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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

A dor e alegria na Quaresma

Os dias de chuva têm sido muito bem aproveitados, o Gabriel adora as suas experiências...


A Clarinha e a Sofia as suas pinturas e brincar com os bebés...



Ou então pegarem nos patinhos bebés...


ou visitar as cabritas que já nasceram...



 Temos dedicado mais tempo à palavra e Deus em família e os nossos serões são cada vez mais divertidos com jogos que todos participam. Para mim, mesmo no meio de dificuldades, preciso de encontrar todos os dias momentos de partilha e alegria em família, momentos em que nos divertimos. 


Dias antes do início da Quaresma, contemplávamos no canto de oração e eu meditava na dor e na alegria da cruz. Não há verdadeira alegria que não tenha sido gerada com alguma dor e não há dor que não venha para nos mostrar uma nova alegria, um novo caminho a seguir para nos tornar melhores. Isto acontece em tudo na nossa vida. A alegria e dor são inseparáveis e é preciso amá-las para seguir o Senhor. Alegria sem alguma dor é passageira, não criou raízes no nosso coração. E se vivemos a dor, fechados em nós mesmos e não nos agarramos à alegria das promessas de Cristo, perdemos uma grande oportunidade de descobrirmos uma alegria e força que o Senhor nos quer mostrar. Os verdadeiros momentos de alegria que o Senhor me mostra na minha vida surgem não por sorte, mas com o meu esforço, com a minha entrega e alguma dor em alcançá-los. Se amamos e o nosso amor não nos causa alguma dor, sacrifício e esquecimento de si é porque o nosso amor ainda não é maduro. Toda a mãe sabe não há coisa mais bela que ter um filho nos braços e vê-lo crescer, mas por detrás dessa grande alegria há muito trabalho, noites sem dormir, sacrifícios. Mas que peso tem tudo isso relativamente à alegria da sua presença?  



Nesta Quaresma quero mergulhar na alegria da nossa salvação, fruto da entrega, do amor e sofrimento do Senhor na sua paixão na Cruz. Quero ser o rosto alegre de Cristo e viver sem medo as dores da vida compreendendo que não há dor sem alegria.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

A Sagrada Família

No Domingo seguinte ao Natal,  tivemos a bênção de receber a imagem da Sagrada Família na nossa casa. Dia em que celebrávamos como Igreja a Sagrada Família, a Clarinha ofereceu muitas flores que apanhou pelo campo a Jesus. De noite, o cantinho de oração ficou iluminado a noite toda pela "lamparina de Caná" num recipiente com azeite. 
Antes de me deitar, e estando a casa apenas iluminada pela lamparina, olhei para o canto de oração. A sensação interior que tinha era de que ele tinha a presença viva do Senhor. E aí contemplava-o...



Na simplicidade , fragilidade,  pobreza e beleza do presépio contemplo a essência de todas as coisas e vejo a minha pobreza, fragilidade. Compreendo que a família que caminha unida a Deus, que o busca verdadeiramente nada tem a temer do mundo. Cada família que caminha unida ao Senhor é um sacrário vivo da Sagrada família e ela caminha ao seu lado. Precisamos urgentemente de Sacrários vivos da Sagrada Família, famílias capazes de confiar em Deus, de darem testemunho, que não esperem situações nem pessoas perfeitas para servirem mas que entreguem aquilo que são, com as suas limitações a Deus.




Dar testemunho começa em casa e é muito simples. Por exemplo, se rezarmos todos os dias o terço antes das crianças dormirem, em pouco tempo todos os bonecos lá de casa já o sabem rezar também...



quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Dia 20, um dia em cheio...

A poucos dias do nascimento do Senhor, depois dos ensaios e da Santa Missa na nossa comunidade, o grupo da catequese apresentou uma peça de Natal para toda a comunidade dentro da Igreja, depois da benção final do padre Paulino. Uma prenda para o Senhor...


Os meninos andava a treinar a peça que durou 30 minutos já há muitas semanas. A nossa querida catequista Ana Maria apresentou-nos um guião cheio de passagens e com muitas músicas.
A presença e a ternura do nosso "menino Jesus" e de Maria tornaram o ambiente cenário de contemplação... 



O Gabriel e a Clarinha participaram e até eu tive papel na história. Que alegria!


Mas o dia não ficou por aqui. O almoço foi apressado pois já faltada pouco tempo para as 15h e iriamos estar mais uma vez juntos para rezarmos com as famílias de Caná. A Aldeia da abóboda orientada pelo João e pela Sónia, os nossos queridos amigos, caminha com união e simplicidade. 


À luz dos Mistérios da Fé e conduzidos pelo João procurámos meditar no nascimento do Senhor. Lançámos preces diante do Santíssimo para que o Senhor pudesse nascer naqueles locais da nossa vida mais difíceis e que escondemos...
As crianças foram convidadas a se aproximarem mais perto do Santíssimo e a falarem com Jesus. Depois rezámos todos juntos o terço com a presença do Padre Miguel. Que bênção!
A brincadeira e a conversa estendeu-se até á noite no parque das crianças que andavam animadíssimas no escorrega e nos baloiços.
 Um dia em cheio...

sábado, 26 de dezembro de 2015

Um Santo e Feliz Natal

As nossas orações, cânticos e  brincadeiras à volta do pequeno presépio que o Gabriel e a Clarinha montaram com carinho marcaram  a alegria do Advento deste ano nos nossos corações, a expectativa do nascimento do Senhor nas nossas vidas...




... e também as viagens em que os pequenos colhiam florinhas pelo caminho  para as oferecer ao Senhor na capela mais próxima.




Diante do Santíssimo e aos pés de Jesus recém nascido desejo-vos a todos um Santo e Feliz Natal e faço votos que neste ano o Senhor possa entrar na vossa casa e nos vossos corações de uma forma especial e transformadora.


                           


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Queres ir ver Jesus?

Domingo passado estivemos em Fátima. Depois da missa às 11h na Basílica da Santíssima Trindade, aproveitamos para nos confessarmos. Estava sentada com os mais pequenos à espera da nossa vez. Naquele silêncio profundo, a Irmã que estava presente naquela hora e que costuma orientar as confissões, sorriu para a Sofia quando a viu sentada no meu colo. Ela encostava-se a mim  com um olhar tímido. A Irmã não desistiu e voltou a sorrir, enquanto estendia os braços, dizendo baixinho:" Vem ao meu colo", mas a Sofia agarrava-se ainda mais a mim. Então, a Irmã aproximou-se ainda mais dela e olhando-a nos olhos disse:" Queres ir ver Jesus?". Nesse mesmo instante ela pulou do meu colo e agarrou com a sua mão pequenina a dela. De mãos dadas percorreram uns metros em direção à imagem de Jesus. Eu fiquei espantada e olhei para o Serge. A Irmã apontou para Jesus e pegando-lhe ao colo ambas sorriram. Nesse instante, a Sofia inclinou-se para a frente para dar um beijinho à imagem de Jesus. Aquele gesto da Sofia fez-me pensar e reacender em mim o desejo de servir o Senhor com prontidão, sem hesitação, o "deixar tudo", o saltar do colo, do meu conforto, e segui-Lo, o escolher o essencial sempre que for chamada. Serei eu capaz de o fazer? Será que eu verdadeiramente também quero "ver Jesus"? 

Que tipo de prontidão o Senhor quer de mim?
Amar, amar até doer no meu dia-a-dia, na vocação que Deus me confiou de mãe de família. Será que aquele esforço que eu faço para deixar tudo organizado na cozinha antes de me deitar agrada o Senhor, ou o esforço de empurrar o carrinho na rua com os três ao meu lado fazendo um desvio para a Igreja só para entrar e dizer:" Jesus, gosto muito de ti!" agrada o Senhor?

Bem que eu gostaria de fazer grandes gestos e passar horas diante do Santíssimo, falar do Senhor por toda a parte...

Mas o Senhor me mostra o quando o consolamos nos pequenos esforços do dia-a-dia, o quão sagrado isso é aos Seus olhos se feito com amor...
Dá-me Senhor um coração puro e simples capaz de Te ver, consolar e agir.

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O nosso dia especial de Todos os Santos

Há um dia do ano muito aguardado pelos mais pequenos lá de casa: o dia de Todos os Santos. Durante o ano inteiro se ouvem conversas do que se passou no último Dia de todos os Santos. Pelo menos, é o que tem acontecido desde que estamos na casa da Paz,  há 6 anos. Este é um dia também nosso, também nós nos sentimos próximos  deste grupo de irmãos mais velhos, somos família de todos os santos e caminhamos para lá.  Durante o ano inteiro, recorremos a eles com confiança nas nossas dificuldades, suplicamos a sua intercessão diante do Senhor. 

O dia é sempre vivido na Aldeia com muita alegria e entusiasmo, é um dia para darmos abraços, sorrisos, para agradecermos, para visitarmos quem está só e ouvirmos os desabafos de quem já tem idade e só espera o dia de ser chamado pelo Senhor. É um dia inteiramente missionário, ir à casa dos outros, levar alegria.  
"Só espero que para o ano ainda cá esteja para vos dar os bolinhos." " É para mim uma alegria, ver os sorrisos destas crianças",  eram os desabafos de alguns que abriam a porta. 

Este ano os mais pequenos não se cansavam de me lembrar: " Mamã, falta muito para o Dia de todos os Santos?" " Não te esqueças, que temos de estar na casa da Paz no dia dos Bolinhos!"
Os mais pequenos não quiseram faltar. De manhã cedo, estivemos em Cardigos, o Gabriel e a Clarinha, avistaram logo alguns colegas da escola. Em grupo, andámos umas 2 horas sem parar de casa em casa. As crianças levavam uma sacola na mão, batiam na porta de cada casa e cantavam em coro: "Bolinhos, bolinhos em honra e louvor de todos os santinhos!". Do outro lado da porta surgia sempre alguém sorridente com uma mão cheia de rebuçados, bolinhos e uma moeda para oferecer. Com as mãos estendidas e os sacos abertos agradeciam e saiam apressadamente para outra casa. Alguém lembrava: " Não podemos nos atrasar, aproxima-se a hora da missa!"

 

Em pouco tempo chegou a hora da missa. Segredei ao ouvido do Gabriel e da Clarinha: " A bisavó deve estar hoje no altar". Sorri. Sim, não só os santos reconhecidos pela Igreja estavam junto de nós mas também muitos familiares nossos que deram testemunho de Cristo estavam diante de nós no altar naquele instante.

Da parte da tarde, andei eu com os três a pedir os bolinhos pela nossa Aldeia. Gostei muito de conversar com quem nos abria a porta, sempre que cantávamos: " Bolinhos, bolinhos em honra e louvor de todos os santinhos!" Andavam todos tão contentes...









Ainda houve magusto ao fim do dia e ao olharmos para o céu cinzento, ainda apanhámos umas gotinhas de água benta que caia do céu...

Ao serão, ouvimos histórias. Tinha-os desafiado a escolherem um Santo, a mascarem-se e a ouvirmos a história sobre o Santo escolhido.

A Clarinha não hesitou:
- " Eu sou a Santa Filomena. Contas a história dela?" A Santa Filomena está muito presente na nossa casa. Já recorri muitas vezes a ela e sinto a sua protecção. A Clarinha já algum tempo usa o cordão de Santa Filomena e não o larga. Já lhe contei vezes sem conta a sua história e ela nunca se cansa de ouvir.

O Gabriel tinha um fato de cavaleiro do carnaval e disse:
- " Posso ser aquele santo...."
-" São Nuno Álvares Pereira ou São Nuno de Santa Maria?"
-" Sim!"

-"A Sofia é Santa Bárbara."- disse-lhes.
-" Venham ver no computador quem é. Sabem, não se ouve falar muito de Santa Bárbara, vamos conhecer um pouco dela. Sabem, um dia, eu pedi-lhe ajuda. Já não me lembro muito bem em que altura do ano estavámos mas eu estava muito triste e disse-lhe mais ou menos assim: " Santa Bárbara,  não me deixes ficar sem o sacramento da reconciliação nesta altura tão importante. Ajuda-me. Os sacerdotes aqui são poucos ajuda-me a conseguir confessar-me. Passado pouco tempo cruzei-me com um sacerdote. Fiquei muito feliz."
  
Estávamos muito cansados da longa maratona que tínhamos feito, mas felizes. Eles adormeceram em segundos a ouvir-me rezar o terço...

quinta-feira, 23 de julho de 2015

O nascimento da Sofia e o Senhor

Dos três partos o único que o Serge não esteve presente foi o da Sofia. Sabíamos à partida que era uma situação que poderia acontecer uma vez que ela iria nascer em Dezembro e o Serge tinha muito trabalho nessa altura. Estávamos à distância de duas horas e tal e como era o terceiro parto tudo podia acontecer. Mas isso não foi impedimento de ter vivido uma experiência muito intensa, eu diria até mais, foi o parto em que eu estive mais próxima do Senhor.
Quando fiz as quarenta semanas fui observada no Hospital.
-" Não há dúvidas, a Senhora está a entrar em trabalho de parto. Fica já internada." Esta foi a indicação que o Serge e eu ouvimos. O nosso olhar foi cúmplice. Estava quase a chegar a hora e até calhava bem pois ele estava ali ao pé de mim.

Fui internada. Quem me observava era unânime: bastava provocar o parto e a Sofia nascia, além disso, ela já devia estar bem pesadinha. Eu sempre desejei respeitar o tempo de cada coisa, esperar o tempo de Deus, estar atenta aos sinais, tentar não interferir. Eu perguntava sempre que era observada:
-" Está tudo bem comigo? Está tudo bem com o bebé?"
Se sim, porque tinha eu que decidir qual o dia em que ela iria nascer? Eu preferi esperar.
Estive internada duas vezes ( porque os médicos me diziam que estava em trabalho de parto, mas na verdade ainda não era a hora), cada uma das vezes, 2 ou 3 dias e na terceira vez que estive internada foi quando a Sofia nasceu.

Enquanto estive internada das duas primeiras vezes, havia alturas que já tinha bastantes contrações que alternavam com momentos em que não tinha nada. Os médicos diziam para eu caminhar para acelerar o trabalho de parto. A verdade é que nunca estive parada e o Senhor me proporcionou uma experiência que jamais me vou esquecer. Dessa experiência guardo muitas memórias que mais tarde espero poder contar à Sofia.

Enquanto caminhava pelos corredores do Hospital, conheci muitas histórias, falei com muitas grávidas, conheci muitas vivências dolorosas, com medos, sem fé. Eu estava lá, quando algumas grávidas entraram de emergência no hospital. Lembro-me de ir cumprimentar várias vezes por dia uma grávida que não parava de vomitar sempre que comia e que estava a soro. E as mulheres que tinham sido internadas comigo pela primeira vez já tinham todas tido os bebés, algumas tive a oportunidade de me despedir e visitar. Enquanto falava com uma grávida no corredor e meditava naquilo que acontecia à minha volta, disse comigo mesma: " Eu tenho que descobrir a capela do hospital!" E comecei a perguntar às pessoas se sabiam onde ficava a capela.
- " Capela?! Mas um hospital também tem capela?" E eu com um sorriso, sem responder, lá continuava  a tentar encontrar informações. Finalmente lá encontrei a capela. Abri a porta e senti um silêncio na alma. Estava vazia. A capela estava muito fresca, havia um silêncio profundo que até se ouvia o eco dos pequenos barulhos ao caminhar.  Falei com o Senhor no meu íntimo. Precisava tanto de sentir a Sua presença junto de mim, ter a graça e a benção do Senhor no parto da Sofia. Pedi também por todos os bebés que eu sabia que iriam ser abortados naquele dia, mesmo após de eu ter tentando falar com algumas mães, elas já estavam decididas...Mas supliquei de novo ao Senhor. Na porta, um contato de telemóvel, do capelão.
Não hesitei. Liguei logo para o número do capelão e disse-lhe: " Eu preciso de me confessar antes da minha bebé nascer!" Ele muito simpático e disponível marcou logo uma hora para me confessar.
Além da confissão, pude receber Jesus. Que alegria para mim! Senti-me tão abençoada, tão cheia de graça!"

Passado poucos dias a Sofia nasceu. Em duas contrações fortes ela saiu. Com a ajuda da enfermeira, eu puxei-a cá para fora e cortei-lhe o cordão umbilical. Ela mal saiu da minha barriga, ficou coladinha a mim, só coberta por uma manta, a mamar. Foi uma experiência fantástica do amor de Deus! Eu só me sentia grata por tudo. Fui encaminhada para um quarto com mais três mães e os seus bebés. 
No dia seguinte, na hora da visita, todas as mães tinham os seus acompanhantes e familiares. Nessa altura, eu estava a falar com uns familiares da mãe da cama ao meu lado. De repente, com um grande sorriso, vejo entrar no quarto o sacerdote que me confessou e uma irmã, que também era enfermeira.
-" Parabéns, mamã! Já soube que teve a sua menina! Venho-lhe trazer Jesus!"
Eu abracei-o e agradeci a visita.Como estava contente de poder receber Jesus de novo!

Ele disse-me:
-" Vamos fazer as orações antes de receber Jesus?" Eu acenei com a cabeça.
-" Em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo..."
Senti o olhar espantado e curioso de quem estava na sala, mas estava tão feliz que depressa me esqueci de tudo à minha volta. Naquela sala, durante uns minutos, dei testemunho público de que era católica e que amava o Senhor. Como eu desejo que o meu testemunho seja toda a minha vida...

Ao me despedir do sacerdote, a minha colega de cama disse-me:
-" Tens muita fé, não é?" Eu não me lembro das palavras, nem da minha resposta mas lembro-me de sorrir, pois estava muito feliz.

Mais tarde, ao deitar-me na cama para descansar, lembro-me de que a minha alegria se misturava com a tristeza de saber que muitas das almas que estavam ali não conheciam a graça de receber Jesus nem a benção que é ter um sacerdote...

Na verdade todos os momentos mais importantes da minha vida:  o meu casamento, o batizado dos meus filhos, os retiros espirituais, a caminhada da Aldeia de Caná em Proença são ou foram marcados com a presença e dedicação de um sacerdote. Sem ele como poderemos receber Jesus?

Partimos do pressuposto que ter perto de nós um sacerdote, é um dado adquirido, mas não é verdade! Quando compreenderemos o valor imenso que é a vida de um sacerdote?
É fácil criticarmos, encontrarmos defeitos... mas alguém se lembra  das dificuldades que eles passam na paróquia? Seremos nós capazes de apoiar, elevar, defender os sacerdotes das nossas paróquias? Um sacerdote é o rosto do Senhor na terra...


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Estar atento à voz de Deus

Das primeiras coisas que faço quando acordo, ainda deitada na cama é invocar o Espírito Santo e pergunto: "Espírito Santo o que vamos fazer juntos hoje? Se não fizermos as coisas juntos, vou-me perder de certeza!"
Quando os mais pequenos acordam lembro-os sempre de dizer : " Bom dia Jesus! Bom dia Nossa Senhora!"
Apesar de estar em casa e ser responsável pelas tarefas diárias que se repetem vezes sem conta, cada dia é único, cada dia recebo uma inspiração nova e aprendo muitas coisas. Nunca sei ao certo o que vai acontecer, não sou muito de fazer muitos projetos ou de planear as coisas com muita antecedência e mesmo quando tenho que planear, estou sempre atenta a tudo aquilo que vou recebendo no meu coração. Procuro estar atenta a tudo o que acontece e perceber o que realmente Deus quer que eu faça. Para mim uma das coisas que me traz felicidade no meu dia-a-dia é esta atitude que eu peço sempre em oração: " Esvazia-me Senhor em cada dia, ajuda-me a ser leve, ajuda-me a não  ser esmagada pelo peso das preocupações, a não querer saber tudo, nem a controlar tudo, ajuda-me a estar presente em cada instante Contigo, não deixes que eu Te perca de vista enquanto faço as minhas tarefas,  para que Tu venhas e possas me encher da Tua vontade, com os Teus planos para mim. "
 Durante o dia enquanto o Serge trabalha fora, nós trabalhamos em equipa lá em casa.Trabalhamos para um bem comum que é ajudarmo-nos mutuamente nas tarefas.O Gabriel e a Clarinha fazem uma boa equipa e até brincam quem é o primeiro a acabar de arrumar os brinquedos todos. Quando todos colaboram há tempo para dançar, para passear, para fazer os trabalhos manuais que eles gostam.
É uma alegria ter três filhos lá em casa! Há muita brincadeira ao longo do dia, muita alegria, muita conversa e muitas vezes barulho... As brincadeiras em casa vão acontecendo naturalmente. Eles ficam muitas vezes  a brincar sozinhos na sala enquanto eu estou na cozinha que é ao lado ou no piso de cima e o Gabriel fica encarregue de manter a ordem e ver se está tudo bem. Deixei de ser uma mãe galinha para passar a ser uma mãe radar. Eu explico melhor, deixei de estar sempre em cima deles a observá-los e passei a só estar atenta aos perigos. Fora de perigos como a estrada e outros possíveis acidentes, deixo-os à vontade para explorarem, brincarem e resolverem os seus problemas e desafios. O meu radar só não deteta situações como estas...


Mas eu alegro-me, pois todos os dias tenho novas oportunidades para dar umas gargalhadas!

Às vezes há cantos de oração por todo o lado...


Quando estão sozinhos a brincar a sua criatividade voa alto. A Clarinha esteve a brincar às Famílias de Caná imaginem...



O Gabriel fica horas e horas a construir aviões, barcos e a imaginar coisas novas para construir...



Mais tarde, encontrei os três a fazer uma festa: com umas tiras de papel brincaram e brincaram...
Como é possível darem pulos de alegria com uma coisa tão simples e tão banal? Cá em casa,  descobrem-se sempre novos brinquedos todos os dias....



Depois de arrumarem a sala toda, lá colocam os bonés e brincam na terra, andam de bicicleta. Hoje, ao visitarmos os patinhos da minha mãe levámos a máquina fotográfica para tirarmos uma fotos. Não estão muito lindos e crescidos?





 Às vezes, Deus chama-nos a visitar os outros, a sair do nosso conforto e a dar um pouco do nosso tempo para ser a presença de Deus...

" Meninas, estão prontas para sair?"




sábado, 20 de junho de 2015

A alegria e a falta dela

Quando comecei a ter maior comunhão com o Senhor e uma vida  de oração diária comecei a perceber claramente no meu dia-a-dia um sinal claro sempre que me afastava dos Seus caminhos....: a falta de alegria. Esta falta de alegria lá no fundo é falta de confiança em Deus e nos seus desígnios. Muitas pessoas nem ligam a este sinal, e acham que é normal. Toda a gente está acostumada a levar uma vida mais ou menos. Mas com o tempo vem o desânimo, a falta de paciência, o reclamar e ....uma bola de neve se segue. 
A alegria verdadeira é uma escolha, não depende se as coisas correm bem ou não, estarmos gratos diariamente por tudo e confiantes que Deus está a caminhar à nossa frente. Para mim a alegria é um assunto sério e não um mero pormenor. A alegria é um fruto do Espírito Santo ( Gálatas 5: 22-23).

É fácil com o cansaço, perder a alegria e viver o dia-a-dia a cumprir obrigações e não sorrir nas coisas simples que acontecem à nossa volta. Sempre que isso me acontece, recorro sem demora ao sacramento da reconciliação, pedindo a graça da confiança em Deus e da alegria para dar testemunho aos outros que quem ama o Senhor é alegre e uma nova força age em mim, a força do Espírito Santo...

Volto para casa e me alegro, pois quando estamos perto do Senhor, bem pertinho, podemos até estar a sofrer, o mundo estar de pernas para o ar, mas sentimos uma alegria, um preenchimento interior que nada nem ninguém pode ocupar, uma segurança, uma fortaleza, um sentimento que temos tudo, vivemos a expressão: 'Só Deus Basta!'. 
Quando o Senhor se faz presente em nós, muitas situações que consideramos boas ou más deixam de o ser e passam a ser neutras. Só desejamos manter esta união com Ele e estamos dispostos a arriscar tudo, a dar tudo para permanecer na Sua graça.

Volto para casa e sorrio novamente com o Senhor bem pertinho de mim, ao ver o gestos de amor da Sofia para com Jesus...


Consigo sentir a excitação e os pulinhos de alegria das crianças, só porque pusemos estrelinhas florescentes no teto do quarto...


Em tudo consigo ver o milagre do amor de Deus...




 E no dom da vida, o meu coração queima de alegria!



E até consigo dar umas boas gargalhadas sem me irritar com as traquinices da Sofia e lembrar-me de quando era criança e louvar a Deus...


-" Sofia..., outra vez a comer comida dos periquitos?!"




Consigo olhar ao fim do dia para as coisas que ficaram por fazer lá em casa e não me entristecer, agradecendo por todos os momentos bons que aconteceram. O meu coração permanece grande, muitas vezes até queima!


Quando escolhemos viver a vida enraizados na alegria, somos fortes! É o Senhor que nos guia! Somos fonte de inspiração para os outros e o rosto vivo do próprio Deus! 


quarta-feira, 17 de junho de 2015

Juntos em família

As férias da escola chegaram e confesso que o meu coração se enche de alegria por ter os meus filhos juntos. Gosto muito de partilhar as minhas tarefas, alegrias e histórias com eles enquanto o dia acontece. O tempo está quente e lá fora há tanta coisa para descobrir, tanta coisa para aprender, tantas histórias para ouvir, tantos passeios para fazer. Podem não acreditar, mas muitas vezes é mais cansativo estar sozinha com a Sofia a realizar as minhas tarefas do que ter os três juntos. O Gabriel já me ajuda muito lá em casa e em três tempos arruma-me a sala. A Clarinha muitas vezes brinca com a Sofia e ajuda-a a sentar-se no bacio ( sim, ela está a aprender). A Sofia pede mais atenção se estiver só comigo, quando chegam os irmãos é uma festa! É claro, que muitas vezes também se chateiam uns com os outros, mas isso significa  mais oração lá em casa, pois logo são chamados a pedir perdão e a dar um beijinho. 
Este trabalho em equipa é fonte de alegria e crescimento para todos. Eu gosto muito de cuidar da minha família, acima de tudo estar junto dela e servi-la com amor nas pequenas coisas. É isto que me faz feliz, são as pequenas coisas, nelas encontro Deus.
Muitas coisas têm de ficar para trás todos os dias para fazermos o que realmente é essencial, nem sempre consigo arrumar tudo lá em casa ao fim do dia, mas para mim o essencial de cada dia é darmos tempo uns aos outros em família, é dividirmos tarefas, é estarmos presentes, é rezarmos juntos. 







quinta-feira, 11 de junho de 2015

É suficiente! Permanece na alegria...

Nossa senhora disse à Santa Mariam: " Lembra-te Mariam, para não seres como aquelas pessoas, para quem nunca é demais o que possuem! Diz sempre: ´ É suficiente!´ Permanece na alegria... O Senhor é bom e enviar-te-á  tudo o que necessitas." Nossa Senhora explicou-lhe que devia receber sempre tudo o que lhe acontecia como vindo da mão de Deus e dar graças por todas as coisas.

É muito fácil olhar para as outras famílias e dizer : " Se eu tivesse isto ou aquilo.... se eu fosse como eles eu estaria melhor!" e mais fácil ainda é reclamarmos da nossa vida daquilo que achamos que podia ser cortado e lançado fora. Nossa Senhora vem-nos dizer que tudo o que temos e nos acontece na nossa vida vem para nos fazer crescer no amor, para nos mostrar algo, nos mostrar o caminho que nos leva a viver tudo o que é verdadeiramente importante na vida, vem para nos mostrar a ser felizes, a nos santificar e unir a Jesus. 

Muitas vezes não é nada fácil pôr tudo isto em prática, mas digo-vos com toda a certeza que vale a pena caminhar nesta direção, pois é a única forma de sermos felizes, não falo de uma felicidade que acontece só quando as coisas correm bem mas falo de uma felicidade que permanece no nosso coração em todas as circunstâncias.

Se vivermos tudo aquilo que Deus nos dá sem reclamarmos mas acreditando que tudo o que temos é suficiente. Sim, suficiente para caminharmos e sermos felizes. Uma porta nova se abre, a porta da confiança em Deus e da paz...

Nos meus pequenos desafios do dia-a-dia, tento por isto em prática. A Sofia acabou de fazer um ano e meio, está muito linda, muito traquina, exploradora. Quem tem crianças desta idade sabe o que isso significa, trabalho. É muito fácil reclamar, e nos queixarmos. Mas será que resolve alguma coisa?Estar com ela 24horas e fazer as tarefas lá de casa é um ótimo desafio para treinar a paciência, para aprender a me alegrar com tudo e a repetir vezes sem conta o mesmo gesto de arrumar o que já estava desarrumado e aceitá-lo com alegria. É cansativo? É. Mas é uma fase que passa e os frutos desta aprendizagem para mim são eternos pois me têm ensinado a dar importância apenas àquilo que é importante, a me desapegar daquilo que é considerado bom ou mau e a ter o meu pensamento em Deus mesmo no meio do caos. Há tempo? Para Deus há sempre tempo. 



quarta-feira, 20 de maio de 2015

As crianças e a alegria das seis bilhas

Uma forma particular de viver a nossa missão de família católica na Igreja é ser Família de Caná.
Hoje quero vos falar da alegria que sentimos cá em casa em levar no nosso coração e na nossa vida as seis bilhas. O que temos vivido em família tem-me mostrado que a proposta das Famílias de Caná é realmente para toda a família e acessível a todos, incluindo os mais pequeninos. As crianças são as primeiras a cumprirem com alegria as seis bilhas com toda a sua simplicidade, na medida do seu entendimento e pureza.


A alegria maior da proposta de ser Família de Caná é essa mesmo: é para toda a família, incluindo até os mais pequeninos, todos podem tocar, "pegar" e pôr em prática! 


Como uma imagem vale mais do que mil palavras, aqui estão algumas fotos que representam um pouco o que é a vivência da alegria das seis bilhas cá em casa pelos mais pequenos.

1ª bilha – Comunhão – Nós, Jesus









2ª bilha – Vida sacramental


 

3ª bilha – A Bíblia

4ª bilha– O canto de oração




5ª bilha – Visitação



 6ª bilha – Consagração e Rosário