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segunda-feira, 2 de abril de 2018

O Pe. Luis Farinha na nossa paróquia

Na primeira sexta-feira do passado mês de Março tivemos a graça da presença do meu primo, Pe Luis Farinha na nossa paróquia, onde ele celebrou a Missa "Nova".

Foto de Dias Vitor.
Foto de Dias Vitor.

Tinha que registar esse momento. O dia foi muito abençoado com chuva, a família estava reunida. Foi muito especial. Seguiu-se um almoço familiar e tive a oportunidade de escutar, bem como as crianças,  algumas das histórias e  fotografias daquelas terras e daquele povo indígena da Colômbia onde ele é missionário.
Uma das perguntas que lhe fiz, enquanto olhava as fotografias e vídeos, era como esses povos indígenas acolhiam os estrangeiros. Se ele como missionário estrangeiro se tinha sido bem recebido, no meio de um povo indígena que tem muitas tradições próprias. A resposta dele fez-me meditar outra vez sobre o acolhimento. A sua resposta foi tão atual que toca todas as realidades sociais. Ele disse-me mais ou menos isto : Se um estrangeiro se aproximar deles e se interessar pela sua realidade, participar dela, estar de colação aberto a tudo aquilo que lhes é importante, é bem recebido e é escutado. Nesse estar atento, nesse buscar participar do que é importante para o outro nasce a possibilidade de falar de Cristo, de evangelizar.
As nossas comunidades não são povos indígenas, mas se queremos chegar ao coração do outro, ao coração das famílias de forma a transformá-lo, temos primeiro antes de lhes apresentar o evangelho pela milésima vez, antes de lhes dar testemunho do  projeto salvífico de Cristo com as nossas próprias histórias, descobrir qual é a realidade que estão a viver, quais são as coisas mais importantes que estão a acontecer nas suas vidas e entrar nelas. Pois se entrarmos juntos nelas, conseguiremos estender e dar a mão e trazê-los de novo para Cristo e para a sua Igreja.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

A festa da família e a Ordenação Sacerdotal

Domingo foi um dia de festa não só para a nossa família mas também para a Igreja: o meu primo Luis Farinha foi ordenado sacerdote. Ele estava na Colombia em missão junto dos indígenas e vai voltar para servir essa comunidade. Só Deus sabe os sacrifícios e obstáculos que tiveram de ser contornados para que se concretizasse este dia. Estamos muito felizes! O Luís é meu padrinho de casamento e padrinho de batismo da Clarinha. Já fazia anos que pediamos a Deus esta graça na nossa oração familiar. Depois de muitas orações fomos abençoados com muitas graças.

Como fui ler a primeira leitura, a minha tia reservou a primeira fila para a nossa família. As crianças estavam muito atentas, foi a primeira vez que assistiamos a  uma ordenação e confesso que fiquei emocionada. Foi muito especial...

Eu tenho um grande carinho e admiração pelos sacerdotes. Um dos hábitos que temos em família é rezar sempre pelos nossos sacerdotes e por sacerdotes amigos. Tenho como irmãos espirituais e recorro a eles, os sacerdotes santos: Dom Bosco, S. Pio Pietrelcina, São João Maria Vianney e tenho lido sobre um sacerdote espetacular : padre Emiliano Tardif.
Se há umas décadas os sacerdotes eram apoiados e admirados, nos tempo que correm eles se sentem muito sozinhos. Nunca os sacerdotes se sentiram tão sozinhos e sem acolhimento nas paróquias como hoje... Precisamos de apoiar famílias mas também os sacerdotes.
Como disse no final da missa ao cumprimentar o Sr. Bispo: " As famílias têm de caminhar junto com os sacerdotes".
Sem famílias que rezem não há vocações e sem sacerdotes não há sacramentos: a fonte de graças para que as famílias se santifiquem...
Nunca me vou esquecer da bênção que o meu primo, já sacerdote, fez sobre a nossa família pedindo a bênção de Deus. Senti a presença de Jesus vivo ali no meio de nós!

 




Rezem pelos sacerdotes, saibam dar acolhimento nas paróquias, reconheçam neles a presença viva de Jesus! Sem eles como podemos chegar ao céu?


quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Mamã, já tenho três cruzinhas, viste?!

Depois de voltar a explicar à Clarinha acerca de ainda ser cedo para ela  receber Jesus na Santa Eucaristia, ela descobriu uma coisa que a faz ficar feliz e mais próxima de Jesus na altura da comunhão. 
Quando a Clarinha nos acompanhava na fila da comunhão algumas vezes ela ficava parada à espera de receber Jesus e ficava triste e aborrecida a perguntar-me o porquê de o sr. padre não lhe dar Jesus. Numa missa aqui perto que participámos, o sacerdote tinha o hábito de fazer um sinal da cruz quando as crianças acompanhavam os pais na fila para a comunhão. A Clarinha como não estava acostumada, na primeira vez não esperou, mas ficou a pensar que queria receber a cruzinha do sr. padre.
Também aqui, nesta  nova paróquia, há esse hábito tão belo, que faz os mais pequenos se aproximarem de Jesus e participarem do momento da comunhão. Numa das missas que assistimos, eu estava sozinha com os três. A Clarinha estava um pouco inquieta na missa e no momento da comunhão, ao chegarmos à frente da fila, o sr. padre virou-se para a Clarinha e disse-lhe:
-" Deixa-me fazer-te uma cruzinha para seres santa!" Ela sorriu de boca aberta e quando voltámos para o lugar  ela levantou os braços de contente e disse em voz alta:
-" Mamã, já tenho três cruzinhas, viste?!"
-" Chiuu... Está a falar muito alto. Fica quietinha no teu lugar até ao fim". Foi difícil, não dar nas vistas. Ela estava mesmo contente.



sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Os miminhos, as surpresas e a benção do Senhor

Muitas semanas estivemos longe da casa da Paz. Que alegria para os mais pequenos verem de novo as galinhas e os patos e correm para as figueiras e deliciarem-se com as uvas... 





Mas, não foi só na horta que o Senhor nos presenteou com miminhos. Ao entrarmos em casa a minha mãe, que tinha ficado encarregue de cuidar dos nossos periquitos, disse-nos logo:
-" Não limpei o chão da gaiola, pois ouvi barulhinhos daquela casinha."

O meninos pularam de alegria! 
-" Será que temos periquitos bebés!"- gritou o Gabriel entusiasmado.
-" Hoje é o dia das surpresas, mamã!" - disse-me a Clarinha aos pulos.
-" Sim, é verdade! Deus tem sempre muitas surpresas para nos mostrar. Temos de estar bem atentos! Vou tentar abrir bem devagarinho a tampa da casinha. Querem espreitar?" 



-" Tão pequeninos! E já têm peninhas pequeninas..."

Lembram-se do nosso periquito? Afinal, é uma periquita e com os seus gestos de amor de mãe a  alimentar os seus filhotes na casinha, ela fala-nos do Amor de Deus. Aquele Amor sempre solícito para nos alimentar com a sua Palavra e com a presença viva de Jesus na Eucaristia! Onde brota uma nova vida aí está a plenitude do Amor e da beleza da presença de Deus...


-" Olhem meninos, um postal do grupo de jovens! Eles foram a taizé. Estiveram com outros jovens a rezar. Que bela surpresa!"




Os miminhos e surpresas foram imensas e nem todas dá para descrever aqui. Mas de tudo, aquilo que me inflamou e aqueceu o coração foi saber o que se estava a passar na nossa paróquia! Dia 15 de Agosto além de se celebrar a Assunção da Nossa Senhora celebrou-se também o Bicentenário da Congregação dos Missionários do Preciosíssimo Sangue fundado por São Gaspar Del Búfalo, cujos sacerdotes da nossa paróquia pertencem. É neste clima de festa com o lema : Viver a Eucaristia, fonte de Misericórdia, que o padre Ilídio tem percorrido todas as capelas da unidade pastoral de Proença-a-nova em peregrinação de Adoração com Santíssimo Sacramento. Peregrinação pelas ruas numa carrinha ornamentada com paragem nas capelas onde temos  missa, confissões, visitas aos doentes e Adoração. Hoje, estivemos nos Vales em Adoração seguida da Santa Missa. Fiquei emocionada e senti a presença real do Senhor! Não há nada mais importante...O Senhor tem muitas graças para estas paróquias e para os nossos Sacerdotes! Esta é a melhor parte que deve ser vivida nas paróquias:  inflamar todos a estarem próximos do Senhor, darmos testemunho desse Amor e a amá-Lo no santíssimo Sacramento! 

" Em adoração ao Santíssimo sacramento, rezar pelas vocações e pelos doentes; na Eucaristia, saborear a misericórdia do Pai; na procissão eucarística, invocar a bênção de Deus para todas as famílias, animados pelo espírito de S. Gaspar Del Búfalo." 


 Como o Senhor tem trabalhado tantos corações! Como seria bom se mais paróquias pedissem a bênção para as suas famílias diante do Santíssimo Sacramento!


 




quinta-feira, 23 de julho de 2015

O nascimento da Sofia e o Senhor

Dos três partos o único que o Serge não esteve presente foi o da Sofia. Sabíamos à partida que era uma situação que poderia acontecer uma vez que ela iria nascer em Dezembro e o Serge tinha muito trabalho nessa altura. Estávamos à distância de duas horas e tal e como era o terceiro parto tudo podia acontecer. Mas isso não foi impedimento de ter vivido uma experiência muito intensa, eu diria até mais, foi o parto em que eu estive mais próxima do Senhor.
Quando fiz as quarenta semanas fui observada no Hospital.
-" Não há dúvidas, a Senhora está a entrar em trabalho de parto. Fica já internada." Esta foi a indicação que o Serge e eu ouvimos. O nosso olhar foi cúmplice. Estava quase a chegar a hora e até calhava bem pois ele estava ali ao pé de mim.

Fui internada. Quem me observava era unânime: bastava provocar o parto e a Sofia nascia, além disso, ela já devia estar bem pesadinha. Eu sempre desejei respeitar o tempo de cada coisa, esperar o tempo de Deus, estar atenta aos sinais, tentar não interferir. Eu perguntava sempre que era observada:
-" Está tudo bem comigo? Está tudo bem com o bebé?"
Se sim, porque tinha eu que decidir qual o dia em que ela iria nascer? Eu preferi esperar.
Estive internada duas vezes ( porque os médicos me diziam que estava em trabalho de parto, mas na verdade ainda não era a hora), cada uma das vezes, 2 ou 3 dias e na terceira vez que estive internada foi quando a Sofia nasceu.

Enquanto estive internada das duas primeiras vezes, havia alturas que já tinha bastantes contrações que alternavam com momentos em que não tinha nada. Os médicos diziam para eu caminhar para acelerar o trabalho de parto. A verdade é que nunca estive parada e o Senhor me proporcionou uma experiência que jamais me vou esquecer. Dessa experiência guardo muitas memórias que mais tarde espero poder contar à Sofia.

Enquanto caminhava pelos corredores do Hospital, conheci muitas histórias, falei com muitas grávidas, conheci muitas vivências dolorosas, com medos, sem fé. Eu estava lá, quando algumas grávidas entraram de emergência no hospital. Lembro-me de ir cumprimentar várias vezes por dia uma grávida que não parava de vomitar sempre que comia e que estava a soro. E as mulheres que tinham sido internadas comigo pela primeira vez já tinham todas tido os bebés, algumas tive a oportunidade de me despedir e visitar. Enquanto falava com uma grávida no corredor e meditava naquilo que acontecia à minha volta, disse comigo mesma: " Eu tenho que descobrir a capela do hospital!" E comecei a perguntar às pessoas se sabiam onde ficava a capela.
- " Capela?! Mas um hospital também tem capela?" E eu com um sorriso, sem responder, lá continuava  a tentar encontrar informações. Finalmente lá encontrei a capela. Abri a porta e senti um silêncio na alma. Estava vazia. A capela estava muito fresca, havia um silêncio profundo que até se ouvia o eco dos pequenos barulhos ao caminhar.  Falei com o Senhor no meu íntimo. Precisava tanto de sentir a Sua presença junto de mim, ter a graça e a benção do Senhor no parto da Sofia. Pedi também por todos os bebés que eu sabia que iriam ser abortados naquele dia, mesmo após de eu ter tentando falar com algumas mães, elas já estavam decididas...Mas supliquei de novo ao Senhor. Na porta, um contato de telemóvel, do capelão.
Não hesitei. Liguei logo para o número do capelão e disse-lhe: " Eu preciso de me confessar antes da minha bebé nascer!" Ele muito simpático e disponível marcou logo uma hora para me confessar.
Além da confissão, pude receber Jesus. Que alegria para mim! Senti-me tão abençoada, tão cheia de graça!"

Passado poucos dias a Sofia nasceu. Em duas contrações fortes ela saiu. Com a ajuda da enfermeira, eu puxei-a cá para fora e cortei-lhe o cordão umbilical. Ela mal saiu da minha barriga, ficou coladinha a mim, só coberta por uma manta, a mamar. Foi uma experiência fantástica do amor de Deus! Eu só me sentia grata por tudo. Fui encaminhada para um quarto com mais três mães e os seus bebés. 
No dia seguinte, na hora da visita, todas as mães tinham os seus acompanhantes e familiares. Nessa altura, eu estava a falar com uns familiares da mãe da cama ao meu lado. De repente, com um grande sorriso, vejo entrar no quarto o sacerdote que me confessou e uma irmã, que também era enfermeira.
-" Parabéns, mamã! Já soube que teve a sua menina! Venho-lhe trazer Jesus!"
Eu abracei-o e agradeci a visita.Como estava contente de poder receber Jesus de novo!

Ele disse-me:
-" Vamos fazer as orações antes de receber Jesus?" Eu acenei com a cabeça.
-" Em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo..."
Senti o olhar espantado e curioso de quem estava na sala, mas estava tão feliz que depressa me esqueci de tudo à minha volta. Naquela sala, durante uns minutos, dei testemunho público de que era católica e que amava o Senhor. Como eu desejo que o meu testemunho seja toda a minha vida...

Ao me despedir do sacerdote, a minha colega de cama disse-me:
-" Tens muita fé, não é?" Eu não me lembro das palavras, nem da minha resposta mas lembro-me de sorrir, pois estava muito feliz.

Mais tarde, ao deitar-me na cama para descansar, lembro-me de que a minha alegria se misturava com a tristeza de saber que muitas das almas que estavam ali não conheciam a graça de receber Jesus nem a benção que é ter um sacerdote...

Na verdade todos os momentos mais importantes da minha vida:  o meu casamento, o batizado dos meus filhos, os retiros espirituais, a caminhada da Aldeia de Caná em Proença são ou foram marcados com a presença e dedicação de um sacerdote. Sem ele como poderemos receber Jesus?

Partimos do pressuposto que ter perto de nós um sacerdote, é um dado adquirido, mas não é verdade! Quando compreenderemos o valor imenso que é a vida de um sacerdote?
É fácil criticarmos, encontrarmos defeitos... mas alguém se lembra  das dificuldades que eles passam na paróquia? Seremos nós capazes de apoiar, elevar, defender os sacerdotes das nossas paróquias? Um sacerdote é o rosto do Senhor na terra...