terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

O acolhimento

Tenho observado que o acolhimento é um dos tesouros, que junto com a palavra de Deus mais almas alcança para a Igreja.
Saber acolher o próximo não se limita simplesmente a recebê-lo em nossa casa e dar-lhe todas as comodidades. Nem tão pouco consiste em construir confortáveis, espaçosas Igrejas e avisar o horário da missa. O acolhimento vai para além de todos os gestos físicos, protocolos e boa educação que possamos ter, é uma disposição do nosso coração para chegar mais perto do coração e das necessidades do próximo e levá-lo a ver a vida com os olhos de Deus. É de tudo fazer para que o próximo se sinta acompanhado e amparado nos seus passos. É conquistar o seu coração. É não ter receio de dizer a verdade, é levá-lo acima de tudo para Deus...

O verdadeiro acolhimento é amor. E ninguém que está longe, se aproximará verdadeiramente da Igreja e dos sacramentos se não sentir este amor, este acolhimento. Muitas vezes, nem são precisas palavras, pois a presença e testemunho fala por si.

Na Igreja precisamos de quem deseja conquistar os corações, as almas, ganhá-los para Deus e precisamos de corações capazes de aceitar convites e que estejam abertos a experimentar tudo  aquilo que ainda não conhecem.
É importante saber acolher e é igualmente importante saber deixar-se acolher pelos outros, pois em tudo caminhamos e crescemos juntos.

Quem nos conhece sabe que a nossa casa é pequena e simples. Muitas vezes o Serge me chamava à atenção e me dizia: " Toda a gente nos convida e tu nunca convidas ninguém para vir a nossa casa."
No meu pensamento só via as limitações, a falta de coisas, de espaço, enfim... Mas Deus tem me libertado de todas essas coisas e me dado experiências riquíssimas de famílias numerosas que têm dormido cá em casa. E se há coisa que não falta cá em casa é calor. Sim, o calor da lareira mas principalmente o calor humano das nossas conversas partilhas, sonhos impossíveis, das brincadeiras das crianças, enfim... É muito bom!Quando estamos juntos, até parece que não temos filhos, pois eles brincam juntos e nunca pedem atenção.
E como faz falta às famílias de hoje terem a oportunidade de se sentirem acolhidas por outras, partilharem as suas vidas. Como faz falta às famílias de hoje, saírem de uma vida independente de tudo, onde não sentem necessidade de Deus, não sentem necessidade de rezar juntos, nem de perderem tempo juntos! Como faz falta às famílias de hoje sentirem esse calor dentro da Igreja e se sentirem em casa sempre que vão à missa!

Há tanta falta de acolhimento à nossa volta! Venham daí! O trabalho é muito extenso e precisamos de trabalhadores.Venham connosco, abram os vossos corações e percam tempo com os outros, venham sem demora... há tantas famílias sozinhas.... Há tantas famílias que abandonaram a fé pela falta de acolhimento de quem vai à Igreja!

Sabem, não era verdade quando eu dizia que não haviam famílias para rezar.   Na verdade, não existem falta de famílias mas existe falta de acolhimento. É algo que temos de construir nos nossos corações, pedindo a Deus a graça. As famílias na minha paróquia e na vossa paróquia são numerosas e esperam sentir do nosso e vosso testemunho este acolhimento. E na verdade, todos buscamos este acolhimento. Sejamos nós os primeiros a dar o exemplo!


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