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sexta-feira, 17 de julho de 2015

A nossa casa

Desde que a nossa família nasceu já tivemos muitas moradas. Vivemos em Cascais durante um tempo, no Brasil, em casa dos meus avós e hoje na casa da Paz, como os mais pequenos lhe chamam.  Sei que tudo o que tenho na minha vida é dádiva de Deus e tem um propósito. Esta casa onde moramos agora é fruto da providência e do Amor de Deus que chegou até nós, pelas mãos amorosas dos nossos pais e avô. A casa e o terreno estavam em ruínas e aos poucos fomos arranjando. Há tanta coisa ainda para acabar, pintar, arranjar. Não sei se ela alguma fez vai estar acabada, pois há sempre coisas que podemos melhorar, alterar e adaptar em função do crescimento das crianças. 
Sim, como era bom, ter já tudo arranjado, sem sinais de obras, mais arrumação e uma horta bem cuidada sem ervas...
Muitos casais quando se casam preocupa-se em ter logo uma casa pronta e vivem e trabalham a pensar nisso acima de tudo. O Senhor bem sabe que temos de ter o necessário para viver, uma casa, bens materiais, um trabalho. Mas nunca nos devemos esquecer que devemos viver e trabalhar nesta vida para construirmos do outro lado a nossa verdadeira casa. Com os nossos gestos de amor verdadeiros construímos tijolo a tijolo a nossa casa no céu e essa casa é para sempre! Tenho descoberto a riqueza de ir construindo aos poucos, na espera e simplicidade os pequenos recantos da nossa casa e confiar que todos estamos aqui de passagem nesta terra. Na verdade, não me sinto apegada à nossa casa. Gosto muito de cá estar com a minha família mas desejo sentir-me em casa em todas as casas onde o Senhor me chamar a servir. Só uma coisa é importante para mim, levar o coração cheio da presença do Senhor onde quer que esteja! 

-" Olha, Clarinha, uma casinha de madeira tão engraçada! O teto abre e fecha e lá dentro tem um espaço vazio... ficava engraçado colocar lá dentro uma imagem pequenina de Jesus, não achas? A nossa casa é qualquer casa onde Jesus esteja lá dentro, não é?"- Ela acenou com a cabeça- " Tu sabes onde é a nossa verdadeira casa?"
- " No céu!"- respondeu ela com um sorriso.
-" Lá em cima fica o céu e cá em baixo a nossa casinha, não é? Espera aí um pouco que vou buscar a máquina para te tirar uma foto! "


- " Espera aí, mamã! também quero que me tires uma foto!"- disse o Gabriel a correr enquanto pegava na casinha.
- " E tu sabes a resposta? Onde fica a nossa casa?"
-" No céeeeuu!"



Hoje antes de rezarmos o terço, o Gabriel disse-me:

- " A nossa vida é como se estivéssemos de férias!"
-" Como assim?"
-" As férias passam rápido, como o nossa vida que pode ir no máximo até aos 100 anos mais ou menos e nas férias dormimos em tendas, que não são as nossas casas verdadeiras. Quando acabam as férias vamos para as nossas casas e dormimos lá sempre, como no céu."

Será que paramos para pensar e nos apercebemos que esta vida é passageira? Nesta vida dormimos em tendas, porque nos preocupamos tanto com coisas que passam? Porque  ocupamos tanto a nossa cabeça em ter mil e um utensílios em casa  e nos esquecemos de dar prioridade á única coisa que é necessária: seguir o Senhor. Porventura levaremos connosco os nossos bens, a nossa casa quando morremos? 
E se o Senhor nos chamar amanhã? Será que temos uma casa pronta pelos nossos gestos de amor lá no céu?

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Os nossos irmãos do céu...

Costumamos dizer que os nossos irmãos do céu são todas as almas das pessoas que já gozam da união plena com o Senhor na eternidade, os santos. Já tenho tido vários sinais da sua presença na minha vida e a confirmação de que eles não vivem separados de nós, na verdade, eles são os nossos irmãos mais velhos que estão dispostos a interceder por nós se os invocarmos. 

Na nossa sociedade fomos educados a nos apoiarmos maioritariamente em nós próprios, ao nosso esforço, à nossa inteligência para resolver os problemas É claro que tudo isso é importante, mas a nossa vida nunca será plena se não vivermos a realidade de que não estamos separados dos outros e que somos um só povo que caminha formando a Igreja, uns na terra e outros já na eternidade. Quando nos apoiamos apenas em nós próprios, verificamos que as nossas forças humanas são limitadas e a maior parte das vezes somos iludidos por nós mesmos. A alegria e felicidade acontecem quando caminhamos sabendo que não estamos sós, pois o Senhor caminha connosco, nos chama. Nós fomos criados para o céu. Se nos perdemos temos a preciosa ajuda da nossa mãe celeste, Maria, o auxilio dos santos e ainda a proteção e guia do nosso anjo da guarda.

Ler a vida dos santos, imitá-los, invocar a sua proteção e estabelecer intimidade com eles é com certeza uma das formas mais diretas e suaves de chegar ao céu.

Cá em casa, gostamos muito de ler a vida dos santos. Uma das prendas mais preciosas que podemos dar aos nossos filhos é dar-lhes um padrinho ou uma madrinha espiritual que já esteja no céu. Depois de eles conhecerem alguns santos, eles próprios sentirão a quem pedir ajuda. Cultivar neles o gosto de levarem a sério esta amizade e pedir a sua intersecção é uma ferramenta muito útil para o seu crescimento.

Há umas semanas atrás, aconteceu uma coisa muito simples. Cá em casa temos dois periquitos, prenda do último aniversário do Gabriel. Um deles gosta muito de voar e consegue bater as asas na gaiola e ficar uns segundos parado no ar, faz malabarismos e gosta de tomar banho. Sempre que o tempo está quentinho penduramos a gaiola lá fora. Num desses dias, o Serge reparou que esse periquito tinha saído da gaiola. Eu consegui ouvi-lo no cimo de um grande eucalipto e vi-o voar agilmente como um pássaro selvagem. Apesar de tudo isso, eu sabia que ele não iria sobreviver se não voltasse.  Recorri a São Francisco de Assis, protetor dos animais, pedi o seu auxilio e prometi que se ele voltasse, eu o educaria e o deixaria voar dentro de casa, pois compreendi o quanto isso o deixava feliz. Assim aconteceu, no mesmo dia, ele voltou, aproximou-se de mim e voltou para a gaiola. Aqui está ele fora da gaiola :




Há um tempo atrás estive em Fátima depois de me confessar no santuário, fiquei diante do Santíssimo em oração. Lembro-me de pedir a Deus uma orientação para uma situação que estava a viver. Uma Senhora que estava perto de mim tocou-me no ombro e estendeu a sua mão com uma pagela da novena das rosas de Santa Teresinha acenando com a cabeça indicando que era para mim. Entendi a mensagem, e agradeci a Deus. Sempre senti intimidade espiritual com Santa Teresinha e também sinto muito a sua presença e inspiração na minha vida.


Lembram-se da Mariam de Belém?

A sua história é riquíssima e irei escrever outro post sobre a vida dela. Infelizmente, este livro está esgotado. Espero que em breve surja uma nova edição. Mariam foi canonizada no passado dia 17 de Maio pelo Papa Francisco. Que alegria!
Desde que ouvi falar dela, a sua presença tocou a minha vida, ela é como uma imã mais velha que muitas vezes me inspira. Ela viveu numa pequena aldeia, na Galileia na terra Santa. Tenho sentido um grande amor pela terra Santa, um desejo de rezar por todos aqueles que lá vivem.

Outros santos que me vão marcando e eu sinto a sua presença além de São francisco de Assis, Santa Teresinha  e Mariam de Belém são o padre Pio e o São Jorge.

Temos tantos irmãos no céu que nos querem auxiliar, basta abrirmos o nosso coração e vivermos com a missão de estarmos unidos e caminharmos juntos.


A Clarinha quase todos os dia trás um desenho que faz na escola. O último foi este:

 

Quando vi o desenho fiquei muito contente. Estávamos todos no céu e a Clarinha de mãos dadas com Jesus. Fiquei a imaginar, como seria a nossa família no céu. Um dia também eu quero ser um irmão do céu, também eu quero estender as minhas mãos a todas as almas que estiverem ainda na terra e levá-las para Deus. Somos uma grande família que caminha junta, uns com mais experiência outros a dar os primeiros passos, uma família que se ajuda e que se protege. Uma rede de irmãos que estendem as mãos para que não caiamos no pecado e possamos um dia nos ver face a face e nos abraçar eternamente. Quando mais permanecermos unidos mais estaremos perto do céu.