam :" ‘rejeitar a autorreferencialidade’ em todas as suas formas; saber ouvir e aprender de todos, com sinceridade humilde", como o Papa Francisco fala, do que aquelas que muitas vezes caminharam sempre certinhas, e até têm um lugar certo na Igreja. Precisamos de famílias que queiram amar o Senhor de todo o coração e isso basta! Precisamos de todas as famílias, as que estão dentro da Igreja com a chama acesa pelo Senhor e as que estão fora desejando encontrar o Amor de Deus...

Estaremos nós preparados como Igreja para não julgarmos as famílias pelas aparências do seu passado, não julgando mas agindo com amor, sabendo acolhe-las e elevando-as para que sintam que também elas têm um lugar na Igreja?

Eu não sei a vossa resposta, mas sei o que o Senhor espera de mim: reunir aquelas que já perderam a fé e levá-las a sentir o Amor de Deus...


segunda-feira, 29 de junho de 2015

O nosso quarto encontro de famílias em Proença-a-Nova/ Famílias de Caná

O dia esteve muito quente mas mais quentes estavam os nossos corações, apesar de obstáculos e contratempos estivemos juntos de novo! Já somos um núcleo de famílias comprometidas a caminhar na fé e sentimos todas que precisamos mesmo deste domingo por mês! Este encontro foi um pouco diferente dos anteriores: o Serge não pode estar presente, nem estiverem presentes os outros maridos, mas isso não foi impedimento de fazermos a nossa caminhada. Desde o último encontro, estamos a abordar a Bilha da Vida Sacramental e teremos mais alguns encontros sobre este tema, acompanhados com os ensinamentos do Padre Paco. 
O encontro começou com música e com as crianças no tapete. Depois, tivemos um ensinamento do Padre Paco. Tinha pensado em gravar o ensinamento e começar logo o trabalho com as crianças que tinha preparado, mas o Padre Paco sugeriu estarmos todos presentes. Ao canto da sala, distribui folhas brancas e canetas por todas as crianças, enquanto nós adultos, neste caso mães, formámos uma mesa redonda ouvindo o Padre Paco. Senti-me muito feliz e grata pela oportunidade de ele nos estar a acompanhar nesta caminhada. As crianças adoram-no, pois ele é muito brincalhão e bem disposto! Não consegui fotos pois enquanto as crianças faziam os seus desenhos, eu tentava ouvir o padre Paco com a Sofia no colo a mexer no meu caderno. Para a próxima, com a ajuda do Serge, tiro fotos durante o ensinamento e transcrevo um pouco o que foi falado.



Depois do ensinamento, fizemos então a atividade que tinha preparado para as crianças, mas desta fez, em família. 


Neste encontro, tinha preparado falar  do sacramento da reconciliação, da importância de limparmos o nosso coração e de o mantermos puro no nosso dia-a-dia. Comecei por contar a passagem Bíblica na qual Jesus instituiu este sacramento :

"Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco.
E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor.
Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
«queles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos."

João 20:19-23


Falámos do coração de cada um de nós, da preocupação de o manter puro e limpinho. Abordámos o que era o pecado, os gestos que deixam Jesus triste, que no fundo são os gestos que nos afastam de sermos felizes. E reforçamos que só há um "sabão" capaz de limpar o nosso coração do pecado, que é a força viva da presença do Senhor, através do sacramento da reconciliação. 

Para que os mais pequenos entendessem na prática fiz a seguinte    " magia",  que todos adoraram: peguei em três frascos de vidro idênticos e escrevi em cada um deles uma etiqueta: " O meu coração", noutro " Jesus" e no último " Pecado". No primeiro, enchi com um pouco de água; no segundo enchi com lixívia diluída transparente, à vista parece água; e no último enchi com água e alguma tintura de betadine (que se usa para desinfectar as feridas), a solução é castanha escura, de forma que no total todo o líquido ocupasse o espaço de um único frasco cheio.

O diálogo desenrolou-se mais ou menos desta forma:
-"Deus criou-nos com um coração limpinho e transparente, conseguem observá-lo aqui no frasco? O que acontece se não nos portamos bem? Se não ajudamos a mamã lá em casa, ou se magoamos os irmãos?" Nessa altura despejei um pouco do frasco do "Pecado" no frasco" O meu coração".
-" O nosso coração começa a ficar sujo!" responderam.
-" Sim, é verdade! Vocês acham que o pecado é mais forte que Jesus, acham que o pecado consegue manchar Jesus?" Nessa altura despejei um pouco de " Pecado" no frasco de " Jesus".
-" Oh! é magia, a água de Jesus fica igual, não fica manchada!"
-" Pois, não! O pecado não consegue fazer nada em Jesus. Jesus é mais forte e ele é o único que consegue limpar o nosso coração. querem ver?" Despejei do frasco de " Jesus" no frasco do "o meu coração" até ficar limpinho.
-" Oh!...ficou mesmo limpinho" 
-"É o que acontece no sacramento da reconciliação! Jesus é capaz de apagar o pecado" despejei um pouco do frasco "Jesus"  no frasco " Pecado" até ele ficar totalmente transparente e depois despejei todos os líquidos no frasco "Jesus". O resultado é um frasco com líquido transparante, como no início. Depois, disse:
-" Se o nosso coração estiver unido ao coração de Jesus, o pecado não consegue entrar! E estaremos cheios!"

Para trabalharem o perdão, imprimi uma ovelhinha em papel para colocarem no canto de oração. Na cabeça escrevemos o nome de cada um e no corpo colámos algodão para ficar mais branquinha, como deve ser o nosso coração.



Cada um fez o voto de colocar a sua ovelhinha perto de Jesus no canto de oração e sempre que se portassem mal, pegavam na ovelhinha e iam pedir desculpa à pessoa que tinham ofendido e a Jesus, depois voltavam a colocá-la junto de Jesus.

O nosso lanche partilhado...



Por fim, na nossa oração familiar na capela, cada um agradeceu o dia e colocou a sua ovelhinha diante do altar. Aqui estão só algumas...



Juntos rezamos a consagração a nossa Senhora Auxiliadora Mãe de Caná, em pouco tempo já saberemos todos a oração sem a ler! E o Shemá, é claro!

As crianças estavam ansiosas para que o padre Paco lhes mostrasse os animais. 








Há sempre novidades! Haviam tantos coelhinhos bebés !



Junto à cruz, a nossa foto!

A Paula lançou o desafio de ainda irmos à praia da Fróia, estava muito calor e as crianças queriam estar mais tempo juntas!
Eu estava super cansada.... mas como é importante entre famílias o espaço de convívio e partilha. Na minha cabeça vieram estes pensamentos: "Os núcleos de famílias que querem crescer na fé, na partilha e no testemunho serão a salvação da nossa sociedade. Os seus corações serão as bases transbordantes do Amor de Deus para o resto do mundo! Os encontros de família que hoje parecem tão insignificantes serão o futuro e uma realidade viva. Serão a salvação do casamento, da união da família, da abertura ao dom da vida e da confiança num futuro com esperança..." 

Sim, vamos! Mesmo cansada todos os momentos são poucos para construir esta realidade! Há tanta coisa para aprender.....



quarta-feira, 24 de junho de 2015

A oração de Ana

A oração de Ana, mãe de Samuel é a minha inspiração de como orar ao Senhor. Ana era estéril e vivia amargurada pois queria ter filhos.

Em 1 Samuel 1, 10-12:

" Ana, profundamente amargurada, orou ao Senhor e chorou copiosas lágrimas. E fez um voto, dizendo: ' Senhor do Universo, se te dignares olhar para a aflição da tua serva e te lembrares de mim, se não te esqueceres da tua serva e lhe deres um filho varão, eu o consagrarei ao Senhor, por todos os dias da sua vida, e a navalha não passará sobre a sua cabeça.' Ela repetiu muitas vezes a sua oração diante do Senhor"

Muitas pessoas repetem esta expressão: " Seja o que Deus quiser" no sentido de que não vale a pena pedir nada a Deus, ou " tanto faz", ou "Deus é capaz de ficar ofendido se eu lhe peço coisas". Não, Deus dirige sempre o Seu olhar para as almas que se incendeiam em pedidos de amor e se oferecem no seu pedido. Muitos têm problemas e dizem: ' Deus não me ouve nem se importa com o meu sofrimento.' Não é bem assim. Enquanto falarmos com Deus de uma forma morna ou pensando só em nós, eu não creio que estejamos realmente a orar. 

Ana era estéril. Ela tinha uma dor na alma, um desgosto por não ter filhos. Ela podia muito bem pensar assim: ' Eu sou estéril. Deus não quer que eu tenha filhos' e ficava por aqui. Mas não, Ana tinha a alma inflamada de fé, determinação, confiança. Ela não tinha uma alma morna, uma alma do " tanto faz", mas ela correu sem demora para o Senhor na sua aflição e derramou totalmente toda a sua alma  na Sua presença, ela rasgou o coração em lágrimas e fez um voto. Mesmo se o Senhor não a atendesse no pedido ela não hesitou e pensou: ' E se eu ficar com muitas expectativas e não acontecer?' Não, ela avançou confiante, pois o pedido que ela fazia o consagrava totalmente ao Senhor! 

Será que andamos a fazer pedidos a Deus para termos mais que os outros, para nos mostrar? Será que os nossos pedidos são realmente para nos fazer pessoas melhores, pessoas cheias de amor?

Ana não pediu um filho para se mostrar aos outros. Ela pediu um filho para dar honra e glória a Deus, pois o seu coração ardia pela maternidade e o ofereceu. E sabem, o que aconteceu? 
Por este gesto tão belo o Senhor deu-lhe a graça depois de Samuel de dar à luz mais três filhos e duas filhas! 

Eis o segredo: quando orarem ao Senhor pedindo o que quer que seja, consagrem tudo totalmente ao Senhor e não tenham medo. 

"Mas vamos pedir algo a Deus para depois Ele nos retirar de volta?"
Estamos tão apegados aquilo que pedimos que até temos medo que Deus nos tire se o consagrarmos a Ele. É precisamente o contrário! Consagrarmos as coisas, os filhos, a família a Deus é a segurança que nunca os vamos perder, servindo na terra para a Glória de Deus e depois se tudo é para Ele é Nele e para Ele que um dia estaremos juntos na eternidade...

Quais são os problemas que vocês estão a enfrentar? Aqueles que vos fazem sentir amargurados, com o coração apertado?
Vocês acham mesmo que já não vale mais apenas rezar por eles?
Para quem ou para quê correm sem demora em primeiro lugar quando têm uma aflição?

Será que os vossos pedidos são feitos com " copiosas lágrimas" ou são feitos com o pensamento: " se aconteceu, aconteceu, senão.. paciência"?
Será que estão dispostos a fazer um voto sincero com o Senhor, pelo vosso pedido? Ou não querem fazer nada e só esperam receber, receber...?
Quantas vezes já repetiram o pedido ao Senhor? Ana repetiu vezes sem conta...

Antes de acontecerem os encontros mensais das Famílias de Caná em Proença- a - Nova, eu lembro-me de fazer esta oração vezes sem conta:

" Querida mamã , Maria, eu não conheço famílias dispostas a estarem presentes para os encontros aqui em Proença, mas tu sabes o quanto é urgente ajudar e unir as famílias... Tu sabes o desânimo e os problemas que passam...Eu estou disposta a fazer os encontros de qualquer maneira, só preciso que sejas tu a convocar as famílias, tu conheces os seus corações melhor que eu. Leva-me até elas, eu só as quero levar ao Senhor."






segunda-feira, 1 de junho de 2015

O nosso terceiro encontro de Famílias em Proença-a-nova/Famílias de Caná

Que alegria! Os nossos corações se encheram de alegria por estarmos mais uma vez juntos em família! Estarmos juntos enche-nos as baterias da fé, dos sonhos e da alegria! As crianças já sabem algumas músicas e são as primeiras a quererem estar presentes.

As fotos são escassas pois ainda somos poucos e todos os momentos são bem aproveitados no serviço...
As famílias foram chegando. O nosso momento de oração inicial é sempre cheio de alegria. Os mais pequenos sentados ou em pé no grande tapete cantaram e fizeram sozinhos os gestos das músicas. Ontem, dia dos irmãos, foi também para nós motivo para refletirmos com os mais pequenos que todos nós somos irmãos, uma grande família, que precisa estar atenta à necessidades uns dos outros e caminhar junta. Juntos rezámos o Shemá, e refletimos o que precisamos fazer na nossa vida para sermos felizes.

O Serge ficou com os mais pequenos, ao meditarmos na 2º bilha sobre a vida sacramental, eles  ouviram a história da última ceia, momento no qual o Senhor instituía a Eucaristia, o Sacramento do Amor, no qual o próprio Jesus se fez alimento para nós até ao fim dos tempos. A proposta do trabalho com as crianças é que elas também façam uma caminhada na fé em grupo e que aos poucos construam o seu canto de oração lá em casa com os trabalhinhos que realizam. 
 O cálice e a hóstia serão um simbolo forte de entrega a Jesus que ficará no seu canto de oração.
A hóstia é um círculo de papel dobrado ao meio e dentro leva uma oração que cada um escreveu a Jesus.




Entre nós a partilha foi grande e porque tivemos a graça de uma família nova connosco recordámos as seis bilhas e falámos da necessidade de irmos beber à fonte da Igreja, aos sacramentos. Houve muita partilha pessoal e a certeza, como a Patrícia disse : " Somos as pioneiras para fazer a diferença no mundo. A Igreja somos nós". 
O nosso lanche é sempre muito bem partilhado e cheio de sorrisos.


Depois do lanche, fomos para a capela e junto do Santíssimo fizemos o nosso momento de oração familiar, como acontece em nossa casa. Todos cantaram, participaram e agradeceram. Afinal, rezar em família não é assim tão estranho, complicado e demorado, pois não?


O dia estava quente e as crianças queriam passear e ver os animais. E lá fomos nós contemplar a beleza da criação!






Os amigos já são muitos e a Clarinha tinha o coração muito, muito feliz!

domingo, 3 de maio de 2015

O nosso segundo encontro de Famílias em Proença-a-nova/ Famílias de Caná

O dia estava chuvoso lá fora, mas dentro do Seminário estava sol: o sol da alegria por estarmos de novo juntos e renovarmos forças para vivermos a nossa fé. As crianças estavam muito contentes de estarem juntas e participaram com muita alegria nas músicas e nas atividades. Apesar de termos sido menos famílias, a partilha foi intensa e o desejo de "fazer tudo o que Jesus nos disser" nas coisas concretas do dia-a-dia esteve sempre presente. 



Neste segundo encontro, depois das músicas em que todos participaram e de invocarmos Maria para proteger e abençoar as nossas famílias, as crianças ficaram com o Serge. Ele falou-lhes da importância de rezar a Maria e porque era Domingo contou-lhes as histórias dos Mistérios Gloriosos do terço. Os mais pequenos tiveram a oportunidade de colorir desenhos desses Mistérios e de construírem uma dezena para rezarem em casa.






 Enquanto isso, eu atualizei a informação das seis bilhas das Famílias de Caná, numa apresentação de Power Point, alternando com fotos da nossa Família ao longo das seis bilhas. Muita conversa surgiu entre cada bilha e a certeza nos nossos corações da urgência da união das famílias, de chamar Deus para dentro das nossas casas, para o nosso casamento e para o coração dos nossos filhos. Depois e porque estamos no mês de Maria, focalizámo-nos na sexta bilha : Consagração e Rosário.

No ensinamento deste mês, a Teresa diz-nos:

"As Famílias de Caná consagram-se a Nossa Senhora no início da sua caminhada, e fazem-no num impulso de amor e de confiança que só os pequenos e os simples possuem. As Famílias de Caná não esperam pelo seu amadurecimento espiritual ou por uma formação específica para se entregarem, sem reservas, nos braços da Mãe." (...)
"Assim também as Famílias de Caná se confiam aos cuidados da mãe antes de serem dignas dessa mesma mãe, antes de serem capazes de viver plenamente, ou mesmo parcialmente, o seu compromisso e os restantes ensinamentos da Igreja. A nossa consagração é o ponto de partida, não o ponto de chegada."

É com esta atitude de desejarmos ser pequeninos e simples nas mãos de Maria, que queremos caminhar na nossa comunidade, estando atentos às famílias à nossa volta, partilhando o que temos/somos e trazendo e cultivando a verdadeira vida e alegria que é Jesus na nossa família.

O momento do lanche é sempre animado!


E porque todos nós temos duas mães: uma biológica e uma espiritual: Maria,  da parte da tarde o nosso momento de oração familiar foi na capela do Seminário. No dia da mãe e de olhos voltados para a imagem de Maria, a Clarinha pediu para dizer sozinha em voz alta a consagração de Nossa Senhora Auxiliadora, mãe de Caná:

“Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná,
Consagramos-te hoje e sempre a nossa família.
Confiamos na tua intercessão de mãe,
Para que o vinho da fé, da esperança e do amor
Nunca acabe em nossa casa.
Faz de nós servos do Senhor, como tu,
E ensina-nos a fazer tudo o que Jesus nos disser.
Ámen!”


Ela estava muito contente porque já tinha decorado toda a oração! Rezámos uma dezena oferecendo os nossos corações e as nossas famílias, por cada Avé Maria, os pequeninos ofereciam uma florinha a Maria.  


Que alegria! 
Obrigada Maria, nossa querida mãe, por esta tarde que abriu os nossos corações...

Ficou a promessa e o desejo de criarem os seus cantos de oração, com uma imagem de Maria... quem sabe se em breve não apresentarei aqui as fotos?


No final, a Clarinha agradeceu a Jesus pelo dia tão bom e numa questão de segundos consegui tirar esta foto





“Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná, ensina-nos a fazer tudo o que Jesus nos disser!”



segunda-feira, 30 de março de 2015

O nosso primeiro encontro de Famílias em Proença-a-Nova/ Famílias de Caná

Sinto-me abençoada por Deus pela oportunidade deste nosso primeiro encontro de famílias, em Proença-a-Nova. Senti que apesar de não conhecer a maioria das famílias, todas elas nutriam em seu coração a necessidade de união entre famílias, a ideia de sermos suporte e intercedermos  uns pelos outros, da partilha e serviço ao próximo e da nossa comunidade, " servir sem esperar nada em troca" como afirmou o Padre Paco. Estamos dispostos a fazer este caminho de união e de nos aproximarmos e descobrirmos a presença de Deus na nossa vida, capaz de operar milagres...
Foi um encontro muito simples com as famílias, com a presença do Padre Paco e muito calor humano e sorrisos das crianças.

No primeiro encontro meditamos na raiz Bíblica das Famílias de Caná: as bodas de Caná (João 2). 
Preparei uma mesa com uma vasilha de barro e com um jarro cheio de água. 



 " O nosso matrimonio, a nossa família é este ambiente de festa que o senhor quer ser convidado a participar, junto de sua mãe. Andamos muito preocupados e ocupados com tantas coisas que nos esquecemos de Deus na nosso dia-a-dia. Dentro da nossa família, dentro do nosso coração há algo que só pode ser preenchido pela presença de Deus. Podemos tentar preencher esse espaço com bens materiais, pessoas mas é em vão... só Deus preenche.  
Jesus é discreto na nossa vida mas está sempre lá à espera de ser convidado para nos trazer a verdadeira alegria. Nossa Senhora está sempre atenta ás nossas necessidades e intercede por nós a Jesus:  “ Não têm vinho!”
Vinho simbolo da alegria e a água simbolo da vida. Esta falta de vinho na nossa família, é a falta da alegria, falta de união... Jesus transformou a água em vinho. É isso que ele quer fazer na nossa vida também, transformar a água, a nossa vida cheia de preocupações, angústias, tristezas em vinho, em alegria verdadeira e renovação."

Cada família foi convidada a pegar no jarro de água e simbolicamente a colocar nessa água toda a sua vida, preocupações, projetos, impossíveis... e a despejar um pouco de água na vasilha de barro. Simbolicamente todas as famílias depositaram naquela água tudo aquilo que precisava de ser transformado em vinho. Juntos com a pagela na mão recitámos a consagração a Nossa Senhora Auxiliadora, mãe de Caná:

“Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná,
Consagramos-te hoje e sempre a nossa família.
Confiamos na tua intercessão de mãe,
Para que o vinho da fé, da esperança e do amor
Nunca acabe em nossa casa.
Faz de nós servos do Senhor, como tu,
E ensina-nos a fazer
Tudo o que Jesus nos disser.
Ámen!”


Enquanto isso as crianças faziam festa lá fora, depois de ouvirem a história de David e Golias e terem feito as suas pinturas, o padre Paco juntou-se ao grupo e apresentou-lhes os animais do seminário: os bois, as galinhas, os coelhinhos recém-nascidos e ...







...a sua ovelhinha chamada olá.



O lanche foi um momento de partilha e conversa...


 Depois seguiu-se um pequeno momento de oração dos mais pequenos: cada um com uma flor na mão fez a sua oração espontânea : " Obrigada Jesus..." e ofereceram essa flor a Nossa Senhora, por fim todos contentes mostraram aos pais as suas pinturas...




Obrigada a todas as famílias que abriram os seus corações e participaram neste encontro! Aprendi e aprenderei muito ainda com todos vós! Que esta semente lançada dê muito fruto nas nossas vidas, nas nossas famílias e em tantas outras famílias que se juntarão a nós...