- "Porque eu ainda não posso receber Jesus?"
-" Clarinha, ainda és pequena para receber Jesus. Sabes, tens de ir à catequese como o mano, tens que te confessar ao Sr. Padre e saber pedir perdão das vezes que não fazes aquilo que a mãe te pede e tens que estar mais atenta na missa. Tu sabes isso, eu já te tinha explicado, não é?"
-" Mamã, eu posso confessar-me quando o mano for?"
-" Podes, tu sabes quais são as coisas que fazes mal para pedir desculpa a Jesus?"
-"Sim, mas tu podes-me ajudar? E se o padre ficar zangado?"
-" Não tens que ter medo do padre, Clarinha! É Jesus que está a ouvir-te no lugar dele, sabias? Além disso, o padre nunca vai ficar zangado contigo, pelo contrário, ele vai abençoar-te no fim e o teu coração vai ficar limpinho!"
-" É hoje que nos vamos confessar?"
-" Hoje ainda não. Mas em breve iremos."
Uns dias antes do segundo dia de catequese a Clarinha disse-me num pulo, olhando nos meus olhos:
- " Mamã, também quero ir à catequese com o mano!"
-" Bom,... podemos perguntar às catequistas. Sabes Clarinha, durante a catequese tens de estar quietinha e escutar muito bem o que a catequista estiver a falar de Jesus. És capaz?
-" Sim... É muito difícil?"
- " Bom, ainda não sabemos se as catequistas vão deixar, pois ainda só tens 5 anos. Os meninos usam um livro na catequese, mas tu ainda não sabes ler." Ela olhou para mim, com um ar pensativo.
No segundo dia de catequese, levei a Clarinha comigo e apresentei-a às catequistas e à catequista responsável explicando o desejo dela de participar na catequese. Receberam-na da braços abertos e ela ficou muito feliz. No mesmo instante fiz a inscrição dela no 1ºano de catequese. E a sua nova amiga também se inscreveu. Que alegria caminharem juntas e se motivando uma a outra na descoberta de Jesus!
- " Mamã, podes-me ensinar as letras?" Eu sorri e pensei, que mais coisas a minha filha me pedirá. Talvez ela possa pôr em prática, o que vai aprendendo comigo, e ler o catecismo do primeiro ano.
Estamos na aventura das letras e ela tem trabalhado bastante. No intervalo, muitas pinturas a aguarela e desenhos.
Mas não tenham ilusões acerca da santidade da Clarinha. Dos três ela é a mais traquina, cheia de vida, expressiva e comunicativa, mas também é aquela que me dá mais trabalho. É também a mais determinada, aquela que não quer estar parada na missa, pulando para todo o lado e muitas vezes me deixa envergonhada. Mas ela é mesmo assim! Ela tem um desejo grande por Jesus e isso me basta e me consola no meu cansaço, enquanto lhe tendo mostrar o caminho...
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