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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O nosso dia especial de Todos os Santos

Há um dia do ano muito aguardado pelos mais pequenos lá de casa: o dia de Todos os Santos. Durante o ano inteiro se ouvem conversas do que se passou no último Dia de todos os Santos. Pelo menos, é o que tem acontecido desde que estamos na casa da Paz,  há 6 anos. Este é um dia também nosso, também nós nos sentimos próximos  deste grupo de irmãos mais velhos, somos família de todos os santos e caminhamos para lá.  Durante o ano inteiro, recorremos a eles com confiança nas nossas dificuldades, suplicamos a sua intercessão diante do Senhor. 

O dia é sempre vivido na Aldeia com muita alegria e entusiasmo, é um dia para darmos abraços, sorrisos, para agradecermos, para visitarmos quem está só e ouvirmos os desabafos de quem já tem idade e só espera o dia de ser chamado pelo Senhor. É um dia inteiramente missionário, ir à casa dos outros, levar alegria.  
"Só espero que para o ano ainda cá esteja para vos dar os bolinhos." " É para mim uma alegria, ver os sorrisos destas crianças",  eram os desabafos de alguns que abriam a porta. 

Este ano os mais pequenos não se cansavam de me lembrar: " Mamã, falta muito para o Dia de todos os Santos?" " Não te esqueças, que temos de estar na casa da Paz no dia dos Bolinhos!"
Os mais pequenos não quiseram faltar. De manhã cedo, estivemos em Cardigos, o Gabriel e a Clarinha, avistaram logo alguns colegas da escola. Em grupo, andámos umas 2 horas sem parar de casa em casa. As crianças levavam uma sacola na mão, batiam na porta de cada casa e cantavam em coro: "Bolinhos, bolinhos em honra e louvor de todos os santinhos!". Do outro lado da porta surgia sempre alguém sorridente com uma mão cheia de rebuçados, bolinhos e uma moeda para oferecer. Com as mãos estendidas e os sacos abertos agradeciam e saiam apressadamente para outra casa. Alguém lembrava: " Não podemos nos atrasar, aproxima-se a hora da missa!"

 

Em pouco tempo chegou a hora da missa. Segredei ao ouvido do Gabriel e da Clarinha: " A bisavó deve estar hoje no altar". Sorri. Sim, não só os santos reconhecidos pela Igreja estavam junto de nós mas também muitos familiares nossos que deram testemunho de Cristo estavam diante de nós no altar naquele instante.

Da parte da tarde, andei eu com os três a pedir os bolinhos pela nossa Aldeia. Gostei muito de conversar com quem nos abria a porta, sempre que cantávamos: " Bolinhos, bolinhos em honra e louvor de todos os santinhos!" Andavam todos tão contentes...









Ainda houve magusto ao fim do dia e ao olharmos para o céu cinzento, ainda apanhámos umas gotinhas de água benta que caia do céu...

Ao serão, ouvimos histórias. Tinha-os desafiado a escolherem um Santo, a mascarem-se e a ouvirmos a história sobre o Santo escolhido.

A Clarinha não hesitou:
- " Eu sou a Santa Filomena. Contas a história dela?" A Santa Filomena está muito presente na nossa casa. Já recorri muitas vezes a ela e sinto a sua protecção. A Clarinha já algum tempo usa o cordão de Santa Filomena e não o larga. Já lhe contei vezes sem conta a sua história e ela nunca se cansa de ouvir.

O Gabriel tinha um fato de cavaleiro do carnaval e disse:
- " Posso ser aquele santo...."
-" São Nuno Álvares Pereira ou São Nuno de Santa Maria?"
-" Sim!"

-"A Sofia é Santa Bárbara."- disse-lhes.
-" Venham ver no computador quem é. Sabem, não se ouve falar muito de Santa Bárbara, vamos conhecer um pouco dela. Sabem, um dia, eu pedi-lhe ajuda. Já não me lembro muito bem em que altura do ano estavámos mas eu estava muito triste e disse-lhe mais ou menos assim: " Santa Bárbara,  não me deixes ficar sem o sacramento da reconciliação nesta altura tão importante. Ajuda-me. Os sacerdotes aqui são poucos ajuda-me a conseguir confessar-me. Passado pouco tempo cruzei-me com um sacerdote. Fiquei muito feliz."
  
Estávamos muito cansados da longa maratona que tínhamos feito, mas felizes. Eles adormeceram em segundos a ouvir-me rezar o terço...

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A salada de frutas

Cá em casa todos adoram fruta! A Sofia come pelos dois!
 Hoje no lanche preparei uma taça para cada um cheia de pedacinhos de fruta. Além da fruta da época e dos pêssegos que já estavam madurinhos na árvore juntei pedacinhos de manga e papaia. Mal se sentaram na mesa, mesmo antes da oração, a Clarinha começou logo a queixar-se que não queria comer. 
-" Não quero banana, e... não gosto de papaia!"- disse-me muito chateada. A Clarinha é a que fala mais de Jesus cá em casa e é aquela que mais gosta de falar em oferecer sacrifícios a Jesus mas também é aquela que é capaz de reagir mal e ficar chateada quando as coisas não correm como ela gosta.

Descobri uma arma poderosa capaz de tocar o seu coraçãozinho nesses momentos e voltá-lo para Deus. Desde que ela ouviu pela primeira vez o amor com que Jesus morreu na cruz por nós e o exemplo dos santos há um "click " dentro dela sempre que eu a lembro nesses momentos.

Muitas famílias se queixam que não sabem como lidar com os filhos, pois eles não lhe obedecem, não se portam bem. Pois aqui fica a minha dica: Não há nenhuma criança ( falo pela experiência da catequese) que fique indiferente aos exemplos e aventuras dos santos. As minhas crianças da catequese ficam de boca aberta a ouvir e perguntam: " A sério, catequista?!" Leiam, leiam muito acerca da vida dos santos e apliquem na educação dos vossos filhos e peçam a intersecção desse santo. Os mais pequenos não vão ficar indiferentes e verão muitas transformações nos seus comportamentos.

Ah, tenho uma notícia de esperança para vocês que dizem que os vossos filhos se portam mal!Gosto muito de ler a vida dos santos e por aquilo que tenho lido, uma grande parte dos santos na sua infância foram rebeldes e determinados! Anne de Guigné é um exemplo disso e morreu ainda criança.

Mal ela acabou de reagir porque não queria comer a papaia, olhei para ela e disse:

-" Sabes Clarinha, em África as crianças não têm estas frutas boas para comer e morrem porque não têm comidinha... Ah! Sabes, o que a amiga da mamã fez quando tinha 5 anos? quase a tua idade! O primeiro sacrifício, a primeira prenda que ela começou a oferecer a Jesus era esta: ela olhava para o prato que os tios lhe davam com a refeição e só comia aquilo que não gostava para oferecer a Jesus!.... fazemos o seguinte: comes dois pedaços de papaia e ofereces a Jesus!" ela olhou para mim pensativa e depois determinada disse:

-" Não mamã! Eu vou comer 6 pedaços grandes!"
-" Muito bem, Clarinha! Jesus vai ficar muito contente com a tua prenda mas primeiro vais até ao canto de oração e pedes desculpa a Jesus por teres reagido mal, ok?" Ela saltou do banco e até parecia outra e disse-me enquanto se dirigia para lá: 
-" Não podes ouvir a minha oração, mamã!" Depois voltou para o lugar e esforçando-se por ter cara alegre comeu tranquilamente.



segunda-feira, 1 de junho de 2015

Santa Mariam de Belém - a amiga da mamã II

( continuação do post)

-" Vocês sabem que a Mariam era muito parecida com o José da Bíblia, o José do Egito, o sonhador? Ela teve um sonho e quando acordou aconteceu!
-"Conta, mamã, qual foi o sonho? Ele é parecida comigo, eu também já sonhei muitas coisas que depois aconteceram!"- disse o Gabriel.
-" Sim, é verdade. Ora oiçam lá o sonho: ela viu um homem aparecer na casa do tio e oferecer um peixe à sua família. Mas ela via que esse peixe estava envenenado e que o homem os queria matar a todos! Mal ela acordou, o que aconteceu?"
-" Um homem bateu à porta!" - disseram os dois.  
- " Pois, foi. Ela tentou de tudo para avisar os tios que o peixe estava envenenado mas eles não ligaram. Quando estava na mesa para ser servido ela  suplicou: 'Deixe-me ser a primeira a comer, assim eu morrerei e todos verão eu falo a verdade"
- " Ela não se importava de morrer primeiro..."- concluiu o Gabriel.
-" Sim, ela pensava sempre em primeiro lugar nos outros. Também temos de fazer o mesmo na escola, em casa."

-" E os tios, o que fizeram? Todos morreram?" perguntou  o Gabriel entusiasmado com a história.
-" Quando ela se ofereceu os tios ficaram emocionados e deram o peixe a um animal. O animal passado pouco tempo morreu e toda a gente da família começou a perceber que Mariam era uma criança especial, tinha sido instrumento para salvar a família. 

Sabem, ela não tinha medo de nada, nem das serpentes! Quando ela comia a sua papa, uma serpente aproximou-se dela e começou a comer do seu prato. Ela, da forma mais natural, agarrou-a pela cabeça e enfiava-a no prato para que ela comesse mais depressa enquanto ela comia também!" - enquanto eu contava este episódio os dois fartaram-se de rir à gargalhada a imaginar a cena.

-" É o meu episódio preferido, mamã!" disse o Gabriel divertido.
- " A Mariam estava sozinha a comer a papa?"- perguntou a Clarinha enquanto ria pelo meio.
-" A tia estava por perto mas quando se apercebeu deu um grito cheia de medo e a pequena Mariam nem entendia o porquê de ela estar com tanto medo."

-" Bom, depois a Mariam cresceu quando tinha mais ou menos 12 anos, o tio  queria que ela casasse e preparou tudo. Ela tentou explicar que não queria mas o tio não aceitava. Ela não podia casar, sabem  porquê? O que ela fez quando tinha cinco anos? Lembram-se?"

-" Jesus falou com ela."- disse a Clarinha.
-" Sim, mas ela ofereceu o coração a ele. O coração e a vida dela eram só para Jesus!
 Na véspera do casamento, ela pediu ajuda a Nossa Senhora e percebe o que tem de fazer: cortar os seus belos e longos cabelos. Era uma vergonha casar com uma mulher de cabelo curto. O tio ficou furioso e bateu-lhe com violência, passou a ser uma escrava na casa. Foi uma fase muito dura, mas ela viveu-a com alegria, sabem como?" - Eles ouviam tudo com os olhos bem abertos.

- "Ela já sentia Jesus no seu coração que lhe falava, sentia-se muito próxima de Jesus e sentia também o apoio dos nossos irmãos do céu!
Certo dia, ela soube que um muçulmano ia a Nazaré e lembrou-se de tentar procurar o irmão. O Muçulmano tentou que ela negasse a sua fé mas ela, com todo amor por Jesus, não o fez. O muçulmano ficou furioso e com o seu sabre corta-lhe a garganta."

-" Ela morreu?"perguntou a Clarinha espantada.
-" Sim, durante algum tempo esteve morta. O corpo dela foi deixado numa gruta. Mas Jesus disse-lhe que ela ainda tinha que voltar à terra. Quando acordou, viu uma mulher vestida como uma irmã a cuidar dela, era Nossa Senhora. Nossa Senhora começa a coser o pescoço da Mariam e a curar-lhe as feridas, traz-lhe uma sopinha deliciosa. Nossa Senhora quase não fala. Como a sopinha era tão deliciosa, ela pede mais. Sabem o que Nossa Senhora lhe disse? 'Não, Mariam, já chega. É suficiente. Aprende a ficares satisfeita com aquilo que Deus te traz, para que não sejas como aquelas pessoas que nunca estão satisfeitas com nada. Sê alegre, sempre alegre!'
Ah, aconteceu tantas coisas na vida dela!
Ela tornou-se uma irmã. Falava com as almas do purgatório  e ajudava-as. Recebeu as chagas de Jesus e as suas dores. Ela passava horas e horas em comunicação direta com Jesus, a contemplá-Lo. Muitas vezes as irmãs a encontravam a levitar em cima dos ramos mais finos das árvores a louvar a Deus!"

-" A Mariam voava? perguntou o Gabriel.
-" Sabes, o amor que ela tinha por Jesus era tão grande, tão grande que o seu corpo ficava sem peso e ela conseguia levitar. Sim, ela voava de amor! Ela cantava no cimo das árvores: 'Amor, Amor!'"
-" Uau! Eu também quero voar como a Mariam!" -disse a Clarinha a sorrir.
-" Tu também podes voar como a Mariam, Clarinha. Um dia quando fizeres tudo o que Jesus te pedir e o amares muito, muito, muito... também voarás de amor"





sexta-feira, 29 de maio de 2015

Santa Mariam de Belém - a amiga da mamã

O mês de Maio é muito especial para mim. Não só poque é o mês de Maria, mas é o mês mais belo e inspirador do ano para quem vive no campo. A vida renasce, os pássaros, os campos cheios de flores e aromas, as tangerinas, as cerejas, as amoras, mirtilos, tudo isso é para mim um cenário de contemplação. Não consigo registar nem com fotos, nem com palavras aquilo que temos vivido por aqui.
Agora com os dias quentinhos, depois de os mais velhos irem para a escola, eu, o Serge e a Sofia começamos o dia com uma caminhada, onde respiramos fundo e sentimos a beleza de Deus à nossa volta. Ao fim do dia e sempre que é possível vou buscá-los mais cedo à escola e brincamos na ribeira e também falamos de Deus, outras vezes quando chegam da carrinha da escola deixam as mochilas à porta e vão a correr para as cerejeiras e enchem a barriga...



Temos como hábito deitar os pequenos cedo, ontem depois da oração subi entusiasmada as escadas para irmos para o quarto e disse aos mais pequenos:

- " Hoje tenho uma grande surpresa para vocês!"
-" O que é, mamã?" perguntaram em simultâneo.
-" Vou-vos contar a história da amiga da mamã!"
-"?!"
-"A Mariam, mas ela já está no céu! É espetacular!"
-" Ah! Já sei,  a fotografia dela está aqui no livro! É ela não é?" - perguntou  o Gabriel.




-" Sim, é essa mesmo! Ela morreu quando tinha a idade da mamã, 33 anos. Quando tinha 5 anos ouviu Jesus, lavou um passarinho com sabão e até comeu com uma serpente quando era bebé, sabiam?!"
-" Conta! conta a história da tua amiga mamã!"- disse a Clarinha entusiasmada.
-" Sim, conta!"- acrescentou o Gabriel.
-"Ok, mas vão prometer que vão estar muito atentos. Tenho a certeza que nunca mais se vão esquecer dela!

A Mariam nasceu em 1846 numa família pobre na Galileia perto de Nazaré onde viveu Jesus.
Os pais da Mariam tiveram 12 filhos que morrem, uns à nascença outros ainda muito pequeninos. Eles estavam muito tristes pois queriam ter uma grande família cristã, então decidiram ir a pé a  Belém, onde Jesus nasceu, pedir a Nossa Senhora uma menina. E assim nasceu Mariam com saúde. Que alegria!
Depois de Mariam, os pais ainda tiveram um menino.
Aos três anos aconteceu uma coisa muito triste..."

- " O que foi mamã?" perguntaram.
-" Os pais dela morreram..."
-"Oh..."
-" Era costume, quando os pais morriam as crianças ficarem com os parentes mais próximos, os tios por exemplo. E foi o que aconteceu."

-" E o irmão?" perguntou o Gabriel.

- " O irmão ficou com outra família e eles nunca mais se voltaram a encontrar.. Imagina, tu e a Clarinha nunca mais se voltarem a ver... Ela deve ter ficado muito triste..."
-" Oh..."
-" Mas a história não acaba aqui e Deus amava muito Mariam e nunca a deixou sozinha. Quando ela brincava com 5 anos na casa dos tios, reparou que os passarinhos nunca se lavavam e pensou em ajudá-los. Pegou num passarinho e começou a lava-lo e esfregá-lo com sabão, imaginem..."

-" O passarinho morreu, não foi?" perguntou o Gabriel
-"Sim..."
-" Ela não era amiga dos bichinhos? Por que é que ela apanhou o passarinho para o lavar com sabão?" disse a clarinha confusa.
- " Sim, o passarinho morreu, mas ela não  queria fazer-lhe mal. Ela pensava que estava a ajudá-lo. Ela ficou tão triste que ao ver o passarinho morto nas mãos foi um choque.Foi nessa altura que ela ouviu a voz de Jesus no seu coração. 

Gabriel, por favor pega no livro que está ao teu lado para eu ler.

Jesus disse-lhe: " É assim que tudo passa! Se Me quiseres dar o teu coração, permanecerei sempre contigo."  O que quer isto dizer? As coisas estão sempre a mudar à nossa volta, não é? Hoje faz sol, amanhã..."
-" ...pode estar a chover!" disse o Gabriel.
-" É verdade, está sempre tudo a mudar à nossa volta. Hoje vocês são pequeninos amanhã vão estar um pouquinho maiores, nunca estarão iguais. Só há uma coisa que permanece sempre igual, aconteça o que acontecer: a presença de Jesus ao nosso lado, mas temos de oferecer o nosso coração."

-" O que é que Mariam fez depois, mamã?" perguntou o Gabriel. 
- " Ela entendeu o que Jesus lhe tinha dito, entendeu a separação das coisas que mudam e passam, às quais não nos devemos apegar, com medo de as perder, das coisas que são eternas, que permanecem e que ninguém nem nada nos pode tirar, o amor de Deus. Ela entregou o seu coração a Jesus.
Desde pequenina começou a jejuar ao sábado em honra de Maria, comia propositadamente as coisas de que menos gostava, para exprimir o seu desapego das coisas que passam, que são passageiras."

( continuação no próximo post) 


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Os nossos irmãos do céu...

Costumamos dizer que os nossos irmãos do céu são todas as almas das pessoas que já gozam da união plena com o Senhor na eternidade, os santos. Já tenho tido vários sinais da sua presença na minha vida e a confirmação de que eles não vivem separados de nós, na verdade, eles são os nossos irmãos mais velhos que estão dispostos a interceder por nós se os invocarmos. 

Na nossa sociedade fomos educados a nos apoiarmos maioritariamente em nós próprios, ao nosso esforço, à nossa inteligência para resolver os problemas É claro que tudo isso é importante, mas a nossa vida nunca será plena se não vivermos a realidade de que não estamos separados dos outros e que somos um só povo que caminha formando a Igreja, uns na terra e outros já na eternidade. Quando nos apoiamos apenas em nós próprios, verificamos que as nossas forças humanas são limitadas e a maior parte das vezes somos iludidos por nós mesmos. A alegria e felicidade acontecem quando caminhamos sabendo que não estamos sós, pois o Senhor caminha connosco, nos chama. Nós fomos criados para o céu. Se nos perdemos temos a preciosa ajuda da nossa mãe celeste, Maria, o auxilio dos santos e ainda a proteção e guia do nosso anjo da guarda.

Ler a vida dos santos, imitá-los, invocar a sua proteção e estabelecer intimidade com eles é com certeza uma das formas mais diretas e suaves de chegar ao céu.

Cá em casa, gostamos muito de ler a vida dos santos. Uma das prendas mais preciosas que podemos dar aos nossos filhos é dar-lhes um padrinho ou uma madrinha espiritual que já esteja no céu. Depois de eles conhecerem alguns santos, eles próprios sentirão a quem pedir ajuda. Cultivar neles o gosto de levarem a sério esta amizade e pedir a sua intersecção é uma ferramenta muito útil para o seu crescimento.

Há umas semanas atrás, aconteceu uma coisa muito simples. Cá em casa temos dois periquitos, prenda do último aniversário do Gabriel. Um deles gosta muito de voar e consegue bater as asas na gaiola e ficar uns segundos parado no ar, faz malabarismos e gosta de tomar banho. Sempre que o tempo está quentinho penduramos a gaiola lá fora. Num desses dias, o Serge reparou que esse periquito tinha saído da gaiola. Eu consegui ouvi-lo no cimo de um grande eucalipto e vi-o voar agilmente como um pássaro selvagem. Apesar de tudo isso, eu sabia que ele não iria sobreviver se não voltasse.  Recorri a São Francisco de Assis, protetor dos animais, pedi o seu auxilio e prometi que se ele voltasse, eu o educaria e o deixaria voar dentro de casa, pois compreendi o quanto isso o deixava feliz. Assim aconteceu, no mesmo dia, ele voltou, aproximou-se de mim e voltou para a gaiola. Aqui está ele fora da gaiola :




Há um tempo atrás estive em Fátima depois de me confessar no santuário, fiquei diante do Santíssimo em oração. Lembro-me de pedir a Deus uma orientação para uma situação que estava a viver. Uma Senhora que estava perto de mim tocou-me no ombro e estendeu a sua mão com uma pagela da novena das rosas de Santa Teresinha acenando com a cabeça indicando que era para mim. Entendi a mensagem, e agradeci a Deus. Sempre senti intimidade espiritual com Santa Teresinha e também sinto muito a sua presença e inspiração na minha vida.


Lembram-se da Mariam de Belém?

A sua história é riquíssima e irei escrever outro post sobre a vida dela. Infelizmente, este livro está esgotado. Espero que em breve surja uma nova edição. Mariam foi canonizada no passado dia 17 de Maio pelo Papa Francisco. Que alegria!
Desde que ouvi falar dela, a sua presença tocou a minha vida, ela é como uma imã mais velha que muitas vezes me inspira. Ela viveu numa pequena aldeia, na Galileia na terra Santa. Tenho sentido um grande amor pela terra Santa, um desejo de rezar por todos aqueles que lá vivem.

Outros santos que me vão marcando e eu sinto a sua presença além de São francisco de Assis, Santa Teresinha  e Mariam de Belém são o padre Pio e o São Jorge.

Temos tantos irmãos no céu que nos querem auxiliar, basta abrirmos o nosso coração e vivermos com a missão de estarmos unidos e caminharmos juntos.


A Clarinha quase todos os dia trás um desenho que faz na escola. O último foi este:

 

Quando vi o desenho fiquei muito contente. Estávamos todos no céu e a Clarinha de mãos dadas com Jesus. Fiquei a imaginar, como seria a nossa família no céu. Um dia também eu quero ser um irmão do céu, também eu quero estender as minhas mãos a todas as almas que estiverem ainda na terra e levá-las para Deus. Somos uma grande família que caminha junta, uns com mais experiência outros a dar os primeiros passos, uma família que se ajuda e que se protege. Uma rede de irmãos que estendem as mãos para que não caiamos no pecado e possamos um dia nos ver face a face e nos abraçar eternamente. Quando mais permanecermos unidos mais estaremos perto do céu.