segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O Remédio Santo

 "Mamã, não consigo dormir..."
" Clarinha, tens de ficar deitadinha para o soninho vir". A Clarinha deita-se, levanta-se...
" Clarinha, estás cansada. Tens de descansar para amanhã continuares a brincar"
" Mas, eu quero rezar o terço com o mano..."

Cá em casa depois do jantar, reunimo-nos no canto de oração e fazemos juntos a nossa oração familiar. Depois, deitamos a Sofia e a Clarinha. O Gabriel ainda fica connosco mais meia hora para rezarmos o terço juntos. Mas a hora do deitar, tem sido a parte dífícil do dia para nós, pois em geral demora muito tempo e isso rouba-nos tempo para outras coisas importantes.

Aí, lembrei-me da minha infância....
A minha mãe costumava rezar o terço quando se deitava e eu adormecia a ouvi-la rezar o terço. Sentia-me segura e rezava com ela...


"Ok, queres rezar o terço com o mano, não é Clarinha?"- Ela acenou com a cabeça.
O Gabriel subiu para a cama,  apago a luz, encosto a porta e ajoelho-me na sala.
" Em nome do Pai, da Filho e do Espírito Santo...."- E lá continuei eu ...Rezei o terço e o Gabriel respondia do quarto, em pouco tempo ela dormia e o Gabriel também.
Já a algumas semanas que fazemos assim. A Clarinha adormece ao som da Avé-Maria. E nunca mais ninguém reclamou para dormir.

E nós rezamos o terço mais cedo e também temos mas tempo para nós.



sábado, 9 de agosto de 2014

Rezar a vida...

A oração tem de ser vivida todos os momentos do dia. E rezar em família não se limita a nos reunirmos no canto de oração...Não... porque o que Jesus quer verdadeiramente de nós é que ao longo do dia façamos de cada gesto, de cada atitude, de cada brincadeira uma oração contínua. E daí surge a expressão: " Rezando a vida em família"

Como isso pode ser?

Essa é a nossa grande batalha no caminho de santidade.

A vida tem de ser uma oração, temos de desejar que assim seja. Que tudo seja agradável a Deus.
Sabemos que é difícil, muitas vezes doloroso. Muitas vezes desanimamos, caimos mas logo temos de nos levantar... sempre com os olhos postos que a nossa verdadeira felicidade só é alcançada quando o nosso coração se tornar um templo de oração contínua para Deus.

Mas, como isso pode ser?

Quando tivermos um problema, lembremo-nos como Jesus o resolveria, quando tivermos vontade de chorar, lembremo-nos o que Jesus sentiu no monte das oliveiras... Quando estivermos desesperados corramos em busca do alívio nos sacramentos e sacramentais e colocamos aí a nossa segurança. Sempre que tivermos uma atividade em família lembremo-nos de rezar primeiro, sempre que viajarmos de carro rezemos o terço. Ao longo do dia, falemos mais com Jesus. Contemos verdadeiramente com a ajuda de Maria nas angústias e decisões.

Um dia  enquanto estava a cozinhar, não conseguia abrir um frasco de conserva. Aí, lembrei-me:
" Meninos, vamos chamar Nossa senhora para abrir o frasco, pois a mãe sozinha não é capaz!"
Eles começaram...
" Nossa Senhora, ajuda a mamã!"
Enquanto fazia força tentando abrir o frasco... dizia:
"tenho a certeza que Nossa Senhora nos vai ajudar"
Assim, começaram a chamá-la mais alto:
" Nossa Senhora, ajuda a mamã!"
E sem fazer muita força o frasco abriu-se. O Gabriel ficou a olhar para mim.
" Sim"- disse eu- " Nossa Senhora ajuda-nos sempre, ela está sempre a olhar por nós"

Ainda hoje,  às vezes eles repetem o gesto...




quinta-feira, 7 de agosto de 2014

A oração lá em casa...

Férias, cá em casa, também significa mais tempo para rezarmos juntos. Mais tempo  para dançarmos e cantarmos juntos para Deus. E olhem que para isto acontecer, não precisamos ser profissionais a tocar guitarra ou a cantar, nem tão pouco a dançar. Só precisamos de abrir o nosso coração e dar a oportunidade aos nossos filhos de sentir que Deus está ali ao nosso lado. E se um dia não corre tão bem, porque não nos apetece cantar ou porque um dos pequenos não esteve quieto o tempo todo, não há problema, cara alegre. Amanhã, é outro dia para recomeçar tudo de novo, para viver a oração em família e levar os nossos filhos a sentir a presença amorosa e divertida de Deus através dos nossos gestos. Esta é a atitude de quem está a caminho! Olhar sempre com esperança o dia de amanhã, pois na verdade, quem nos sustenta é Deus e ele tudo sabe e pode...

Nestas férias escolhemos dar mais tempo à nossa oração familiar. Reunimo-nos no nosso canto de oração pela manhã e ao final do dia. Vale bem a pena dar a nossa melhor parte do dia a Deus! Aqui está ele,




É claro, que os mais pequenos queriam levar os bebés, os carros e as invenções todas para a oração, celebrar missas, dar a comunhão, ler a bíblia,  etc... e era uma grande confusão....
então construíram ( com a minha ajuda, é claro!) por baixo do nosso canto de oração, o deles. Muitas vezes, a Clarinha chama o Gabriel e diz que vai haver missa ou então reune todas as bonecas, "lê" a Bíblia e "dá-lhes a comunhão". Antes de ontem, encontrei a Clarinha a tentar ensinar à Sofia a Avé- Maria... coisas tão engraçadas acontecem ali...  


A oração familiar  deve estar revestida da presença amorosa da Sagrada Família, Jesus no centro, os nossos corações voltados para Ele...



Mas,  não basta dizer, é preciso que as crianças sintam que Jesus está verdadeiramente ali junto de nós. E se Jesus está ali junto de nós, temos mesmo de sentir alegria em estar a rezar.

Toca a saltar para o tapete!
Primeiro, cantamos e dançamos para Jesus. A Sofia de terço na mão, está ou não está a sentir a presença de Jesus ao ver-nos? 



Afinal, não é Jesus que está ali junto de nós? Quem pode resistir ao seu Amor?

Não vale a pena querer silêncio absoluto ou cara séria. É preciso expressar esse Amor.

Depois, ajoelhamo-nos ou sentamo-nos e agradecemos o que aconteceu durante o dia. Cada um agradece individualmente em voz alta. Depois, geralmente rezamos três Avé-Marias, Glória, a Consagração a Nossa Senhora, o anjo da guarda e a Invocação a Nossa Senhora Auxiliadora, Mãe de Caná. No fim, a Clarinha vai ao seu canto de Oração e abençoa-nos a todos com àgua benta. No fim, mais cânticos...e terminamos com o coração cheio...


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mariam de Belém, " A Pequena Árabe"

"Jesus é o meu amor e a minha alegria, e a sua cruz é o meu prazer e a minha paz.
O meu coração arde noite e dia de possuir a Deus de amor."
Mariam

A história real de uma jovem que nasceu em 1846 e morreu aos 33 anos, consagrada a Nossa Senhora mesmo antes de ser concebida. Uma vida cheia de batalhas, sofrimentos e aprendizagens, uma vida de entrega total a Deus. Quem lê, deseja seguir o seu exemplo de santidade!

É um livro pequeno, mas intenso. Recomendo como leitura para todos os jovens.
Escrito pela irmã Emmanuel Maillard, vale a pena a leitura!
Desde que conheci a sua história, sinto a proteção espiritual da sua alma sobre mim.



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Lamparinas

Na nossa aldeia, desde que vivemos aqui, recebemos periodicamente a visita da Sagrada Família que percorre todas as casas. Uma tia-avó muito querida, a 'Ti Conceição', como é conhecida, explicou-nos que antigamente quando se recebia a Sagrada Família,  depois de se rezar as orações, ela ficava toda a noite iluminada por uma lamparina natural que vinha de uma planta. "Como poderia ser aquilo?" Pensei eu em voz baixa. Mas antes que eu abrisse a boca, ela disse-me:
-"Aqui está a lamparina ao pé da Sagrada Família. Vês?"
Eu fiquei maravilhada pela simplicidade. Como Deus cria tudo tão belo, perfeito e simples...
Fico sempre maravilhada quando encontro formas naturais para resolver as nossas necessidades humanas e até espirituais neste mundo ... e fico a imaginar como seria o ambiente simples e natural da humilde casa de Nazaré...afinal é Deus que cuida de nós e nos sustenta sempre...
-" Uau!"- disse eu - " Nunca mais tenho que me preocupar com a iluminação das nossa orações nem do acolhimento da Sagrada Família!" Então ela disse-me:
- "Vem comigo à horta e eu mostro-te a planta. Levas uma parte e colocas na terra."
-" E não lhe faz falta?"
 - " Cada planta dá imenso! Já vais ver!"
Deus realmente quando faz uma coisa não se deixa vencer em generosidade.
Ao voltarmos para casa, fiz tudo conforme ela me explicou e no  bolso levava uma mão cheia de lamparinas dela para experimentar.


Este ano, chegou a hora da colheita. O Serge trouxe-me um caixote cheíssimo delas. E como a lamparina é uma parte seca, conserva-se muito tempo.



Ora aqui está a planta,


Aqui, o Gabriel a separá-las...



A lamparina é pequena, 


...mas dá uma luz forte  e dura até terminar o azeite.

                                           





Como todos nós estamos sempre a gastar dinheiro em velas ou lamparinas de compra, fica aqui o desafio, de todos nós termos nos nossos cantos de oração esta forma simples e natural de o iluminar. Pois é somente necessário um pouco de azeite, água  e a planta.
Quem quiser multiplicar esta planta e saber na prática como se faz, comente e escreva-nos.

domingo, 3 de agosto de 2014

A 'Mamã Céu' está sempre a pedir para eu rezar

Antes de ontem, estava de manhã  a arrumar a casa enquanto o Gabriel vinha atrás de mim  a falar das suas invenções e a Sofia pedia  atenção na sua cadeirinha. Parei por um instante.
" Onde está a Clarinha?" perguntei.
Fui encontrá-la assim, deitada na cama da Sofia, sozinha



"Clarinha, estás a brincar?"
" Estou a rezar o terço!"- disse-me baixinho.
(A Clarinha aprendeu a rezar a Avé Maria e o Pai Nosso sozinha, enquanto nos escutava a rezar o terço. E muitas vezes ela pega no terço e imita-nos na brincadeira.)
" Mas agora não é hora de rezar o terço, podes ir brincar" disse-lhe.
" Mas a 'Mamã Céu' está sempre a pedir para eu rezar". E lá continuou ela...

Depois à tarde andava pela casa com o terço a rezar alto, subia e descia escadas... sempre a sorrir...

A Clarinha é a mais traquina, muitas vezes quando rezamos não quer estar quieta. Porém, quando faz uma coisa é muito determinada e pura.







Juntos na Eternidade

Há uns dias atrás, depois de deitarmos os pequenos, ainda tinha que cozinhar umas coisas para o dia seguinte e queria preparar uma sobremesa. Pedi ao Serge que descascasse as maças para a tarte e ele lá começou. Enquanto trabalhávamos estabeleceu-se silêncio, pois já estávamos ambos cansados. Ao voltar-me para ele disse-lhe:
" Já pensaste que na eternidade vamos estar sempre juntos?". Ele fez uma cara engraçada e depois disse:
" Ah, sim.. mas tu  lá não me vais ver assim..."
" Ai, não?" olhei para ele.
" vais-me ver com um pouco mais de cabelo e uma aureolazinha em cima da cabeça". Demos umas boas gargalhadas. O Serge é muito engraçado e continuou:
"Sim, mas tu estás no auge. Quem vê o as pessoas lá no céu diz que todas as almas tem por volta dos 30 anos" Aí, é que me deu vontade de rir!...
 E ficamos ali a imaginar como seria isso de vivermos juntos na eternidade. Depois vira-se para mim :
" Olha, vê lá se escrevi bem a receita do bolo de iogurte que me pediste"
" 3 medidas de farinha, 1 medida de leite...Depois fazer a oração e o sinal da cruz e colocar o bolo no forno."
" É isso mesmo!" disse-lhe a sorrir.
Mesmo cansados não podemos deixar que nos falte a alegria, boa disposição e umas gargalhadas todos os dias, nem que seja por coisas muito simples...

Ser verdadeiramente cristão é deixar a  alegria tomar conta do nosso coração todos os dias da nossa vida.


«Alegrai-vos sempre no Senhor. Exultai de alegria: o Senhor está perto!» (Filip. 4, 4).