terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A festa da família e a Ordenação Sacerdotal

Domingo foi um dia de festa não só para a nossa família mas também para a Igreja: o meu primo Luis Farinha foi ordenado sacerdote. Ele estava na Colombia em missão junto dos indígenas e vai voltar para servir essa comunidade. Só Deus sabe os sacrifícios e obstáculos que tiveram de ser contornados para que se concretizasse este dia. Estamos muito felizes! O Luís é meu padrinho de casamento e padrinho de batismo da Clarinha. Já fazia anos que pediamos a Deus esta graça na nossa oração familiar. Depois de muitas orações fomos abençoados com muitas graças.

Como fui ler a primeira leitura, a minha tia reservou a primeira fila para a nossa família. As crianças estavam muito atentas, foi a primeira vez que assistiamos a  uma ordenação e confesso que fiquei emocionada. Foi muito especial...

Eu tenho um grande carinho e admiração pelos sacerdotes. Um dos hábitos que temos em família é rezar sempre pelos nossos sacerdotes e por sacerdotes amigos. Tenho como irmãos espirituais e recorro a eles, os sacerdotes santos: Dom Bosco, S. Pio Pietrelcina, São João Maria Vianney e tenho lido sobre um sacerdote espetacular : padre Emiliano Tardif.
Se há umas décadas os sacerdotes eram apoiados e admirados, nos tempo que correm eles se sentem muito sozinhos. Nunca os sacerdotes se sentiram tão sozinhos e sem acolhimento nas paróquias como hoje... Precisamos de apoiar famílias mas também os sacerdotes.
Como disse no final da missa ao cumprimentar o Sr. Bispo: " As famílias têm de caminhar junto com os sacerdotes".
Sem famílias que rezem não há vocações e sem sacerdotes não há sacramentos: a fonte de graças para que as famílias se santifiquem...
Nunca me vou esquecer da bênção que o meu primo, já sacerdote, fez sobre a nossa família pedindo a bênção de Deus. Senti a presença de Jesus vivo ali no meio de nós!

 




Rezem pelos sacerdotes, saibam dar acolhimento nas paróquias, reconheçam neles a presença viva de Jesus! Sem eles como podemos chegar ao céu?


quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Semana da leitura e os Santos pastorinhos de Fátima

Como tem acontecido em anos anteriores, a Semana da leitura está a decorrer na escola. E tal como nos anos anteriores tive o privilégio de ser convidada a contar uma história para os meninos do Infantário e do 1ºciclo . Ainda se lembram da primeira história que contei? ou desta? 
Mal recebi o convite pensei logo em levar um livro de histórias que fizesse sucesso cá em casa, depois das histórias da Bíblia, a história de santos são sempre a minha opção.

A Clarinha e a Sofia gostam muito dos episódios da vida de Lúcia quando ela era pequenina, principalmente dos disparates que fazia com muita inocência e as aprendizagem que a mãe lhe ensinava. Sim, foram os episódios dos disparates inocentes que fazia que contei às crianças e falei muita da importância de dizer sempre a verdade. O mais engraçado disto tudo é que o meu dia de contar história calhou mesmo no dia de Santa Jacinta e Francisco Marto. É claro que aproveitei para falar também deles e de como era a vida no campo e na família. Foi muito bom!
A professora desafiou-os a partilharem disparates que tenham feito e se ao reconhecerem-nos foram capazes de pedir desculpa e contar sempre a verdade. Foi muito engraçado!
Para terminar tinha levado uma imagem dos três pastorinhos e de Nossa Senhora para eles colorirem.
Aqui fica o livro. Vale a pena partilhar!

                                        Lúcia - A Vida da Pastorinha de Fátima

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O acolhimento

Tenho observado que o acolhimento é um dos tesouros, que junto com a palavra de Deus mais almas alcança para a Igreja.
Saber acolher o próximo não se limita simplesmente a recebê-lo em nossa casa e dar-lhe todas as comodidades. Nem tão pouco consiste em construir confortáveis, espaçosas Igrejas e avisar o horário da missa. O acolhimento vai para além de todos os gestos físicos, protocolos e boa educação que possamos ter, é uma disposição do nosso coração para chegar mais perto do coração e das necessidades do próximo e levá-lo a ver a vida com os olhos de Deus. É de tudo fazer para que o próximo se sinta acompanhado e amparado nos seus passos. É conquistar o seu coração. É não ter receio de dizer a verdade, é levá-lo acima de tudo para Deus...

O verdadeiro acolhimento é amor. E ninguém que está longe, se aproximará verdadeiramente da Igreja e dos sacramentos se não sentir este amor, este acolhimento. Muitas vezes, nem são precisas palavras, pois a presença e testemunho fala por si.

Na Igreja precisamos de quem deseja conquistar os corações, as almas, ganhá-los para Deus e precisamos de corações capazes de aceitar convites e que estejam abertos a experimentar tudo  aquilo que ainda não conhecem.
É importante saber acolher e é igualmente importante saber deixar-se acolher pelos outros, pois em tudo caminhamos e crescemos juntos.

Quem nos conhece sabe que a nossa casa é pequena e simples. Muitas vezes o Serge me chamava à atenção e me dizia: " Toda a gente nos convida e tu nunca convidas ninguém para vir a nossa casa."
No meu pensamento só via as limitações, a falta de coisas, de espaço, enfim... Mas Deus tem me libertado de todas essas coisas e me dado experiências riquíssimas de famílias numerosas que têm dormido cá em casa. E se há coisa que não falta cá em casa é calor. Sim, o calor da lareira mas principalmente o calor humano das nossas conversas partilhas, sonhos impossíveis, das brincadeiras das crianças, enfim... É muito bom!Quando estamos juntos, até parece que não temos filhos, pois eles brincam juntos e nunca pedem atenção.
E como faz falta às famílias de hoje terem a oportunidade de se sentirem acolhidas por outras, partilharem as suas vidas. Como faz falta às famílias de hoje, saírem de uma vida independente de tudo, onde não sentem necessidade de Deus, não sentem necessidade de rezar juntos, nem de perderem tempo juntos! Como faz falta às famílias de hoje sentirem esse calor dentro da Igreja e se sentirem em casa sempre que vão à missa!

Há tanta falta de acolhimento à nossa volta! Venham daí! O trabalho é muito extenso e precisamos de trabalhadores.Venham connosco, abram os vossos corações e percam tempo com os outros, venham sem demora... há tantas famílias sozinhas.... Há tantas famílias que abandonaram a fé pela falta de acolhimento de quem vai à Igreja!

Sabem, não era verdade quando eu dizia que não haviam famílias para rezar.   Na verdade, não existem falta de famílias mas existe falta de acolhimento. É algo que temos de construir nos nossos corações, pedindo a Deus a graça. As famílias na minha paróquia e na vossa paróquia são numerosas e esperam sentir do nosso e vosso testemunho este acolhimento. E na verdade, todos buscamos este acolhimento. Sejamos nós os primeiros a dar o exemplo!


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Crescer no Amor

Passados dois anos cá estamos de novo. A nossa família cresceu não só em quantidade mas também em experiências com outras famílias. A mais pequenina da família chama-se Miriam.  O Gabriel está com 11 anos, a Clarinha com 7 anos, a Sofia com 4 anos e a Miriam com 1 ano.

A nossa oração familiar diária também foi crescendo, muitas vezes é barulhenta com música e dança das pequenas, ou com a interrupção dos mais velhos porque queriam agradecer mais alguma coisa ou simplesmente com a mistura do cansaço e choro da Miriam. Outras vezes, é mais silenciosa com os pequenos aninhados no nosso colo...

Rezar em família é sem dúvida o ponto essencial no crescimento e fortalecimento da família. Sem oração não há crescimento espiritual, não há intimidade com Deus, não há a graça do Espírito Santo, nem Nossa Senhora consegue realizar grandes obras na nossa vida... sem oração somos estéreis no Amor. Através deste simples gesto, reunir a família e falar com Deus: agradecendo, rezando, dançando, cantando, pedindo, suplicando... Deus vai operando na nossa vida.
Nos tempos em que vivemos, mais do que nunca, a família que não reza fica vulnerável a tudo, especialmente ao resfriamento no Amor, que é a causa inicial que leva a todos os males na família. Só quem reza recebe a graça e a presença do Espírito de Deus, e como eu digo cá em casa: " Só o Espírito Santo nos pode trazer a paz, a alegria e a sabedoria" para cada dia.

Se querem a vossa família unida, com paz, alegria e sabedoria, mesmo no meio das dificuldades, rezem, rezem sempre. Rezar  não é uma questão de sentimento, se tenho vontade ou se estou simplesmente aflito com um problema. Rezar é muito mais do que isso, é estabelecer uma aliança de união e amor com  Deus, é desejar caminhar lado a lado e em tudo depender Dele, seja no sofrimento como na alegria. Sempre que rezamos crescemos um pouco no Amor.

Há dias em que me parece que tudo é muito complicado e pintado de cinzento mas quando me apercebo, volto o meu olhar para Deus e rezo. A maior parte  deste cinzento desvalece e fica sem importância. Com a oração Deus ilumina a nossa maneira de ver as coisas, de lidar com elas. É isso que faz a diferença.

Pode parecer muito difícil rezar o terço todos os dias com crianças mas eu fico espantada com aquilo que Nossa senhora realiza nos seus corações através do nosso esforço para o fazermos diariamente. É mesmo Deus que realiza tudo em nós. Se nos esforçarmos verdadeiramente, Maria derrama abundantes graças. Só sabe quem experimenta, temos de arriscar sempre um bocadinho mais...

Das coisas mais maravilhosas que temos feito ultimamente é rezar com outras famílias. Como é maravilhoso rezarmos todos juntos, vermos os nossos filhos rezarem o terço com os seus amigos.
Que testemunho mais belo de catequese, que união, que partilha!

Muitas vezes medito: porque há famílias que têm fé e facilidade para acolher Deus e outras tão fechadas? Porque uns têm o dom da fé e outros não?

A fé é um dom. É um dom que Deus concede gratuitamente mas Ele quer que façamos parte desta graça. Quem reza e tem fé acaba por se achar abençoado e especial, achando que a sua conversão mais profunda de fé é devida apenas aos seus esforços humanos. Eu acredito sinceramente que, cada família hoje que tem fé e reza é fruto da oração, sacrifício e intercessão de outra pessoa seja aqui na terra ou no céu. Sempre que alguém se sacrifica, dobra o joelho, reza, é obediente e agradável a Deus está a abençoar muitas pessoas à sua volta. E Deus concede o dom da fé e a conversão.
Só no céu saberei quem intercedeu e alcançou as graças para que a minha alma não se perdesse. E sinto muita gratidão por este gesto de amor no qual fui alcançada. Se Deus me concedeu a mim o dom da fé e eu vejo os seus frutos,como posso não me esforçar para que mais e mais famílias possam receber as mesmas graças e serem igualmente abençoadas como eu sou? Se há muitas famílias sem o dom da fé e perdidas a responsabilidade é minha, é vossa! Há muito poucas pessoas que rezam com o coração e se sacrificam é por isso que há tanta falta de fé....Deus quer alcançar todas as famílias mas precisa da vossa oração, sacrifício, da vossa presença generosa para ir buscar quem está nas periferias, longe do Amor de Deus! 

Ser família de Caná é este estilo de vida familiar onde procuramos crescer em família mas também crescer entre famílias na partilha do Amor de Deus.

O fim-de-semana de Carnaval foi exemplo desta partilha na oração, brincadeira, união. Recebemos  a nossa querida familia Atalaia. Os momentos foram maravilhosos e falarei deles noutro post. Aqui ficam algumas fotos e o testemunho deles:






"No fim de semana de carnaval rumámos até ao norte e depois de cerca de 200km chegámos à casa dos nossos queridos amigos Almeida!
A alegria de estarmos juntos era imensa. Entre todos, dos pequenos aos maiores, todos nós, saboreámos a amizade. Fomos tão bem acolhidos, que nos sentíamos em casa!
E as experiências que partilhámos, o que aprendemos! Visitámos animais da quinta (os patinhos, as cabritas, os coelhinhos), as crianças tiveram a experiência de ordenhar e fazer queijo fresco! De apanhar laranjas da árvore, brincar até mais não!
Ao serão, cantámos e louvámos a Deus, rezámos o terço e de seguida, com o cansaço do dia, ninguém hesitou em ir para a cama!
No domingo, fomos à Missa na paróquia de Cardigos e mais uma vez sentimos a alegria de sermos irmãos! O pároco com delicadeza e uma sensibilidade tocante cumprimentou as crianças, deu-nos as boas vindas com alegria e sentimos que ser cristão, independentemente da paróquia, do movimento, é ser irmão acima de tudo. Como é bom tantos e diferentes irmãos, com diferentes talentos!
Depois da Missa, seguiu-se um encontro com as famílias da catequese, do volume em que a Rute é catequista. Só pudemos agradecer o convite a participar. Era dia de N. Sra de Lourdes, ouvimos a história da Santa Bernardette e partilhámos a oração. E, ainda aprendi uma canção nova que já fez sucesso cá em casa, e no volume da catequese onde sou catequista.
Tanto nos é oferecido, quando nos dispomos apenas… a sair do sofá! "