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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A dor e alegria na Quaresma

Os dias de chuva têm sido muito bem aproveitados, o Gabriel adora as suas experiências...


A Clarinha e a Sofia as suas pinturas e brincar com os bebés...



Ou então pegarem nos patinhos bebés...


ou visitar as cabritas que já nasceram...



 Temos dedicado mais tempo à palavra e Deus em família e os nossos serões são cada vez mais divertidos com jogos que todos participam. Para mim, mesmo no meio de dificuldades, preciso de encontrar todos os dias momentos de partilha e alegria em família, momentos em que nos divertimos. 


Dias antes do início da Quaresma, contemplávamos no canto de oração e eu meditava na dor e na alegria da cruz. Não há verdadeira alegria que não tenha sido gerada com alguma dor e não há dor que não venha para nos mostrar uma nova alegria, um novo caminho a seguir para nos tornar melhores. Isto acontece em tudo na nossa vida. A alegria e dor são inseparáveis e é preciso amá-las para seguir o Senhor. Alegria sem alguma dor é passageira, não criou raízes no nosso coração. E se vivemos a dor, fechados em nós mesmos e não nos agarramos à alegria das promessas de Cristo, perdemos uma grande oportunidade de descobrirmos uma alegria e força que o Senhor nos quer mostrar. Os verdadeiros momentos de alegria que o Senhor me mostra na minha vida surgem não por sorte, mas com o meu esforço, com a minha entrega e alguma dor em alcançá-los. Se amamos e o nosso amor não nos causa alguma dor, sacrifício e esquecimento de si é porque o nosso amor ainda não é maduro. Toda a mãe sabe não há coisa mais bela que ter um filho nos braços e vê-lo crescer, mas por detrás dessa grande alegria há muito trabalho, noites sem dormir, sacrifícios. Mas que peso tem tudo isso relativamente à alegria da sua presença?  



Nesta Quaresma quero mergulhar na alegria da nossa salvação, fruto da entrega, do amor e sofrimento do Senhor na sua paixão na Cruz. Quero ser o rosto alegre de Cristo e viver sem medo as dores da vida compreendendo que não há dor sem alegria.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

A Sagrada Família

No Domingo seguinte ao Natal,  tivemos a bênção de receber a imagem da Sagrada Família na nossa casa. Dia em que celebrávamos como Igreja a Sagrada Família, a Clarinha ofereceu muitas flores que apanhou pelo campo a Jesus. De noite, o cantinho de oração ficou iluminado a noite toda pela "lamparina de Caná" num recipiente com azeite. 
Antes de me deitar, e estando a casa apenas iluminada pela lamparina, olhei para o canto de oração. A sensação interior que tinha era de que ele tinha a presença viva do Senhor. E aí contemplava-o...



Na simplicidade , fragilidade,  pobreza e beleza do presépio contemplo a essência de todas as coisas e vejo a minha pobreza, fragilidade. Compreendo que a família que caminha unida a Deus, que o busca verdadeiramente nada tem a temer do mundo. Cada família que caminha unida ao Senhor é um sacrário vivo da Sagrada família e ela caminha ao seu lado. Precisamos urgentemente de Sacrários vivos da Sagrada Família, famílias capazes de confiar em Deus, de darem testemunho, que não esperem situações nem pessoas perfeitas para servirem mas que entreguem aquilo que são, com as suas limitações a Deus.




Dar testemunho começa em casa e é muito simples. Por exemplo, se rezarmos todos os dias o terço antes das crianças dormirem, em pouco tempo todos os bonecos lá de casa já o sabem rezar também...



quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Dia 20, um dia em cheio...

A poucos dias do nascimento do Senhor, depois dos ensaios e da Santa Missa na nossa comunidade, o grupo da catequese apresentou uma peça de Natal para toda a comunidade dentro da Igreja, depois da benção final do padre Paulino. Uma prenda para o Senhor...


Os meninos andava a treinar a peça que durou 30 minutos já há muitas semanas. A nossa querida catequista Ana Maria apresentou-nos um guião cheio de passagens e com muitas músicas.
A presença e a ternura do nosso "menino Jesus" e de Maria tornaram o ambiente cenário de contemplação... 



O Gabriel e a Clarinha participaram e até eu tive papel na história. Que alegria!


Mas o dia não ficou por aqui. O almoço foi apressado pois já faltada pouco tempo para as 15h e iriamos estar mais uma vez juntos para rezarmos com as famílias de Caná. A Aldeia da abóboda orientada pelo João e pela Sónia, os nossos queridos amigos, caminha com união e simplicidade. 


À luz dos Mistérios da Fé e conduzidos pelo João procurámos meditar no nascimento do Senhor. Lançámos preces diante do Santíssimo para que o Senhor pudesse nascer naqueles locais da nossa vida mais difíceis e que escondemos...
As crianças foram convidadas a se aproximarem mais perto do Santíssimo e a falarem com Jesus. Depois rezámos todos juntos o terço com a presença do Padre Miguel. Que bênção!
A brincadeira e a conversa estendeu-se até á noite no parque das crianças que andavam animadíssimas no escorrega e nos baloiços.
 Um dia em cheio...

sábado, 26 de dezembro de 2015

Um Santo e Feliz Natal

As nossas orações, cânticos e  brincadeiras à volta do pequeno presépio que o Gabriel e a Clarinha montaram com carinho marcaram  a alegria do Advento deste ano nos nossos corações, a expectativa do nascimento do Senhor nas nossas vidas...




... e também as viagens em que os pequenos colhiam florinhas pelo caminho  para as oferecer ao Senhor na capela mais próxima.




Diante do Santíssimo e aos pés de Jesus recém nascido desejo-vos a todos um Santo e Feliz Natal e faço votos que neste ano o Senhor possa entrar na vossa casa e nos vossos corações de uma forma especial e transformadora.


                           


segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O nosso dia especial de Todos os Santos

Há um dia do ano muito aguardado pelos mais pequenos lá de casa: o dia de Todos os Santos. Durante o ano inteiro se ouvem conversas do que se passou no último Dia de todos os Santos. Pelo menos, é o que tem acontecido desde que estamos na casa da Paz,  há 6 anos. Este é um dia também nosso, também nós nos sentimos próximos  deste grupo de irmãos mais velhos, somos família de todos os santos e caminhamos para lá.  Durante o ano inteiro, recorremos a eles com confiança nas nossas dificuldades, suplicamos a sua intercessão diante do Senhor. 

O dia é sempre vivido na Aldeia com muita alegria e entusiasmo, é um dia para darmos abraços, sorrisos, para agradecermos, para visitarmos quem está só e ouvirmos os desabafos de quem já tem idade e só espera o dia de ser chamado pelo Senhor. É um dia inteiramente missionário, ir à casa dos outros, levar alegria.  
"Só espero que para o ano ainda cá esteja para vos dar os bolinhos." " É para mim uma alegria, ver os sorrisos destas crianças",  eram os desabafos de alguns que abriam a porta. 

Este ano os mais pequenos não se cansavam de me lembrar: " Mamã, falta muito para o Dia de todos os Santos?" " Não te esqueças, que temos de estar na casa da Paz no dia dos Bolinhos!"
Os mais pequenos não quiseram faltar. De manhã cedo, estivemos em Cardigos, o Gabriel e a Clarinha, avistaram logo alguns colegas da escola. Em grupo, andámos umas 2 horas sem parar de casa em casa. As crianças levavam uma sacola na mão, batiam na porta de cada casa e cantavam em coro: "Bolinhos, bolinhos em honra e louvor de todos os santinhos!". Do outro lado da porta surgia sempre alguém sorridente com uma mão cheia de rebuçados, bolinhos e uma moeda para oferecer. Com as mãos estendidas e os sacos abertos agradeciam e saiam apressadamente para outra casa. Alguém lembrava: " Não podemos nos atrasar, aproxima-se a hora da missa!"

 

Em pouco tempo chegou a hora da missa. Segredei ao ouvido do Gabriel e da Clarinha: " A bisavó deve estar hoje no altar". Sorri. Sim, não só os santos reconhecidos pela Igreja estavam junto de nós mas também muitos familiares nossos que deram testemunho de Cristo estavam diante de nós no altar naquele instante.

Da parte da tarde, andei eu com os três a pedir os bolinhos pela nossa Aldeia. Gostei muito de conversar com quem nos abria a porta, sempre que cantávamos: " Bolinhos, bolinhos em honra e louvor de todos os santinhos!" Andavam todos tão contentes...









Ainda houve magusto ao fim do dia e ao olharmos para o céu cinzento, ainda apanhámos umas gotinhas de água benta que caia do céu...

Ao serão, ouvimos histórias. Tinha-os desafiado a escolherem um Santo, a mascarem-se e a ouvirmos a história sobre o Santo escolhido.

A Clarinha não hesitou:
- " Eu sou a Santa Filomena. Contas a história dela?" A Santa Filomena está muito presente na nossa casa. Já recorri muitas vezes a ela e sinto a sua protecção. A Clarinha já algum tempo usa o cordão de Santa Filomena e não o larga. Já lhe contei vezes sem conta a sua história e ela nunca se cansa de ouvir.

O Gabriel tinha um fato de cavaleiro do carnaval e disse:
- " Posso ser aquele santo...."
-" São Nuno Álvares Pereira ou São Nuno de Santa Maria?"
-" Sim!"

-"A Sofia é Santa Bárbara."- disse-lhes.
-" Venham ver no computador quem é. Sabem, não se ouve falar muito de Santa Bárbara, vamos conhecer um pouco dela. Sabem, um dia, eu pedi-lhe ajuda. Já não me lembro muito bem em que altura do ano estavámos mas eu estava muito triste e disse-lhe mais ou menos assim: " Santa Bárbara,  não me deixes ficar sem o sacramento da reconciliação nesta altura tão importante. Ajuda-me. Os sacerdotes aqui são poucos ajuda-me a conseguir confessar-me. Passado pouco tempo cruzei-me com um sacerdote. Fiquei muito feliz."
  
Estávamos muito cansados da longa maratona que tínhamos feito, mas felizes. Eles adormeceram em segundos a ouvir-me rezar o terço...

sábado, 24 de outubro de 2015

A coisa mais preciosa...

Durante a nossa oração familiar há umas semanas atrás, ao olhar para o rosto da Clarinha e do Gabriel, disse-lhes:

- "Eu sei bem as partes do dia que vocês mais gostaram. Será que descobrem qual a parte do dia que a mamã mais gostou?" - O Gabriel sem nenhuma hesitação respondeu:
-" Eu sei! Foram aqueles minutos que estivemos perto de Jesus, não foi?"- A Clarinha continuou-
- " Mas, mamã... foi tão pouco tempo..."
-" Sim, é verdade, Clarinha. Foram só uns minutos, mas eu não trocaria nada deste mundo por aqueles minutos. É a coisa mais preciosa que tenho. "
Eles ficaram a olhar para mim durante uns segundos.
Sempre que eu consigo aqueles minutos, ganho o resto das horas do dia...


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Mamã, já tenho três cruzinhas, viste?!

Depois de voltar a explicar à Clarinha acerca de ainda ser cedo para ela  receber Jesus na Santa Eucaristia, ela descobriu uma coisa que a faz ficar feliz e mais próxima de Jesus na altura da comunhão. 
Quando a Clarinha nos acompanhava na fila da comunhão algumas vezes ela ficava parada à espera de receber Jesus e ficava triste e aborrecida a perguntar-me o porquê de o sr. padre não lhe dar Jesus. Numa missa aqui perto que participámos, o sacerdote tinha o hábito de fazer um sinal da cruz quando as crianças acompanhavam os pais na fila para a comunhão. A Clarinha como não estava acostumada, na primeira vez não esperou, mas ficou a pensar que queria receber a cruzinha do sr. padre.
Também aqui, nesta  nova paróquia, há esse hábito tão belo, que faz os mais pequenos se aproximarem de Jesus e participarem do momento da comunhão. Numa das missas que assistimos, eu estava sozinha com os três. A Clarinha estava um pouco inquieta na missa e no momento da comunhão, ao chegarmos à frente da fila, o sr. padre virou-se para a Clarinha e disse-lhe:
-" Deixa-me fazer-te uma cruzinha para seres santa!" Ela sorriu de boca aberta e quando voltámos para o lugar  ela levantou os braços de contente e disse em voz alta:
-" Mamã, já tenho três cruzinhas, viste?!"
-" Chiuu... Está a falar muito alto. Fica quietinha no teu lugar até ao fim". Foi difícil, não dar nas vistas. Ela estava mesmo contente.



terça-feira, 13 de outubro de 2015

As mudanças, as famílias e a alegria III

Com a mudança de casa surge naturalmente a mudança do grupo de catequese. O Gabriel que passou para o 4ºano da catequese estava um pouco ansioso para saber quem seriam os seus colegas novos na catequese. Como agora estamos inseridos numa pequena comunidade paroquial perto da nossa casa, o ambiente é também muito familiar e próximo. No primeiro dia da catequese, eu fui com o Gabriel, também eu estava ansiosa por cumprimentar as outras catequistas e sentir o ambiente geral. Estavam poucas crianças para a catequese de todos os anos, cumprimentei os meninos e as catequistas e disponibilizei-me para ajudar no que fosse preciso. A catequese em comunidade na paróquia, é de fato, uma oportunidade para chegar a mais famílias e conhecer outras realidades. O Gabriel lá ficou com o grupo todo o resto da catequese. Com isto tudo, a Clarinha, voltou a fazer a mesma pergunta:
- "Porque eu ainda não posso receber Jesus?"
-" Clarinha, ainda és pequena para receber Jesus. Sabes, tens de ir à catequese como o mano, tens que te confessar ao Sr. Padre e saber pedir perdão das vezes que não fazes aquilo que a mãe te pede e tens que estar mais atenta na missa. Tu sabes isso, eu já te tinha explicado, não é?"
-" Mamã, eu posso confessar-me quando o mano for?"
-" Podes, tu sabes quais são as coisas que fazes mal para pedir desculpa a Jesus?"
-"Sim, mas tu podes-me ajudar? E se o padre ficar zangado?"
-" Não tens que ter medo do padre, Clarinha! É Jesus que está a ouvir-te no lugar dele, sabias? Além disso, o padre nunca vai ficar zangado contigo, pelo contrário, ele vai abençoar-te no fim e o teu coração vai ficar limpinho!"  
-" É hoje que nos vamos confessar?"
-" Hoje ainda não. Mas em breve iremos."

Uns dias antes do segundo dia de catequese a Clarinha disse-me num pulo, olhando nos meus olhos:
- " Mamã, também quero ir à catequese com o mano!" 
-" Bom,... podemos perguntar às catequistas. Sabes Clarinha, durante a catequese  tens de estar quietinha e escutar muito bem o que a catequista estiver a falar de Jesus. És capaz? 
-" Sim... É muito difícil?" 
- " Bom, ainda não sabemos se as catequistas vão deixar, pois ainda só tens 5 anos. Os meninos usam um livro na catequese, mas tu ainda não sabes ler." Ela olhou para mim, com um ar pensativo.

No segundo dia de catequese, levei a Clarinha comigo e apresentei-a às catequistas e à catequista responsável explicando o desejo dela de participar na catequese. Receberam-na da braços abertos e ela ficou muito feliz. No mesmo instante fiz a inscrição dela no 1ºano de catequese. E a sua nova amiga também se inscreveu. Que alegria caminharem juntas e se motivando uma a outra na descoberta de Jesus!

- " Mamã, podes-me ensinar as letras?" Eu sorri e pensei, que mais coisas a minha filha me pedirá. Talvez ela possa pôr em prática, o que vai aprendendo comigo, e ler o catecismo do primeiro ano. 
Estamos na aventura das letras e ela tem trabalhado bastante. No intervalo, muitas pinturas a aguarela e desenhos.

Mas não tenham ilusões acerca da santidade da Clarinha. Dos três ela é a mais traquina, cheia de vida, expressiva e comunicativa, mas também é aquela que me dá mais trabalho. É também a mais determinada, aquela que não quer estar parada na missa, pulando para todo o lado e muitas vezes me deixa envergonhada. Mas ela é mesmo assim! Ela tem um desejo grande por Jesus e isso me basta e me consola no meu cansaço, enquanto lhe tendo mostrar o caminho...


quarta-feira, 7 de outubro de 2015

As mudanças, as famílias e a alegria

Já estava cheia de saudades de escrever. Como devem imaginar, tenho muitas novidades para vos contar deste período em que estive mais ausente da escrita mas em que todos vocês estiverem bem presentes nas nossas orações. 
Vejo a escrita neste blog como uma missão, uma partilha que pode chegar longe e levar a alegria da presença do Senhor a mais famílias. Obrigado pelo carinho de todos aqueles que nos seguem e nos escrevem.

Temos vivido um período de muitas bênçãos, muitas mudanças e inicio de novos projetos.

Este ano por motivos do emprego do Serge, estaremos a viver na Capital. É claro, que irei, sempre que possível à nossa casa na aldeia. Apesar das saudades estamos muito felizes e gratos por esta oportunidade. Com a mudança de morada, temos sido muito abençoados com a presença de muitas  famílias no nosso dia-a-dia com quem temos partilhado momentos únicos, a fé e as coisas simples. Hoje elas fazem parte dos nossos corações e dão sentido àquilo que sempre acreditámos : a fé no Senhor é para ser vivida, experimentada, saboreada em comunidade. Mas como se faz isso?  Procurando viver os mandamentos e a lei de Deus indo ao encontro dos outros, de outras famílias. Há muitas famílias isoladas, atoladas de dificuldades e problemas. É preciso estar atento a quem está à nossa volta, abrir o nosso coração aos mínimos gestos. Há um amor imenso que o Senhor quer derramar nas nossas vidas se nos unirmos. Há coisas que só descobriremos acerca de Deus se sairmos do conforto da nossa família e das nossas preocupações e irmos ao encontro do próximo.

Esta partilha entre famílias tem sido muito enriquecedora para todos. A Clarinha e o Gabriel são os primeiros a pular de alegria sempre que estamos com amigos. São gestos simples: uma conversa, uma refeição partilhada, irmos juntos à santa Missa, a alegria de juntos fazemos a nossa oração familiar com outra família em nossa casa a agradecer também pelo dia. Algumas vezes, já fizemos a nossa oração familiar na casa de outra família e é uma alegria para os mais pequenos explorarem e observarem outros cantos de oração. Há pouco tempo, tivemos a graça de estar com uma família com três filhos. Depois do lanche e da animada partilha, antes de nos irmos embora, estivemos juntos no seu cantinho de oração, chamado "cantinho do silêncio" e agradecemos pelo dia. O espaço era muito acolhedor e tocou-me profundamente. Bem no centro, havia uma réplica de um sacrário e dentro tinham a Bíblia, o terço, orações. No início das primeiras comunidades cristãs, o Senhor era adorado em casa das famílias, em comunidade, naquele aconchego de família. Precisamos tanto desta intimidade entre famílias, nesta necessidade de juntos, com mais força sermos tocados pelo Senhor. Sim, desejo muitos momentos de adoração em comunhão com outras famílias!

Que alegria tão grande sermos convidados a estarmos presentes na vida sacramental de outras famílias! Assim aconteceu no batizado do António, filho da Ana e do Miguel. Foi uma alegria estarmos juntos nesta data tão especial para eles e em especial para o pequeno António.
As nossas orações e intenções do dia têm sido mais ricas desde que tivemos a honra de sermos padrinhos do Matias, filho da Sónia e do João Miranda. Foi uma cerimonia linda, celebrada pelo padre Miguel Ribeiro. O padrinho todo contente!



Lá em casa, as brincadeiras não faltam. Seja ao ar livre...

-" Gabriel, o que estão a brincar?"
-" Estamos a fazer papel reciclado, não vês mamã?"
- " Pois, claro...."


Seja em casa...

A nossa querida Sílvia, emprestou-nos um material que fez sucesso cá em casa. São trinta e quatro histórias da Bíblia do Novo Testamento, com cenários e personagens em papel para montar enquanto se ouve a história da Bíblia. Como falar de Jesus ao pequeninos, das edições Paulinas. Quando puder vou comprar, vale muito a pena.





 Mas o sucesso não foi só cá em casa. Durante o encontro em que a família Power deu testemunho da sua vida familiar na Igreja paroquial da Abóboda, as crianças divertiram-se muito com este material. Além da história do filho pródigo, também quiserem trabalhar a História das Bodas de Caná. Mas que belo casamento! Não faltou mesmo nada!

 




Foi tão bom escutar os ensinamentos da Teresa no retiro das familias de Caná na Quinta do Conde...


E ter uns minutos a sós com o Senhor...


Em setembro também foi o aniversário da Clarinha. No dia 24, depois de termos cantado os parabéns na escolinha dela fizemos a viagem de regresso à nossa nova morada. Já estava a escurecer quando tínhamos acabado de chegar.

-" E se convidássemos o João e a Sónia para cantarmos os parabéns à Clarinha e jantarmos juntos? O Gaspar iria adorar, não achas?" perguntou-me o Serge animado.
-" Boa! Se calhar já estão a jantar, mas não faz mal eles já sabem que somos meio malucos e fazermos coisas sem nenhuma antecedência, não é?" Olhámos um para o outro e rimos. Sim, é verdade! Não somos nada normais nestas coisas! Montamos a festa em três tempos e o mais importante é que estavámos juntos naquele momento...



As novidades não terminam aqui e continuam no próximo post...

                                 
( foto de David Costa, http://www.oliveoilstudio.com/, no batizado do António)

sábado, 25 de julho de 2015

Com os olhos a brilhar...

O normal para os meus filhos é verem tratores a passar na estrada, brincarem na terra ou na horta, construírem brinquedos, fazerem caminhadas nos pinheiros. Apesar disso, fico sempre maravilhada  com o entusiasmo e excitação com que brincam, como se realizassem sempre tudo pela primeira vez. A capacidade de verem em tudo coisas novas, quase diria de "nascerem de novo" cada dia e de reinventarem brincadeiras é algo que eu também tenho de pôr em prática nos meus desafios do dia-a-dia que muitas vezes se repetem.






Os olhos do Gabriel e da Clarinha brilharam, quando viram ao longe o comboio e muitos autocarros a passar na estrada movimentada da capital. 

-" Mamã, podemos andar de comboio...por favor!" pediam os dois enquanto olhavam pelo vidro da janela.

Eu que sou lisboeta ( apesar de o meu coração sempre pertencer à Aldeia), vivi até me casar na capital e andei de todos os meios de transporte diariamente, diverti-me imenso a andar de comboio e de autocarro nas ruas movimentadas da cidade com três crianças que não paravam de falar e a observar tudo...


Ri para mim mesma, ao pensar que a mesma reação têm as crianças que nos vêm visitar da cidade, quando observam as cabritas, os tratores ou vão connosco brincar na ribeira...

Ficar com os olhos a brilhar, com o coração cheio de entusiasmo e alegria é tão bom e abre-nos a alma para escutar o que o Senhor nos tem a dizer.

No meu coração ia meditando... 

Quantas crianças são privadas de ficar com os olhos a brilhar e com o coração cheio de entusiasmo com a presença do Senhor? 
 Quantas crianças ainda não descobriram o que é rezar em família? Quantas crianças ainda não tiveram a oportunidade de ficar com os olhos a brilhar simplesmente porque iriam participar num encontro de famílias com outras crianças? 
Se damos oportunidade aos nossos filhos de ter experiências novas que não fazem parte do seu dia-a-dia e que são enriquecedoras porque não lhe damos o presente de estarem com outras crianças a louvar o Senhor?

Venham... Um dia também os vossos filhos chamarão outras crianças e juntos ofereceremos muitos corações ao Senhor!

 

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Uma tocha que queima o Amor Puro do Senhor

Ontem, mesmo antes da nossa oração familiar, a Clarinha choramingava pois doía-lhe uma unha do pé. 
-"Deixa-me ver Clarinha. Onde te dói?" Ela com receio que a magoasse segurou no pé e apontou .
-" É aqui. Dói-me muito mamã, não toques..."- E choramingava de novo.
-" Clarinha, a unha partiu-se um pouquinho e só está presa por um fio. Isso, não é nada! Eu puxo só um pouquinho e esse pedaço sai e não dói nada!"
-" Não mamã, vai doer muito!" E voltava a choramingar.
-"Não queres que eu mexa? Ok. Ela há de cair naturalmente..."
-" Não mamã, se não tirares vai doer muito...!" E voltava a chorar, agarrada ao pé.
-" Clarinha, queres que eu tire ou não? Senta aqui, eu puxo rápido e não vai doer nada, vais ver!" ela voltava  a choramingar e dizia que lhe  doía muito. Chorava porque queria que eu tirasse o pedaço da unha e chorava porque queria que eu não mexesse e insistia: " Vai doer muito, mamã". Mal ela me deu uma oportunidade de me aproximar para ver, nem em 2 segundos resolvi o problema.
-" Já está!"
 Ela parou de chorar e espantada olhou para mim.
- " Então, não doeu nada pois, não?" Ela sorriu acenando-me com a cabeça. Comecei logo a fazer-lhe cócegas na barriga e as duas rimo-nos às gargalhadas e eu pensava em todo aquele espetáculo de choro que ela tinha feito por nada.

Quantas vezes nós agimos assim, quantas vezes temos problemas que Deus vê que estão presos por um fio e Ele próprio nos quer libertar e nós ficamos agarrados a eles, a chorar ora porque queremos ficar sem eles ora porque temos medo que doa ainda mais ficar sem eles...e em vez de abrirmos o coração a Deus  e "entregarmos os pontos", agarramo-nos à nós próprios e achamos que sozinhos é que vamos conseguir alguma coisa...

Quantas vezes estamos agarrados a pequenas coisas e não abrimos mão delas para nos entregar ao Senhor! Até quando teremos a ilusão que temos força alguma para nos libertar dos nossos problemas sozinhos! É uma grande ilusão esta... David só conseguiu derrotar Golias porque ele confiava na força do Senhor. Ele lutou em nome do Senhor e não em nome próprio. Quando é que vamos nos decidir lutar em nome do Senhor? Ou querem continuar a sentir-se derrotados?

Sabem, uma grande parte da minha vida passei-a a sentir-me derrotada... Apesar de buscar de todo o coração o Senhor, eu continuava a sentir-me derrotada... Sabem porquê? Porque sempre que surgia um desafio ou problema eu só usava e contava com as minhas forças humanas. Sempre que nos fechamos em nós próprios, sempre que nos fechamos unicamente na nossa família ou sempre que nos fechamos em alguma situação, a força e o poder de Deus não consegue fluir em nós como poderia.

Descobri, quando comecei a servir mais a Deus, quando comecei a visitar o lar de idosos, a servir na catequese, no grupo de jovens, a dar tempo para levar o Senhor aos outros, que a força que agia em mim não era somente a minha, mas a própria força do Senhor!

Quando uma mãe da família ou um pai de família ou os dois decidem dar a Deus o primeiro lugar, a família não fica a perder antes pelo contrário! A união do casal é maior pois é o próprio Amor de Deus que os uniu no matrimonio que os inflama no amor e além disso, uma casa governada com pessoas agindo pela própria força do Senhor é uma casa alegre, onde os filhos se sentem muito abençoados! E o tempo em família não se mede só pela quantidade mas principalmente pela qualidade e entrega. 

A família que se entrega toda ao Senhor é uma tocha que queima o Amor Puro do Senhor! Não querem experimentar?

Abram os vossos corações e levem o Senhor a outras famílias! As vossas próprias famílias ficarão a ganhar e receberão muito do Senhor... 


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Estar atento à voz de Deus

Das primeiras coisas que faço quando acordo, ainda deitada na cama é invocar o Espírito Santo e pergunto: "Espírito Santo o que vamos fazer juntos hoje? Se não fizermos as coisas juntos, vou-me perder de certeza!"
Quando os mais pequenos acordam lembro-os sempre de dizer : " Bom dia Jesus! Bom dia Nossa Senhora!"
Apesar de estar em casa e ser responsável pelas tarefas diárias que se repetem vezes sem conta, cada dia é único, cada dia recebo uma inspiração nova e aprendo muitas coisas. Nunca sei ao certo o que vai acontecer, não sou muito de fazer muitos projetos ou de planear as coisas com muita antecedência e mesmo quando tenho que planear, estou sempre atenta a tudo aquilo que vou recebendo no meu coração. Procuro estar atenta a tudo o que acontece e perceber o que realmente Deus quer que eu faça. Para mim uma das coisas que me traz felicidade no meu dia-a-dia é esta atitude que eu peço sempre em oração: " Esvazia-me Senhor em cada dia, ajuda-me a ser leve, ajuda-me a não  ser esmagada pelo peso das preocupações, a não querer saber tudo, nem a controlar tudo, ajuda-me a estar presente em cada instante Contigo, não deixes que eu Te perca de vista enquanto faço as minhas tarefas,  para que Tu venhas e possas me encher da Tua vontade, com os Teus planos para mim. "
 Durante o dia enquanto o Serge trabalha fora, nós trabalhamos em equipa lá em casa.Trabalhamos para um bem comum que é ajudarmo-nos mutuamente nas tarefas.O Gabriel e a Clarinha fazem uma boa equipa e até brincam quem é o primeiro a acabar de arrumar os brinquedos todos. Quando todos colaboram há tempo para dançar, para passear, para fazer os trabalhos manuais que eles gostam.
É uma alegria ter três filhos lá em casa! Há muita brincadeira ao longo do dia, muita alegria, muita conversa e muitas vezes barulho... As brincadeiras em casa vão acontecendo naturalmente. Eles ficam muitas vezes  a brincar sozinhos na sala enquanto eu estou na cozinha que é ao lado ou no piso de cima e o Gabriel fica encarregue de manter a ordem e ver se está tudo bem. Deixei de ser uma mãe galinha para passar a ser uma mãe radar. Eu explico melhor, deixei de estar sempre em cima deles a observá-los e passei a só estar atenta aos perigos. Fora de perigos como a estrada e outros possíveis acidentes, deixo-os à vontade para explorarem, brincarem e resolverem os seus problemas e desafios. O meu radar só não deteta situações como estas...


Mas eu alegro-me, pois todos os dias tenho novas oportunidades para dar umas gargalhadas!

Às vezes há cantos de oração por todo o lado...


Quando estão sozinhos a brincar a sua criatividade voa alto. A Clarinha esteve a brincar às Famílias de Caná imaginem...



O Gabriel fica horas e horas a construir aviões, barcos e a imaginar coisas novas para construir...



Mais tarde, encontrei os três a fazer uma festa: com umas tiras de papel brincaram e brincaram...
Como é possível darem pulos de alegria com uma coisa tão simples e tão banal? Cá em casa,  descobrem-se sempre novos brinquedos todos os dias....



Depois de arrumarem a sala toda, lá colocam os bonés e brincam na terra, andam de bicicleta. Hoje, ao visitarmos os patinhos da minha mãe levámos a máquina fotográfica para tirarmos uma fotos. Não estão muito lindos e crescidos?





 Às vezes, Deus chama-nos a visitar os outros, a sair do nosso conforto e a dar um pouco do nosso tempo para ser a presença de Deus...

" Meninas, estão prontas para sair?"